A Deficiência Social – Parte 2

Por Thiago Fernando de Queiroz*

Muitas pessoas acreditam que o Brasil tem recursos financeiros inacabáveis, e, se isso fosse verdade, seria muito bom. Viveríamos em uma constante riqueza e todos esbanjariam uma felicidade inigualável, mas, isso é apenas uma utopia, não ocorre isso na realidade. Na verdade, para compreendermos como nosso país funciona, temos que imaginar que o Brasil é um setor de uma empresa, e, que a empresa é o mundo. Estou fazendo essa comparação para ficar melhor a compreensão.

Cada setor dessa empresa tem uma finalidade e tem autonomia em seus recursos financeiros, imaginemo-nos que essa empresa tem a finalidade de construir uma bicicleta, e, nós do Brasil temos a responsabilidade de construir o pneu completo, e, o Brasil só produz a borracha, os aros, os cubos e os raios o Brasil tem que comprar de outros setores (Países), pois, sem comprar os demais produtos, as rodas não ficarão prontas.

Assim, o Brasil vende parte de sua borracha para outros setores, ao quais produzem as luvas do guidão, as celas, bem como outros tipos de produtos complementares, pois, são mediante a venda da borracha (produtos produzidos, minerais e grãos) que se tem recursos para comprar os materiais necessários (mercadorias, peças de automóveis, peças de computadores, etc…), pagar os funcionários (brasileiros) e melhorar o ambiente de trabalho (pavimentação das ruas; bem como a aplicação das políticas públicas de saúde, segurança, educação, trabalho, moradia, transporte, lazer, previdência social, proteção a maternidade, assistência aos desamparados, e, ainda mais a limpeza urbana).

É até engraçado pensar, mas, tem pessoas que acham que o Brasil é uma mãe, e, que esta mãe tem que resolver todos os seus problemas, arrumar o quarto, as gavetas do guarda-roupa e as louças sujas na pia da cozinha. Entretanto, o Brasil não é uma mãe, ele é um país, composto por sua soberania, territórios e seu povo, e, o que determina como ele será dirigido, é a sua Constituição.

Porém, vamos lá, respondendo à questão do lixinho jogado na rua. Um determinado cidadão tem um papelzinho em sua mão, e, observa uma lixeira a 100 metros, contudo, achando que existem garis (Limpeza Urbana), não terá problema jogar no chão. O problema não é só uma pessoa jogando lixo no chão, o pior que são várias pessoas. Ocorrendo isso, o subgerente (Prefeito) vai precisar destinar recursos para limpar o ambiente sujo, isso, se for só a sujeira, e, se aquele papel entrar em uma máquina e quebrar? Bom, o subgerente (Prefeito) terá que entrar em contato com os encarregados da subsetor (Vereadores) e observar se há recursos naquele instante para consertar a máquina.

Quando não há recursos no subsetor, o subgerente terá que entrar em contato com o Gerente (Governador), o Gerente entra em contato com o conselho dos subsetores (Secretários e Deputados Estaduais) para ver se tem recursos e se os mesmos aprovam a utilização de um determinado recurso “x” para ajeitar a máquina. Não tendo recursos, o Gerente informa ao Presidente do Setor (Presidente da República), ao qual, reunirá toda a sua equipe (Ministros) e encaminhará relatórios ao Recursos Humanos (Deputados Federais e Senadores), onde

aprovarão os recursos para consertar a máquina. Daí, se o Presidente não tiver os recursos, as coisas complicam, pois, terá que pedi emprestado a outros Setores (Países), e, esse empréstimo terá juros, e, se em um momento a borracha diminuir sua produção por causa da máquina quebrada, o Brasil ganha menos, não terá como produzir nas mesma escala, o poder de compra diminui, e, o pior pode acontecer, a empresa que produz os raios, poderá começar a produzir a borracha e o Setor Brasil terá uma concorrência. Tendo a concorrência, uma escolha tem que ser feita, melhorará a qualidade ou diminui a qualidade para deixar os preços mais viáveis?

Bom, viram a bagunça? Continuarei falando dela no próximo artigo depois do Dia das Mães, pois, na semana do Dia das Mães, entrevistarei uma mãe que tem um filho com deficiência e suas experiências do dia-a-dia.

Espero que estejam gostando da linha de raciocínio, e, espero que esta matéria ajude a conscientizar nossa população. Vamos a luta por um mundo melhor, pois, juntos somos mais fortes.

Leia o Artigo anterior – “A Deficiência Social – Parte 1”: http://blogdobarreto.com.br/a-deficiencia-social-parte-1/

*Pesquisador em Inclusão e nos Direitos das Pessoas com Deficiência.

Comments

comments

Reportagem especial

Canal Bruno Barreto