PT desiste de ser PT

Em 2016 o antipetismo estava no auge. Como bem lembrou hoje o jornalista Carlos Santos (ver AQUI) agremiação abriu mão do uso do vermelho e da estrela nas disputas municipais.

Após ressurgir das cinzas mesmo com seu maior líder preso por corrupção, o petismo conseguiu colocar no segundo turno um ex-prefeito fracassado no projeto de reeleição há dois anos.

É um feito e tanto, diga-se.

Foi Lula nestas condições que manteve o PT em condições de vencer as eleições presidenciais com uma tática que deu certo. Agora seu maior líder será escondido no segundo turno para que Haddad tenha mais identidade própria, mas o problema é que Lula e o PT são uma mesma entidade.

Mas como diz o sociólogo Jessé de Souza, a esquerda adora ser colonizada pela direita e o que faz o PT? Abre mão de sua própria identidade visual para se aproximar do centro como se cores e símbolos fossem determinantes na definição do voto.

O PT se deixou colonizar pelos bordões direitistas despejados nas redes sociais.

Não vai colar como não colou no fracasso eleitoral de 2016 que levou o agora candidato presidencial Fernando Haddad à derrota no primeiro turno em São Paulo.

O PT sucumbiu ao discurso daquele eleitor de Jair Bolsonaro que compartilha fake news no Whatsapp e adora bradar “a nossa bandeira jamais será vermelha”.

A maluquice do marketing do PT faz da chacota o assunto do dia quando na verdade o que realmente importa segue sem ser debatido deixando seu adversário já planejando o que fará quando sentar na cadeira de presidente.

Se o PT queria atender ao eleitor conservador deveria fazer o que ele exige há tempos: a moralidade na política e atender aos desejos da mídia de um pedido público de desculpas por escândalos de corrupção como mensalão e petrolão.

Escolher mudar de cor não vai resolver nada com um eleitorado que enxerga no petismo o inimigo a ser derrotado e encontrou em Jair Bolsonaro a representação do oposto ao que a agremiação prega, deixa de pregar ou o que dizem que ela prega.

O PT desistiu de ser PT sonhando em vencer a eleição, mas ganhou mesmo foi um motivo para servir de chacota.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto