Saída pelo turismo para Mossoró

Ontem assistia trechos de um comício do polêmio pré-candidato a presidente dos EUA Donald Trump na cidade de Buffalo no Estado de Nova York.

Na oportunidade um jornalista explicava que o magnata estadunidense falava para uma cidade que um dia foi muito rica e depois da saída de indústrias se tornou uma das mais pobres dos EUA num fenômeno parecido com o que ocorre em Detroit que um dia foi a capital mundial do automóvel e hoje é quase uma “cidade fantasma”.

Confesso que todas as vezes que leio ou ouço falar sobre esse tipo de fenômeno fico preocupado com Mossoró. Recentemente a Globo News mostrou um documentário de Fernando Gabeira sobre as cidades que sofrem com as quedas na produção de petróleo.

Nunca houve um planejamento para pensar numa Mossoró pós-Petrobras. A estatal vive a maior crise de sua história e nos últimos anos diminui a passos largos os investimentos no Rio Grande do Norte. Pior: todos os dias alguém é demitido na base sediada na capital do Oeste.

O que está em jogo nas eleições de 2016 é apresentar um projeto para uma Mossoró sem exploração do petróleo. Já sofremos com o êxodo dos fruticultores que migraram para o Ceará. A crise do petróleo está em curso. O sal está em crise brava. O que sobra? O setor de serviços que não paga tão bem.

Mossoró é um centro universitário e isso gera muita receita, mas não pode ser o único foco da nossa economia. É preciso buscar novas alternativas.

Uma delas é o turismo. Hoje o turismo na cidade se resume ao Mossoró Cidade Junina e mesmo com a grandeza do evento é muito pouco para o contexto geral da cidade. Antes que os arautos defensores ardorosos do MCJ se revoltem com essa frase deixo bem claro que entendo que é preciso outros eventos e ações para que o turismo movimente a cidade o ano inteiro.

Uma das saídas pode ser o santuário de Santa Luzia. É claro que a Prefeitura de Mossoró não tem condições de fazer uma obra dessas e a saúde tem que ser prioridade nesse momento porque  junto com a segurança é o maior problema de Mossoró.

Mas dentro do que está projetado atualmente exposto a iniciativa seria com investimentos privados. A expectativa é de que seja a maior estátua religiosa do mundo. A proposta conta com o apoio da Igreja Católica e saindo do papel pode ser o boom no turismo religioso da cidade que se resume ao 13 de dezembro.

Poderemos ter um efeito cascata com esse investimento atraindo investimentos no turismo como novos hotéis, restaurantes e transporte. Mas há uma outra possibilidade como a indústrias como a de fabricação de velas e imagens como acontece em Juazeiro no Ceará.

O mossoroense desconfia desse projeto por que da outra vez não saiu do papel. É compreensível, mas que se dessa agora der certo será um alento para uma economia em franco declínio como a de Mossoró.

 

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto