Primeiro ano de Fátima é marcado por dificuldades e disposição para o diálogo

Fátima Bezerra fez balanço do primeiro ano de gestão (Foto: Elisa Elsie)

Não poderia ser diferente. Fátima Bezerra (PT) recebeu o Governo do Rio Grande do Norte destroçado. Fazendo um recorte a partir da estabilidade econômica advinda do Plano Real (julho de 1994) nunca uma governante potiguar ascendeu ao poder em condições tão adversas.

Eram quatro folhas por pagar, mais de um bilhão de reais em dívidas com fornecedores. Fátima não ficou o tempo todo falando em “herança maldita” como fazia Rosalba Ciarlini em situação bem menos adversa em 2011.

A governadora passou o ano apagando incêndios e acertando em recuos de medidas que não dariam certo. Fátima recuou muito ao longo do ano. Alguns interpretam como fraqueza (esse é tema para outro artigo). A governadora precisa amadurecer mais as decisões antes de anuncia-las.

A grande qualidade da gestão de Fátima é a capacidade em dialogar. Dizem que petista não gosta de empresário, mas a governadora contrariou a máxima direitista e construiu o promissor Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial (PROEDI). Há tempos que explico neste espaço e em programa de rádio que o Estado só vai sair do fundo do poço por meio de geração de novas receitas.

Atrair indústrias é o melhor caminho.

A governadora está mantendo intenso diálogo com os representantes dos servidores estaduais e construindo coletivamente o calendário de pagamento. Isso é um avanço inegável.

A governadora encerra o ano sem cumprir a promessa de botar os salários em dia. Pagou o que faltava do 13º de 2017 e promete pagar em janeiro o que resta de novembro de 2018. Faltarão as folhas de dezembro e 13º de 2018. A petista tem o argumento de que a expectativa com as receitas extras foi frustrada, mas o servidor não tem muita paciência para se conformar com isso.

Fato.

O Governo Fátima não atacou o gravíssimo problema previdenciário. Ela perdeu um ano esperando uma posição em nível nacional para agir no plano estadual. A proposta de reforma da previdência deverá sair do papel ainda em janeiro.

A saúde segue em dificuldades, nossa educação tem muito a avançar e a segurança pública traz reduções nos índices de violência que ainda são altos no Rio Grande do Norte.

O ano foi de apagamento de incêndios. A casa chamada Governo do Estado ainda está desarrumada e as reformas adiadas em 2019 não podem mais ficar para depois em 2020 sob pena de ser tarde demais.

Apesar de todos os problemas as pesquisas realizadas ao longo do ano mostraram que a aprovação de Fátima é maior que a desaprovação.

O povo potiguar está dando um crédito de confiança, mas a paciência não é eterna.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto