Na véspera do início da retomada econômica, RN mantém leitos lotados em boa parte do Estado e ainda tem fila por UTI

A taxa de ocupação de leitos críticos do SUS para o tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus ultrapassa os 95% nas duas regiões de maior pressão por leitos do Rio Grande do Norte – Oeste e Metropolitana e é de 75,9% no Seridó. O cenário se apresenta em plena véspera da retomada de boa parte das atividades econômicas no Estado e se agrava com uma fila de espera por leitos de UTI que conta com 32 pacientes, segundo dados observados na Sala de Situação do RegulaRN, às 12h42 desta terça-feira, 30.

No Oeste do Estado a taxa de ocupação dos leitos era de 100%. Em Mossoró, 100% dos leitos do Hospital Regional Tarcísio Maia e do Hospital São Luiz contavam com internamentos. Em Pau dos Ferros, a taxa de ocupação do Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade era de 100%.

Na Região Metropolitana, 96,5% dos leitos contavam com internamentos, com 100 % dos leitos ocupados no Hospital Colônia João Machado, Hospital de Campanha de Natal, Hospital Giselda Trigueiro, Hospital Memorial São Francisco, Hospital Municipal de Natal, e Hospital Rio Grande; no Hospital Central Coronel Pedro Germano (Hospital da PM) o percentual de ocupação dos leitos era de 95,2% e no Hospital Luiz Antonio de 84,2%.

A taxa de ocupação no Hospital Manoel Lucas de Miranda, em Guamaré, região do Mato Grande, era de 100%.

No Seridó, a taxa de ocupação de leitos no Hospital Regional Telecila Freitas Fontes era de 75,9%.

Em todo o Estado havia apenas onze leitos de UTI disponíveis – sete no Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, um no Hospital Central Coronel Pedro Germano e três no Hospital Luiz Antonio. 27 leitos críticos estavam bloqueados em todo o RN.

Número de vagas de leitos críticos para pacientes com sintomas de Covid-19 em hospitais do RN é menor que número de pacientes na fila de espera (Fonte do gráfico: RegulaRN – SESAP – LAIS)

 

Solicitações de internamentos

Com base nos dados do RegulaRN, é possível observar a série histórica das solicitações de leitos Covid – Núcleo Interno de Regulação – para leitos clínicos e críticos. Os registros vão de 2 de maio a 30 de junho. De acordo com os dados, a data com menor número de solicitações de leito foi em 2 de maio, com sete solicitações. Nos dez últimas dias, considerando o período de 19 a 29 de junho, o número de solicitações foi de 86 (dia 19), 85 (dia 20), 100 (dia 21), 138 (dia 22), 118 (dia 23), 96 (dia 24, 80 (dia 25), 74 (dia 26), 92 (dia 27), 82 (dia 28) e 90 (dia 29).

Dados sobre solicitações de internamentos para leitos clínicos e críticos (último dado não foi considerado por se tratar da data vigente) (Fonte do gráfico: RegulaRN – SESAP – LAIS)

Série histórica da taxa de ocupação de leitos mostra tensão por leitos nos últimos dez dias

Ainda segundo dados do RegulaRN, que traz informações sobre a série histórica da taxa de ocupação dos leitos críticos por região, no período de 2 de maio a 28 de junho, o menor nível de ocupação dos leitos críticos na Região Metropolitana foi de 85,37%, registrado em 1º de maio, quando, conforme o site, havia 41 leitos operacionais na região, dos quais 35 estavam ocupados. Nos últimos dez dias de registro do site (de 18 a 28 de junho) a menor taxa de ocupação foi de 95,37%, em 21 de junho, quando havia 108 leitos operacionais, dos quais 103 estavam ocupados; nesse mesmo período de dez dias, por duas vezes 100% dos leitos da Região Metropolitana estiveram ocupados – 25 e 28 de junho, com 109 leitos operacionais lotados.

Com relação à região Oeste, o menor índice de ocupação foi registrado em 9 de maio, data em que os internamentos passam a ser exibidos no site. Nessa data, o índice de ocupação era de 46,67%, com sete dos 15 leitos operacionais ocupados. A partir daí, a menor taxa de ocupação foi registrada no dia 22 de maio, com 73,21% de ocupação – 41 dos 56 leitos operacionais estavam ocupados. Nos dez últimos dias que constam no registro do site, o menor percentual de ocupação no Oeste foi verificado em 22 de junho, com 92,16% dos 51 leitos operacionais ocupados. Nesse período, por cinco dias o Oeste teve 100% dos leitos críticos ocupados – nos dias 21, 24, 26, 27 e 28.

O Seridó foi a região que apresentou situação menos crítica e a menor taxa de ocupação de leitos foi registrada em 8 de maio, quando 29,41% dos 17 leitos operacionais, à época, estavam ocupados (para essa região, o site começa a exibir os dados da série histórica de ocupação a partir de 4 de maio). Ao longo do gráfico verifica-se que em outras duas datas o percentual de leitos ocupados no Seridó foi inferior a 40% – dia 28 de maio, quando 36,36% dos 22 leitos operacionais estavam ocupados e 30 de maio, quando a ocupação dos 22 leitos operacionais ficou no mesmo patamar de 36,36%. Nos últimos dez dias, o menor índice de ocupação registrado na região foi de 66,67%, registrado em 19 de junho, quando 18 dos 27 leitos operacionais estavam ocupados; essa também foi a única data nesses dez dias que a taxa de ocupação foi inferior a 70%. A maior taxa de ocupação no período de 18 a 28 de junho foi registrada no dia 23, quando 96,30% dos 27 leitos operacionais estavam ocupados.

 

Gráfico mostra taxa de ocupação de leitos do início de maio ao dia 28 de junho (Fonte do gráfico: RegulaRN – SESAP – LAIS)

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto