Carlos Eduardo duela com a história e a própria biografia no que deveria ser um debate

Carlos Eduardo trava duelo com a história em debate

O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) em vez de ter debatido propostas para o Rio Grande do Norte preferiu fazer um duelo com história recente da política potiguar.

Pior: rasgou a própria biografia.

Bom de retórica ele deixou a adversária Fátima Bezerra (PT) atordoada em todo o debate da Intertv Cabugi. Foram tantas informações improcedentes que ele soltou que basta um breve passeio no Google para descobrir a verdade. A maioria das declarações do ex-prefeito podem ser desmentidas no site da Tribuna do Norte, jornal de propriedade da família dele.

O candidato do PDT preferiu fingir não ter um passado de aliado do PT. Um eleitor que estava em coma desde 2002 e acordou ontem certamente teria na cabeça a certeza de que Carlos Eduardo Alves passou os últimos 16 anos combatendo firmemente o PT.

Ao acusar Fátima de não trazer recursos para o Rio Grande do Norte ele esqueceu de afirmar que quando era prefeito de Natal, na década passada, teve uma forte parceria com a então deputada federal. Quem lembra dessa história se assustou com o discurso do “neoantipetista”.

Tanto que a senadora foi candidata a prefeito de Natal com apoio de Carlos em retribuição aos recursos liberados por ela junto ao Governo do ex-presidente Lula (http://www.thaisagalvao.com.br/2007/12/28/fatima-articula-em-silencio-apoio-do-prefeito-a-sua-candidatura/).

O vídeo abaixo confirma a gratidão devolvida em apoio nas eleições de 2008 para Prefeitura de Natal:

No passado Carlos Eduardo foi apoiado e apoiou o PT a ponto de brigar para ser o candidato de Lula no Rio Grande do Norte nas eleições de 2010 (http://www.thaisagalvao.com.br/2010/08/16/nem-ai-para-os-adversarios-carlos-eduardo-faz-carreata-se-apresentando-como-candidato-de-lula/).

Ontem ele cuspiu no prato de quem o ajudou a ter gestões bem avaliadas no passado assumindo-se um antipetista de ocasião em um apoio não retribuído por Bolsonaro que declarou neutralidade num vídeo postado ontem nas redes sociais.

A história recente foi reescrita pelo ex-prefeito de Natal no debate de ontem. Por diversas vezes ele acusou Fátima de ter sido aliada do governador Robinson Faria (PSD) por quatro anos. O problema é que Fátima rompeu com pessedista ainda em 2015 como atesta o jornal da família de Carlos (http://blog.tribunadonorte.com.br/heitorgregorio/senadora-fatima-bezerra-rompe-com-o-governador-robinson-faria/).

Em outro momento do debate Carlos Eduardo se contradiz afirmando que Fátima só deixou de apoiar Robinson por causa do voto de Fábio Faria (PSD) favorável ao impeachment. A data da matéria cujo link encontra-se acima por si só já vale como desmentido porque o impeachment foi em março de 2016.

Outra arenga de Carlos Eduardo com a história recente do Rio Grande do Norte foi a acusação de que os saques ao fundo previdenciário começaram no Governo Robinson Faria. Na verdade, por diversas vezes a então governadora Rosalba Ciarlini tentou mexer nos recursos, mas só conseguiu ter autorização da Assembleia Legislativa em dezembro de 2014 quando sacou R$ 234.157.272,33 para pagar a folha daquele mês e o 13º salário.

Carlos acusou o deputado Fernando Mineiro (PT) de votar favorável ao projeto que permitiu os saques ao Fundo Previdenciário. A informação não procede. Ele foi o único a votar contra (http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/assembleia-aprova-projeto-que-unifica-fundos-previda-ncia-rios-dos-servidores/301223).

Entre setembro de 2013 e novembro de 2014 a governadora não conseguiu quitar a folha dentro do mês trabalhado como prevê a constituição estadual. Cerca de 10% dos servidores conviveram com salários atrasados.

Rosalba é mãe do vice de Carlos Eduardo, Kadu Ciarlini (PP).

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O próprio Carlos, sacou recursos do NatalPrevi para pagar a folha chegando a ser obrigado a devolver os recursos pelo Tribunal de Contas do Estado (http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/tce-manta-m-proibia-a-o-de-saques-ao-natalprev-e-determina-devolua-a-o-de-r-15-8-milha-es/377629). Mesmo assim ele tentou passar a imagem de que não mexe em recursos da previdência para pagar a folha.

Foram muitos momentos de desafio à memória dos eleitores potiguares menos atentos. Sorte dele que a adversária não estava preparada o suficiente nem conseguiu ter rapidez de raciocínio nem boa memória para desconstruir as declarações do pedetista.

O máximo que ela conseguiu foi chama-lo de cínico.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto