Mossoró, aeroporto e o voo desgovernado da barata

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A analogia é inevitável. Essa história do retorno dos voos comerciais a Mossoró lembra uma barata voando desgovernada.

Na classe política é cada um por si e ninguém pelo povo. Nunca houve a união necessária para que Mossoró voltasse a ter um aeroporto de vergonha.

Como baratas solitárias os nossos políticos rastejaram nos corredores de Natal e Brasília em busca de uma solução para o problema que lhe rendessem dividendos políticos.

Quando a então deputada federal Sandra Rosado (PSB) alocou R$ 80 milhões em emendas para a construção de um novo aeroporto a então governadora Rosalba Ciarlini não moveu uma palha, leia-se não elaborou um projeto que viabilizasse os recursos. Eram tempos de vacas gordas.

Antes disso, Wilma de Faria e Fafá Rosado passaram anos se digladiando. Uma colocava a culpa na outra pela ausência de voos comerciais. Tudo esbarrava num tal muro que nenhuma das duas queria construir.

Mas na época já se sabia que o problema não era o muro, mas as casas construídas desordenadamente ao redor do aeroporto. Mas Wilma e Fafá fingiam ser tudo culpa do tal muro.

Cláudia Regina (DEM) às vésperas de sair da Prefeitura de Mossoró para nunca mais voltar chegou a se colocar como a “mãe do aeroporto” apresentando uma solução. Francisco José Junior (PSD) também prometeu pôr o aeroporto em funcionamento também.

Tivermos um curto período de voos comerciais em Mossoró tragicamente interrompido em 13 de julho de 2011 quando o avião que fazia a linha Mossoró-Natal-Recife caiu na capital pernambucana matando 16 pessoas. Sobrou para Mossoró ficar sem a linha da Azul.

A última viagem da nossa classe política foi protagonizada pelo governador Robinson Faria (PSD) que em 11 de janeiro prometeu para hoje, 12 de abril, o retorno dos voos comerciais. A promessa foi acompanhada da pantomima da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) que tentou puxar para si a “conquista” na folclórica ligação para “Betinha”. Rosalba ganhou uma culpa que tinha tudo para não ser dela.

A nossa classe política voa desgovernadamente como uma barata tentando sobreviver a uma chinelada.

O nojo que as baratas provocam nem de longe se assemelha ao do cidadão que diz ter da classe política.

As baratas são imediatamente repelidas.

Os políticos ovacionados.

Dizem os cientistas que só as baratas sobrevivem a uma tragédia nuclear.

Em Mossoró não há nada que derrube os políticos de sempre.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto