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Vereador revela ter sofrido abuso sexual na infância

Pablo Aires faz depoimento sobre abuso sexual na infância (Foto: reprodução/Youtube)

Durante um pronunciamento da vereadora Carmem Júlia (MDB) sobre abuso sexual infantil o vereador Pablo Aires (PSB) pediu um aparte e revelou ter sido vítima quando criança.

Abaixo o vídeo:

Ao Blog do Barreto o parlamentar contou que está tendo acompanhamento psicológico para lidar com o problema e que se encorajou para tornar o caso público como forma de contribuir para o debate e fazer outras pessoas que sofreram do mesmo problema denunciarem. “Acho que é uma forma de ajudar a conscientizar as pessoas. Isso acontece dentro das próprias casas”, declarou.

Dados do Disque 100 – serviço voltado para denúncias sobre violações dos direitos humanos- apontam que em 2020 foram realizadas 95 mil denúncias de violência contr crianças sendo 14 mil só sobre casos de abuso sexual.

Nota do Blog: para fazer essa matéria pedimos autorização ao vereador por se tratar de um tema doloroso e por talvez ele ter se arrependido de tornar o assunto público. Ele reforçou a necessidade de tornar o caso público como forma de fortalecer a discussão sobre o assunto. Pablo Aires foi corajoso em expor o tema.

Nota do Blog 2: o que me deixou intrigado é que dos vários vereadores que falaram sobre o caso apenas Zé Peixeiro (PP) manifestou empatia em relação a Pablo Aires como se fosse comum um parlamentar expor esse tipo de assunto publicamente.

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Se todo medo de criança fosse o escuro

Por Lívia Lima

Já foi o tempo que o “Bicho Papão” era o maior rival das crianças, onde o medo da escuridão era absurdo. O medo nos dias atuais é a violência e o abuso sexual contra crianças e adolescentes, sendo que este crime está em todos os lugares, em todas as classes sociais. Mas porque o crime de abuso e violência sexual tem crescido em números enormes?  Araceli, oito anos de idade. Sequestrada, violentada, assassinada de forma cruel e tendo seu corpo carbonizado por jovens de classe média alta, que nunca foram devidamente punidos por seus crimes no ano de 1973.

Institui-se a data 18 de maio como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, Lei Federal nº. 9.970/2000 data essa que ocorreu o crime com a pequena Araceli.

O disque denúncia (disque 100), recebe mais de 50 ligações por dia de vítimas de abuso sexual, sendo essas crianças e adolescentes. Os crimes de abuso sexual na maioria das vezes ocorrem dentro da casa da vítima, sendo praticado pelos parentes mais próximos (pai, avô, tios, primos e irmãos). Comum também com amigos próximos a família que tem a confiança e proximidade com a vítima. Os casos desse tipo de abuso estão presentes em 85% do total de denúncias de violência sexual. Este crime ocorre quando o agressor, por meio da força física, ameaça ou seduz, usa crianças ou adolescentes para a própria satisfação sexual. Sendo 54% das vitimas crianças do gênero feminino.

O abuso sexual infantil vai além da violência sexual. As agressões físicas, morais e psicológicas vão além do imaginável. A mente de uma criança violentada fica danificada, é como se jogassem água em uma peça mecanizada. Vários casos são arquivados em memorias por vergonha, medo de ameaças ou falta de crença dos adultos. Pensamentos aprisionados e corações angustiados por não aguentarem mais viver tal situação. Até quando haverá o medo, a vergonha e a impunidade para tal crime?

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Assembleia lança campanha contra o abuso sexual infantil

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O abuso infantil é motivo de 18 mil novas denúncias a cada ano no Brasil. Para combater a violência sofrida em silêncio pelas crianças – seja violência física, sexual ou psicológica – a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte lança a campanha de combate ao abuso infantil. A campanha será lançada em audiência pública na próxima sexta-feira (18), às 9h, com proposição do presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), da presidente da Frente Parlamentar da Criança e do Adolescente, deputada Márcia Maia (PSDB) e o deputado Hermano Morais (MDB).

A temática de combate ao abuso infantil tem destaque na sociedade pelos números crescentes e os traumas na vida dessas crianças. Para o presidente Ezequiel Ferreira (PSDB) é preciso debater o tema. “Ao longo dos anos a Assembleia tem se aproximado cada vez mais da população e das questões que envolvem a sociedade. Foi assim que desenhamos a campanha da adoção de crianças em 2015; de combate ao mosquito Aedes Aegypt causador da microcefalia em 2016 e a campanha da doação de órgãos em 2017. Este ano e com o aumento da abuso infantil contra a criança, abordamos o tema pra chamarmos a atenção da sociedade, conscientizar e coibir os números”, destaca o parlamentar.

A campanha fará uso de um vídeo elaborado pela agência Criola com animação gráfica em 3D, desenvolvido pela produtora Roxa com o slogan “Para algumas crianças, monstros existem”. A história traz a reflexão de abusos sofridos por duas crianças, Bia e Artur, vítimas de pessoas conhecidas pela família ou por meio de abordagens na internet de maneira virtual. A narrativa será abordada também em gibis com cenas em que as crianças, de aproximadamente 5 e 6 anos, falam sobre o tema e resolvem contar aos pais. O objetivo é que o público infantil, de maneira lúdica, aprenda a identificar atitudes que caracterizam abusos e sinta-se à vontade para falar sobre a agressão vivida.

A campanha também será veiculada em rádios no Rio Grande do Norte, alertando os pais ou responsáveis sobre a educação das crianças e a importância do diálogo. “Optamos por canais de comunicação usados por crianças e adolescentes como o gibi como material para explicar as crianças e aos pais a abordagem ao tema abuso infantil. Muitas vezes a criança prefere o silêncio e convive com abusadores que frequentam o mesmo ambiente familiar, de escola ou grupo de esporte das crianças. É preciso debater o tema e despertar atenção da sociedade. A campanha estará em ônibus e em lugares onde as vítimas frequentam como centros comerciais, shoppings e redes sociais”, argumenta a Diretora de Comunicação da Assembleia, a jornalista Marília Rocha.

O slogan “Para algumas crianças, monstros existem” também será divulgado em cartazes fixados em escolas e centros de treinamentos de esporte para crianças e adolescentes, buscando chamar a atenção não só de pais de vítimas, mas de toda a sociedade.

A visualização do enredo e desenvolvimento da campanha também poderá ser feita nas redes sociais, através do perfil @assembleiarn.