RN confirma 698 novos casos de Covid-19 e chega a 5.472

“Toda a sociedade precisa trabalhar para que a gente não tenha um quadro de colapso nos próximos dias”, afirmou o secretário adjunto de Saúde do RN, Petrônio Spinelli (Imagem: Reprodução)

Dados parciais sobre a pandemia do novo coronavírus no Rio Grande do Norte divulgados nesta terça-feira, 26, revelam que o Estado tem 698 novos casos de coronavírus, chegando a 5.472 pessoas que testaram positivo para o Covid-19. O número de óbitos com confirmação da doença chegou a 220 e 39 mortes estão em investigação, conforme informado pelo secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, 26, em Natal.

O total de casos confirmados é mais do que o dobro das confirmações informadas no boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP RN) de 12 de maio, quando havia 2.537 pessoas com confirmação de Covid-19 no Estado.

O RN tem 13.146 casos suspeitos e 10.670 casos descartados, segundo informou a assessoria de comunicação da Sesap.

O boletim que será divulgado ainda nesta terça-feira pode conter números diferentes, dos dados parciais, segundo a assessoria.

Durante a coletiva, o secretário adjunto de Saúde, Petrônio Spinelli, anunciou a quantidade de pacientes atendidos em unidades hospitalares, que aguardam transferência para leitos especializados no tratamento do novo coronavírus.

Dados ainda mais atualizados, observados às 14h45 no RegulaRN, mostram que 98 pacientes aguardavam transferência. Do total, 42 aguardavam por leitos críticos –  sendo 11 pessoas consideradas como ‘prioridade 1’ e 31 pacientes classificados como ‘prioridade 2’. Pacientes classificados como ‘prioridade 3’ que aguardavam regulação totalizam 53 pessoas e três considerados ‘prioridade 4’ esperavam a transferência.

Mossoró chega a ter 100% de ocupação de leitos críticos do Tarcísio Maia e São Luiz

Já a taxa de ocupação dos leitos adultos específicos para o tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus, conforme observado no RegulaRN, às 14h45 mostram que 93,9% dos leitos da região Oeste estavam ocupados.

Observando a situação dos municípios que concentram os leitos individualmente, em Mossoró, a taxa de ocupação era de 100% no Hospital Regional Tarcísio Maia e no Hospital São Luiz. Em Pau dos Ferros, a ocupação do Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade era de 62,5%.

Na Região Metropolitana, a taxa de ocupação chegou a 96,9%, com ocupação total de todos os leitos no Hospital da Polícia Militar, Hospital de Campanha de Natal, Hospital Giselda Trigueiro, Hospital Municipal de Natal e Hospital Rio Grande. No Hospital Luiz Antonio, a taxa de ocupação no horário era de 75%.

E o Hospital Regional Telecila Freitas Fontes, localizada em Caicó, chegou a 64,7%.

Mesmo com a abertura de novos leitos, taxa de ocupação chega a alcançar o máximo em vários hospitais (Fonte, RegulaRN – Sesap – LAIS)

Respiradores e previsão de novos leitos

Durante a coletiva, o secretário adjunto de Saúde falou sobre os respiradores que estão chegando e reafirmou que se o isolamento social desejado tivesse sido alcançado a chegada dos respiradores poderia ser vista de forma mais positiva.

“Nesse momento, nós temos uma abertura significativa do número de leitos e, mesmo assim, a ocupação continua muito alta e a fila também continua muito alta”, afirmou Petrônio Spinelli.

“Queremos dizer que nós precisamos muito que os leitos sejam abertos. Não só do Estado, mas todos os leitos possíveis, pelos municípios que têm hospital de campanha, que têm capacidade de responder e estamos, mais uma vez, reafirmando a parceria do Estado, para que a gente possa dotar os municípios, na medidas das nossas limitações, de capacidade de abrir leitos, em particular, leitos em Natal”.

Com relação aos 80 respiradores que o Estado deve totalizar ao fim da entrega por parte do Governo Federal (até agora o RN recebeu 40 e a previsão é que receba outros 40, conforme compromisso do Governo Federal) por mais que essa possa parecer uma quantidade suficiente, essa não é a realidade.

“Se você analisar os leitos que já estão em perspectiva de abertura, esses respiradores ainda são insuficientes’, afirmou o secretário adjunto.

Ele lembrou também que o total de respiradores se divide em dois tipos equipamentos, conforme a complexidade. “Nós temos respiradores que são os respiradores de UTI, esses são respiradores de ficar com o paciente durante todo o período da sua internação. E nós temos metade deles que são respiradores de uma complexidade menor, significa que ele não consegue segurar toda a internação de um paciente. Ele serve muito para estabilização, para os primeiros dias quando o paciente chega em uma unidade que ainda não foi deslocado para um respirador melhor e ele serve também para transporte. Então, essa é a característica de metade dos respiradores. Esses podem e devem ser direcionados para as unidades de estabilização, unidades de primeiro atendimento, como UPAs, como hospitais regionais, como hospitais de referência, salas vermelhas”, explicou.

Petrônio Spinelli falou novamente sobre o destino de parte dos respiradores e a perspectiva de abertura de leitos no Estado. Segundo ele, será necessário abrir, nos próximos dias, dez leitos de UTI no Hospital São Luiz, em Mossoró.

“Nós estamos abrindo doze leitos no Hospital do Seridó”, acrescentou. “Nós estamos aumentando três leitos em Pau dos Ferros, para chegar a oito leitos com respiradores”, acrescentou.

Já com relação à Região Metropolitana, ele informou que a Sesap está trabalhando para viabilizar a ampliação de leitos de estabilização clínicos no Hospital João Machado e tentar abrir vagas no Hospital de Macaíba.

“Parte dos respiradores foram para a Liga para viabilizar a abertura de mais dez leitos de UTI na Liga”, informou, acrescentando que já foram abertos dez leitos na Liga, que já estão preenchidos, e a expectativa é que sejam abertos outros dez leitos com a chegada dos respiradores.

 

Quantidade de profissionais também é desafio

A abertura de leitos, no entanto, não depende apenas de espaços físicos, respiradores e outros equipamentos. O número insuficiente de profissionais também é um desafio. “É importante a gente lembrar a dificuldade de equipes para fazer esses respiradores funcionarem. A gente tem relatado isso. Mossoró, o Oeste, o São Luiz, está com uma dificuldade grande de conseguir médicos”, ressaltou Spinelli

“Nós precisamos do isolamento, porque pode acontecer de a gente ter os equipamentos e não ter os profissionais para efetivamente fazer esses equipamentos funcionarem”, complementou.

“Toda a sociedade precisa trabalhar para que a gente não tenha um quadro de colapso nos próximos dias”, concluiu.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto