Fátima se distancia das polícias antes da posse. Isso pode custar caro

A governadora eleita Fátima Bezerra (PT) ignorou a cúpula da segurança do Rio Grande do Norte ao formar a equipe de transição. Após as cobranças por um especialista em segurança a petista insistiu no erro tático ao optar pelo professor Ivênio Hermes.

Não que Ivênio não tivesse condições de estar na equipe de transição. Por ser coordenador do Observatório da Violência (OBVIO) ele tem um vasto conhecimento sobre as estatísticas e pode ajudar muito no planejamento de ações.

O erro político não é colocar Ivênio. Na verdade, é um acerto tê-lo na equipe. Ele certamente seria um ótimo nome para a equipe de Fátima, mas não para a linha de frente pelo menos em um primeiro momento.

A falha estratégica está em ignorar completamente as polícias militar e civil, além do Corpo de Bombeiros.

A governadora eleita está criando um fosso na relação política com os setores da segurança ao sinalizar que não confia na corporação além de se mostrar refém das animosidades da política nacional que coloca o segmento da segurança pública alinhado com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Ter especialistas em segurança que põem a mão na massa e arriscam a própria vida na equipe de transição é primordial tanto tecnicamente como politicamente.

Quem conhece policiais sabe que eles são cientes que o bom trabalho feito por eles favorece quem está sentado na cadeira mais poderosa do Rio Grande do Norte. O desalinhamento político de Fátima com os setores da segurança pública é assustadoramente preocupante e ascende um sinal de alerta em quem deseja o melhor para um dos Estados mais violentos do país.

Alguém precisa abrir os olhos para que Fátima entenda que a relação com quem faz a segurança pública não meramente institucional nem técnica, é política também.

Não é possível que não exista um ser humano numa das polícias do RN que não mereça a confiança da governadora eleita.

Fátima corre sério risco de assumir os rumos do Rio Grande do Norte com a antipatia dos responsáveis pela segurança do nosso Estado.

Isso é péssimo para todos nós.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto