Quem era George Floyd?

Por Pâmela Malva

Aventuras na História

Não há quem não tenha ouvido o nome de George Floyd nas últimas semanas. Pelo mundo todo, ele preenche placas, muros e intervenções, sempre ao lado frase Vidas negras importam. Mas quem era esse personagem, agora ícone de uma luta?

Para Gianna, a filha de George, de 6 anos, ele é o homem que “mudou o mundo”. Antes do fatídico dia 25 de maio de 2020, no entanto, Floyd era só um pai em busca de melhores oportunidades, um homem a procura de trabalho.

Conhecido como Big Floyd — nome que representa seu grande porte físico —, George tinha 46 anos quando foi assassinado sobre o asfalto de Minneapolis, em Minnesota. “Não consigo respirar” foram suas últimas palavras antes de virar tudo aquilo que Gianna, ainda pequena, gritava em uma manifestação.

O pequeno Floyd

Irmão mais velho de Terrence Floyd, George nasceu logo no começo da década de 1970, em Fayetteville, na Carolina do Norte. Quando ainda era menino, mudou-se com sua família para Houston, no Texas, onde cresceu.

Atleta nato, George cursou o ensino médio na Yates High School e participou dos times de basquete e de futebol da escola. Em 1993, matriculou-se na South Florida State College, onde também de destacou nos esportes.

Em 1995, após largar o curso universitário, George retornou a Houston e descobriu seu amor pelo hip hop. Como um personalizador automotivo, ele virou integrante do grupo Screwed Up Click e passou a fazer parte do cenário artístico da cidade.

Vida de adulto

Ao final dos anos 1990, o Big Floyd — como era chamado por amigos e parentes — teve sua primeira filha. Em 2007, entretanto, George foi acusado de assalto à mão armada. Pelo crime, foi condenado a cinco anos de prisão, em 2009.

Uma vez livre das barras de aço, Floyd, agora pai de uma segunda bebê, mudou-se para Minnesota. Com os filhos em Houston, George partiu em busca de novas oportunidades e uma vida melhor.

Em Minneapolis, então, o homem passou a trabalhar como motorista de caminhão e como segurança no restaurante Conga Latin Bistrô. Com a pademia do Coronavírus, no entanto, George ficou desempregado.

George como segurança do Conga Latin Bistrô / Crédito: Divulgação

Um gigante gentil

Apesar das adversidades, amigos, parentes e conhecidos do Big Floyd narram que ele era um homem bastante gentil, que desejava mudar de vida. Para Donnell Cooper, por exemplo, George era dono de uma “uma personalidade tranquila”.

Yates Grau, que foi companheiro de equipe de Floyd, lembra que George sempre foi uma “pessoa carinhosa”, com um coração “igual ou superior à sua estatura física”. O mesmo foi afirmado por Courteney Ross, a companheira de Floyd.

Segundo ela disse ao Star Tribune, George não era nem um pouco a favor da violência. “Acordar para ver Minneapolis pegando fogo seria algo que devastaria Floyd”, narrou Courteney. “Ele amava a cidade.”

Avesso à qualquer tipo de violência, Big Floyd às vezes expunha suas opiniões e pontos de vista nas redes sociais. Em um de seus últimos posts, George foi categórico quanto à violência armada: “Nossa geração jovem está claramente perdida”.

George com sua namorada, Courteney Ross / Crédito: Divulgação

O herói de Gianna

Foi apenas em maio de 2020 que todas essas opiniões de George foram colocadas em cheque. Tão contrário à violência, ele mesmo foi vítima de um ato brutal e, como representante da luta negra, entrou para a história.

O fatal encontro entre George e Derek Chauvin, policial que manteve seu joelho sobre o pescoço de King por cerca de 8 minutos, no entanto, não foi inusitado. Segundo um ex-proprietário do bar El Nuevo Rodeo, os dois teriam trabalhado juntos como seguranças do local.

Conhecidos ou não, o episódio envolvendo os dois homens teve um desfecho trágico. No dia 25 de maio, George foi acusado de usar uma nota falsa para comprar cigarros e Derek foi chamado para cuidar do caso. O último suspiro de George Floyd foi gravado por diversos civis e as imagens ficaram gravadas na história dos Estados Unidos.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto