Análise do debate: candidatos buscam culpados sem apresentar soluções

Debate mostra baixo conteúdo propositivo (Foto: Thaísa Galvão)

Quem teve paciência de ficar até 1h de hoje assistindo o debate da Band Natal viu exposta a mediocridade generalizada da nossa classe política. Durante três horas oito postulantes trocaram farpas e pouco acrescentaram no campo das ideias.

Um festival de obviedades marcou o debate sem acrescentar nada de relevante ao eleitor. Em termos de conteúdo todos disseram praticamente a mesma coisa (e o esperado). Impossível citar uma proposta que desse o que falar.

“Vamos melhorar o RN”, foi a ladainha vazia.

NINGUÉM TEM PROJETO!

Todos os candidatos mostraram que conhecem os problemas do Rio Grande do Norte. Todos sabem que a educação é ruim, que a segurança é caótica, a saúde é vergonhosa e alguns lembraram que a nossa economia não gera receitas para o Governo porque o sofrido elefante enrolou a tromba em gargalos que parecem instransponíveis.

Solução? Nenhuma. Tudo muito vago.

Os candidatos se mostraram muito bons em identificar culpados. Sete deles culpam o governador Robinson Faria (PSD) que joga a responsabilidade para o restante da classe política que o isolou sem dar o apoio necessário. Juntando as duas argumentações tem uma verdade. O pessedista tem culpa, mas seus pares também.

Num festival de obviedades leva a melhor num debate quem possui mais retórica e algum conhecimento sobre os números. Quando o pleito nivela por baixo, a vantagem fica para quem tem mais “Recall” e experiência política porque o eleitor não gosta de “aventuras”.

Confesso, caro leitor, que estou preocupado com o futuro do Rio Grande do Norte. Elegemos dois governos muito ruins nas eleições anteriores justamente por termos encarado dois debates “despropositivos”.

Todos conhecem os problemas porque eles saltam aos olhos, mas até aqui ninguém mostrou capacidade de sugerir soluções nem explicar de onde tirar recursos.

O eleitor não quer saber dos problemas porque ele já os identifica. Queremos saber do “como” e é aí que mora o perigo. Os candidatos mostraram que não sabem o que fazer e ficam presos em tentativas que já deram errado como a cobrança da dívida das empresas (algumas nem existem mais) com o erário estadual ou dizer que vão buscar recursos em Brasília como se a função de um governador fosse peregrinar ministérios com um pires na mão.

O RN precisa investir em infraestrutura, gerar empregos e aumentar suas receitas para ter condições de enfrentar os problemas óbvios.

Estamos condenados a mais uma eleição onde o oba oba vai demarcando território forçando o eleitor potiguar a escolher o menos ruim.

Pobre RN!

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto