A ausência de Fátima

Fátima não vai a Assembleia para evitar protestos (Foto: Sandro Menezes)

Não é o habitual uma governadora deixar de ir a Assembleia Legislativa em dia de leitura da mensagem anual, que marca a abertura dos trabalhos no parlamento. Encarando uma greve geral contra a reforma da previdência Fátima Bezerra (PT) preferiu não encarar o confronto.

Deveria ir.

Como escrevi na semana passada: a governadora insiste no impossível. Nenhum sindicato vai formar consenso em torno de uma reforma previdenciária por mais que o governo seja de esquerda. Fátima cumpriu a obrigação de abrir diálogo.

Abre aspas para a governadora: “Não irei ao legislativo acirrar uma discussão que está em plena negociação, que é o caso do projeto de reforma da previdência. A minha luta com estes, que são companheiros de uma vida inteira, é e sempre será no campo do diálogo. Respeitando a livre manifestação dos nossos servidores – e entendendo que estamos em processo de diálogo – resolvi enviar a mensagem em cumprimento ao regimento”.

Com R$ 130 milhões de déficit e um prazo curtíssimo de seis meses para se adequar à Constituição Federal e se habilitar para receber transferências não obrigatórias que serão fundamentais para por a folha em dia a governadora tem um alto custo político a pagar.

Para o Governo, quanto mais rápida a reforma tramitar melhor. Para a oposição é hora de fazer a chefe do executivo sangrar mesmo que alguns deputados venham ao final a votar favorável à reforma.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto