Nevaldo Rocha, o exemplo

Foto: reprodução

Por Amaro Sales*

Nevaldo Rocha partiu para a eternidade. Pela crença cristã, está no lugar reservado aos justos e bons. Para a história, também o seu legado está inscrito definitivamente. Ninguém poderá contar a história da indústria potiguar ou brasileira sem incluir um capítulo dedicado ao empreendedorismo de Nevaldo Rocha.

Acerca de sua história, nos últimos dias, muito já foi dito. Saiu do interior, ainda muito jovem, conseguiu muito sucesso a partir de empreendimentos inicialmente pequenos. Sempre teve muita proximidade com os seus colaboradores e adotou a simplicidade como regra de vida. Nevado Rocha, de fato, é um exemplo em tudo o que fez; um mestre que espalhou lições e ensinou a partir do próprio testemunho, incorporando a mensagem de que “a palavra encanta, mas o exemplo arrasta”.

Um dos aspectos de relevância na vida empresarial de Nevaldo Rocha é o número de colaboradores diretos e indiretos de seus empreendimentos. A Indústria Guararapes, por exemplo, mesmo depois dos ajustes feitos em decorrência do mercado e de obrigações adicionais que lhe foram exigidas, ainda é a maior empregadora do Rio Grande do Norte e, no segmento de confecções, a maior do Brasil. E ele bem sabia e assim falava, sempre que era possível, acerca da responsabilidade de ser empregador e, consequentemente, as preocupações com a vida dos trabalhadores que faziam parte de suas empresas. Tanto é assim que construiu, em vida, um protocolo de relacionamento familiar buscando, em síntese, a longevidade das empresas para que continuem a ser empregadoras, ou seja, responsáveis pela geração direta de empregos formais, circulação de renda e fomento ao desenvolvimento econômico, com reflexos diretos no progresso social.

Outra importante decisão empresarial, com reflexos importantes para a economia local, que passou por ele: ampliar, no Rio Grande do Norte, a carteira de fornecedores do Grupo Riachuelo/Guararapes. Neste sentido, foi decisivo o posicionamento de Nevaldo Rocha em relação a autorizar a compra de serviços no interior do Estado, fortalecendo o arranjo produtivo da indústria de confecções, criando empregos formais em cidades economicamente pobres, fomentando a circulação de renda e, pelo trabalho, oferecendo oportunidades de vida digna à muitas famílias potiguares.

Com a sua partida, muitas e justas homenagens estão sendo prestadas. Ele merece, com destaque louvor, todos os aplausos. Disse, inclusive, com ele ainda vivo, que Natal deveria ter um monumento celebrativo à sua presença empreendedora em nossa história. Realmente, estamos diante de um exemplo, uma história que nos inspira, uma legenda que nos orienta para valores e princípios que, aplicados, melhoram o mundo a partir de cada um; de cada empresa; de cada família. Que o seu legado seja permanente. Viva Nevaldo Rocha!

*É industrial, Presidente do Sistema FIERN e Secretário-Geral da CNI

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