O prefeito Francisco José Junior (PSD) está estigmatizado. É o mais impopular da história de Mossoró. A insatisfação quase que generalizada é fruto de um conjunto de fatores que em parte conta com a colaboração do próprio chefe do executivo municipal.
Ele entra nesse período que antecede as convenções politicamente viabilizado pelos mais de 15 partidos que estão na sua base política. O PT que saiu pode voltar até porque as instâncias partidárias ainda não tomaram uma decisão definitiva.
O prefeito é impopular primeiro por ter tentado mexer em algumas questões espinhosas como táxis intermunicipais e os camelôs. O desgaste começou com medidas impopulares seguidas de recuos. O terceiro ato foi a mudança no transporte acompanhada de muita propaganda e o resultado foi mais desgaste. Na segunda tentativa de mexer no transporte o prefeito corrigiu a estratégia, não fez alarde e o resultado tem sido bem melhor. Até aqui as reclamações são mínimas.
Outro ponto que traz muitos problemas para a imagem do prefeito são os terceirizados que vivem situações dramáticas. São eles os maiores cabos eleitorais anti-Silveira nas redes sociais. Algumas demissões nas terceirizadas diminuíram o aprofundamento do desgaste e os que ficaram estão recebendo os salários desde fevereiro.
Ainda há setores importantes da mídia que despertaram depois de anos de acomodação e justo na administração silverista passaram a fiscalizar intensamente. Nas redes sociais há um exército de rosalbistas prontos para detonar qualquer um que ouse mostrar alguma ação positiva da gestão.
Mas em meio aos escombros desse desgaste há o que mostrar? Deixando o mau humor de lado e observando com racionalidade é possível encontrar sim ações positivas.
Se há dificuldades na saúde também existe pontos positivos. Se Mossoró fosse esperar pelo Governo do Estado os atendimentos de alta e média complexidade estariam parados. A Prefeitura assumiu uma responsabilidade que não é dela.
A UTI pediátrica instalada no Hospital Wilson Rosado está sendo transferida para a Casa de Saúde Dix-sept Rosado barateando os custos de manutenção. A Maternidade Almeida Castro realiza 600 partos por mês. Na saúde ainda se pode destacar a abertura da UPA do Belo Horizonte que foi inaugurada e passou um ano sem funcionar.
O Estádio Nogueirão foi municipalizado. Está longe do badalado “padrão FIFA”, mas pelo menos algumas situações constrangedoras do passado não se repetem como o risco de não ocorrer jogos por falta de uma brigada de incêndio.
Apesar da criminalidade alta é inegável o esforço feito por meio da BICs. A gestão tentando incrementar o turismo com a obra do Complexo de Santa Luzia que muitos têm colocado em xeque. Além do Parque Municipal que já está em funcionamento e a entrega das casas aos moradores da Favela do Tranquilim.
Na minha opinião a maior realização é manter o funcionalismo (efetivos e comissionados) em dia num cenário de situações dramáticas registradas em governos e prefeituras. Houve um atraso na virada do ano que foi sanado após os cortes realizados.
O prefeito ainda o argumento plausível das quedas de receitas acompanhadas de aumento de demandas. São R$ 100 milhões a menos que o esperado sem contar a ausência do plus orçamentário que foram os royalties do petróleo no passado.
Enfim… dos escombros da impopularidade há o que mostrar. Contra o prefeito pesa a impaciência da população com a gestão dele. A viabilidade política só se sustenta na campanha se o prefeito conseguir alguma boa vontade do eleitorado.