O poder que passa

O ano é 2004. Ainda nos tempos da faculdade me mudo para a Rua Desembargador Dionísio Filgueira e passo a ter como vizinho um senhor simpático com quem conversava de vez em quando.

Chamava-o de “Seu Antonio”, mas nunca imaginei que conversava ali com alguém que fora prefeito de Mossoró em duas ocasiões e que tinha imposto a única derrota da família Rosado na disputa pela Prefeitura de Mossoró desde os anos 1940.

Só liguei o nome à pessoa quando Vingt-un Rosado faleceu. Recebi a pauta de entrevistar aquele que o derrotara em 1968 por apenas 98 votos, no pleito mais apertado da história de Mossoró.

Antônio Rodrigues de Carvalho morreu em 3 de dezembro de 2009 praticamente anônimo.

Francisco José Junior solitário no Sebosão Junior (Foto: cedida)

E por que todo esse preâmbulo? É para falar sobre a efemeridade do poder.

Há cinco anos Francisco José Junior era um prefeito no auge da popularidade. Foi eleito com a maior votação da história de Mossoró em pleito suplementar. Um ano depois era símbolo da decepção e acumulava um desgaste que o levou a ser considerado o pior prefeito a pisar no Palácio da Resistência.

Ontem recebi a foto do ex-prefeito sentando sozinho no Sebosão como um mossoroense comum que vai ali atrás de comida rápida e barata após ir a balada do sábado.

O poder passa.

Fica a dica para os que hoje arrotam arrogância.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto