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Blog do Barreto estará no Enfoque Político

Convidado pelo apresentador Saulo Vale (Blog Saulo Vale) o Blog do Barreto estará no programa Enfoque Político exibido na Super TV através 14.1 na TV aberta e 173 na Brisanet. A conversa começa às 18h45.

O programa também estará disponível ao vivo na fanpage do canal no Facebook.

Na conversa abordaremos assuntos relacionados as eleições 2020.

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As alternativas para os quatro pilares da oposição em Mossoró e a união impossível

A oposição hoje em Mossoró estaria dividida em quatro pilares que podem se misturar ou se distanciar até 2020. Dependerá da conjuntura da reta final das articulações que ocorrerão daqui a um ano e meio.

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) vive neste momento o auge do desgaste, mas não é Francisco José Junior (explicarei isso em outro texto).

Se a oposição não se organiza, Rosalba vence mesmo que chegue ao pleito ainda com impopularidade.

Não é uma tarefa fácil juntar essa turma.

Em termos de representatividade a oposição mossoroense está dividida em quatro grupos:

Bolsonarismo;

Tião/Jorge;

Esquerda;

Solidariedade.

O bolsonarismo não se mistura com a esquerda. A esquerda não se mistura com o bolsonarismo.

Fato!

Só isso já torna a união das oposições uma tarefa impossível.

O grupo dos empresários Tião Couto e Jorge do Rosário se resume praticamente a eles dois, mas ainda tem recall de 2016 mesmo que bem combalido pelo desastre de 2018. Não é certo que eles tenham musculatura para o próximo ano. Mas eles estão no jogo e Tião anda demostrando nas redes sociais que deseja uma proximidade com o bolsonarismo.

Há alguma afinidade.

O bolsonarismo “ficou” politicamente com Rosalba no segundo turno das eleições de 2018, mas o namoro não engatou. O presidente do PSL municipal, Daniel Sampaio, deixou claro em entrevista ao jornalista Saulo Vale na Rádio Rural que é oposição à direita. O bolsonarismo (será tema para um artigo específico) é uma realidade em Mossoró que não pode ser ignorada.

Ao centro o Solidariedade pode se entender com qualquer dos lados. Tudo passa pela relação do deputado estadual Allyson Bezerra com o governo Fátima Bezerra (PT) e a conjuntura política do próximo ano que certamente não será a mesma de março de 2019. As conversas estão abertas.

A esquerda nunca esteve tão forte em Mossoró. Em 2016 teve com Gutemberg Dias (PC do B) o melhor desempenho de um esquerdista numa corrida ao Palácio da Resistência, Fátima mal fez campanha na cidade e foi a mais votada nos dois turnos em 2018. Além disso, o PT elegeu Isolda Dantas deputada estadual e teve Fernando Mineiro e Natália Bonavides com votações expressivas na capital do Oeste.

Mas, hoje há um distanciamento com o PC do B, o que por si só já tira a condição de homogeneidade desta corrente de pensamento.

Juntar a oposição será praticamente impossível. As conversas estão em aberto, mas diria que três cenários são mais possíveis para estes grupos:

  • Quatro candidaturas fracas;
  • União de três grupos deixando um isolado;
  • Duas candidaturas competitivas.

As conversas estão apenas começando e quem é cocho parte cedo.

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Meio-Dia Mossoró retorna hoje com resenha especial com Carlos Santos

Carlos Santos será o entrevista especial do Meio-Dia Mossoró (Foto: divulgação)

O programa Meio-Dia Mossoró da 95 FM retorna hoje com resenha especial com o jornalista Carlos Santos. Serão 30 minutos com a participação especial de um dos principais analistas políticos do Rio Grande do Norte.

O Meio-Dia Mossoró é apresentado por este operário da informação que vos escreve e pela jornalista Carol Ribeiro.

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Do Blog

Blog lança projeto “Diário das Eleições”

O Blog do Barreto buscando trazer alternativas e profundidade ao debate eleitoral fará a partir de segunda-feira o projeto Diário das Eleições.

Todos os dias, por volta das 20h, serão realizadas lives no Facebook no perfil pessoal e página deste operário da informação além do grupo do Facebook.

Nossa intenção é sempre trazer aos nossos leitores informações e análises sempre com compromisso com a honestidade intelectual.

Vamos comentar respeito dos assuntos do dia na campanha eleitoral no Rio Grande do Norte e no Brasil.

Ontem fizemos um teste no Facebook.

Confira abaixo:

 

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O WhatsApp está nos deixando mais burros

whatsapp-montagem

Por Rodrigo Ratier

Em Desconstrução

O vídeo é caseiro e o senhor de paletó desalinhado está enfurecido. Entre um perdigoto e outro, chama os políticos de “canalhas”, “calhordas”, “desgraçados”. Diz que 200 milhões de “pessoas de bem” podem passar por cima do Congresso na hora em que quiserem.

– Quem é?

– Sei lá. Parece que é um empresário de Santa Catarina. Compartilhei porque é exatamente o que eu penso.

***

Áudio de suposto general convoca o “povo brasileiro” a ir para a frente do Palácio do Planalto na noite do dia 30. Quando der oito horas do dia 31, o Exército vai depor Temer (que mora no Jaburu) e fazer a intervenção militar.

– Verdade?

– Esse amigo meu só me passa coisa quente.

***

Gente, tá tendo o maior quebra-pau na Câmara! O Temer, a pedido do Rodrigo Naia [sim, Naia], decretou estado de sítio. Os deputados estão saindo na porrada. O Exército foi convocado. A TV não está passando. Assistam o vídeo [de uma briga antiga no Congresso].

– É sério?

– Isso a gente não vê na Globo!

***

Entre as coisas que a greve dos caminhoneiros nos mostrou, uma das mais evidentes foi o poder do WhatsApp. O onipresente aplicativo de troca de mensagens foi fundamental para a organização do paradão, além de funcionar como epicentro das mais variadas abobrinhas. Batalhões marchando sobre Brasília. Generais (sempre eles!) mandando estocar o que fosse possível. PCC ordenando toque de recolher – ou, em outras versões, incentivando que a criminalidade aproveitasse o caos para tocar o terror. Tudo “documentado” por áudios e vídeos que “provam” essas e outras revelações sensacionais, como as destacadas no início do texto.

O mais impressionante é que as pessoas acreditaram. Se não inteiramente, ao menos em parte. Se não em parte, ao menos para ficar com uma pulga atrás da orelha e aquela sensação de “Seráááá?”, que faz descrer de todo o resto, mesmo das informações corretas. Aconteceu na greve, mas tem sido uma constante. O popular “Zap Zap” é, cada vez mais, um monumento à burrice. Sua ação potencializa tanto caricaturas como os terraplanistas quanto interpretações equivocadas da realidade.

Exemplo recente: o aplicativo ajudou a propagar, entre grupos de caminhoneiros e na sociedade em geral, a ideia de “intervenção militar constitucional” – o Exército, amparado pela lei, tomando o controle do país por um tempinho e varrendo os corruptos até as próximas eleições, quando o poder seria devolvido aos civis. Em artigo na Folha de S. Paulo (disponível aqui para assinantes), Conrado Hübner Mendes e Rafael Mafei Rabelo Queiroz, professores da Faculdade de Direito da USP, esclarecem que a Constituição não prevê nada parecido. Qualquer atuação das Forças Armadas precisa ser requisitada por representantes eleitos. Outra rota, como a ocorrida em 1964 (intervenção “pontual” que durou 21 aninhos), é golpe. Por sua própria natureza, o WhatsApp não permite esse tipo de contraditório. Não é uma praça pública digital, como o Facebook, antes do reino do algoritmo e suas bolhas ideológicas, um dia ambicionou ser. O WhatsApp é desde o berço um condomínio fechado, um clube restrito, uma rodinha de amigos que se reforçam em suas crenças (maluquices? preconceitos?), fofocam, conspiram. Um ambiente em que a disputa por atenção privilegia o que parece espetacular, secreto, exclusivo, sensacional. Terreno fértil para boatos, distorções e mentiras de todo o tipo.

(Sim, estamos falando de notícias falsas e seus parentes. Fico pensando na primeira pessoa que teve a ideia de publicar uma notícia falsa na internet. “Vamos ver se consomem esse lixo”, pode ter dito – o risinho vilanesco fica por sua conta. Não só consomem lixo como acreditam nele. Não só acreditam como compartilham. Não só compartilham como produzem mais lixo, num moto-perpétuo de desinformação com consequências muito ruins para a sociedade.)

A informação existe para que as pessoas possam tomar decisões em suas vidas. Quando a informação é de má qualidade, as decisões também serão. Pessoas passam a agir com base no pânico, na paranoia, em perseguições, conspirações e outros tipos de sentimentos com pouco amparo na realidade. Tudo isso pode ser, e vem sendo, explorado por gente com interesses políticos e econômicos que lucram com o estado de permanente confusão.

É chocante a credulidade das pessoas em relação a esse tipo de lorota. Escancara que não fomos educados para ler notícias. Num passado recente, o grande temor era que os meios de comunicação pudessem, com suas sofisticadas estratégias discursivas, “manipular” as pessoas. Saudades desses tempos ingênuos. O que não poderíamos imaginar é que as pessoas estivessem tão desequipadas para checar rudimentos do jornalismo, como autoria, data de publicação e procedência, além de não perceberem a diferença entre informação e opinião (nota: o problema atinge ricos e pobres, jovens e velhos, homens e mulheres).

A solução passa pela educação, e tudo que segue esse caminho demora muito tempo para dar resultados. Ou seja, só teremos boas notícias lá para a frente, e isso se a gente se esforçar e começar a trabalhar desde já para reverter esse quadro. No curto prazo, seguiremos mergulhando no abismo da ignorância. Vêm eleições por aí e… Aliás, será que vêm mesmo? Porque eu li no WhatsApp que…