Rosalba duela contra os fatos em entrevista

Acuada numa maré de más notícias que parece ser infinita a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) deu entrevista ao De Fato onde finalmente se manifestou sobre a crise que envolve a Prefeitura de Mossoró e os servidores municipais.

Rosalba, como de praxe, chamou a realidade para um duelo em cada uma das suas palavras. Na análise desta entrevista vou me limitar aos dois pontos que mais geram desconforto.

A prefeita tenta justificar que a Prefeitura de Mossoró antes pagava acima do piso nacional e com os 3,75% de reajuste a lei está sendo respeitada. Numa outra pergunta ela afirma que houve sim diálogo.

Só se for na realidade paralela que vivem a prefeita e seus devotos.

O reajuste nacional do piso dos professores é de 4,17%. A prefeita não seguiu o percentual.

Rosalba fala de um diálogo que existiu pela última vez em maio de 2017. Diz não ser necessário ela receber o sindicato e que formou uma comissão. O problema é que na atual campanha salarial essa comissão não sentou para conversar com o Sindserpum. O último encontro foi em agosto do ano passado, em outra rodada de negociações.

De dezembro para cá são sete pedidos de audiência protocolados e ignorados.

A prefeita não se entende com os fatos.

O segundo ponto diz respeito ao mau desempenho no volume de obras comparado com as gestões anteriores dela. Rosalba insistiu que existem grandes obras e desvirtuou a pergunta. Dizendo que existem grandes obras como saneamento básico.

A prefeita ainda teve a coragem de falar em “reconstrução de Mossoró”. Nas palavras dela é sempre assim: ela substitui um gestor que destruiu a cidade e só ela é capaz de reconstruir. Essa ideia foi vendida na Mossoró do passado e deu certo. Quando governadora, ela se deu muito mal com esse discurso. Agora como prefeita vai repetindo a dose mesmo tendo como antecessora a desastrosa gestão de Francisco José Junior.

A política Rosalba Ciarlini precisa de um divã. Mas não de alguém que não se limite a segurar sua bolsa, elogiar o seu penteado e que transforme erros em acertos.

Se antes colava espalhar que Sandra Rosado atrasou seis meses de salário (coisa que até hoje está no imaginário de muita gente) em 70 dias, numa desmoralização da matemática pela retórica, hoje qualquer palavra mal colocada em uma entrevista vira chacota como aconteceu nas redes sociais onde a prefeita foi detonada pelas palavras ditas na entrevista.

A estratégia dela segue analógica em plena era digital. O duelo com os fatos não se sustenta por mais que a oposição seja apagada, desarticulada e sem liderança.

O povo de Mossoró perdeu a paciência.

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto