O prefeito Francisco José Junior (PSD) jogou a isca em recente entrevista ao Meio-Dia Mossoró. Criticou a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) por ter sido mal avaliada em um período sem crise e por não ter investido em novas cadeias produtivas nas três passagens pela Prefeitura de Mossoró.
As declarações irritaram os rosalbistas mais fanáticos que consideraram o gesto um “sacrilégio”.
Pelo estilo político de Rosalba que sempre evita entrar em bolas divididas ou assuntos polêmicos esperava-se o silêncio. Mas eis que ele foi para o embate com o prefeito, mas não foi defendendo as gestões dela.
A ex-governadora deixou a fleuma de lado e partiu para ataque em entrevista ao Blog do Magnos em que ela declarou ser o prefeito um “perseguidor” por insistir com mais um recurso contra ela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Mostra apenas uma face de perseguição e hoje eu sei o quanto a perseguição política é algo deplorável e que deve sempre ser combatida e mostrada à população quando houver”, argumentou.
A ex-governadora seguiu no tom político lembrando da impopularidade do prefeito como se há dois a impopular não fosse ela: “A cidade hoje está sofrendo e reprovando veementemente esta postura dele”.
Repare que a ex-governadora adota um tom emocional ao entrar no debate. Ela se ancora na impopularidade do prefeito tentando colocá-lo no papel do vilão que a faz de vítima. É uma estratégia inteligente para evitar as comparações entre as circunstâncias da impopularidade dela como governadora e a de Francisco José Junior como prefeito. Também se poupa de se explicar sobre as oportunidades perdidas na bonança econômica nos períodos em que ela governou Mossoró.
Para o prefeito foi tudo que ele sempre quis. Tentando se recuperar politicamente uma polarização com a favorita nas pesquisas é uma “mão na roda” para o pessedista. Tanto que ele não perdeu tempo e no Portal Mossoró Hoje ele reagiu dizendo ser Rosalba a “perseguidora”. “Quem tem um currículo de perseguição não sou eu”, bradou. Ele disse ainda se sentir perseguido por ela a quem acusa de persegui-lo e acusa-lo. “Se tem alguém perseguindo alguém, esse alguém é ela”, alegou.
O prefeito mais uma vez chamou o debate para um tom mais administrativo. “Estamos pagando a folha em dia, realizando um evento como o Mossoró Cidade Junina com sucesso total de organização, segurança, planejamento e organização. Estamos abrindo novos serviços e não fechamos nenhum equipamento. Estamos pensando a cidade agora e no futuro, resolvendo problemas que nunca ninguém resolveu como o Nogueirão, os ônibus, Favela do Tranquilim e ampliando serviços nas áreas de saúde, educação e segurança”, frisou.
De forma surpreendente quem parece mais interessado em comparar é justamente quem está no olho do furacão da impopularidade e não quem é tida como uma “prefeita de férias” e conta com “recall” seletivo de quem só lembra da boa prefeita e esquece a má governadora.