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Preferências de Rosalba causam pânico entre vereadores governistas

Casal tem seus preferidos na eleição proporcional (Foto: Canindé Soares)

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e o marido dela, líder do rosalbismo Carlos Augusto Rosado, têm lá seus preferidos para a Câmara Municipal este ano.

Alguns nomes são considerados prioridades. Um deles é o líder da bancada governista Alex Moacir (MDB) que deverá ser deslocado em uma chapa com situação favorável. Além dele, Francisco Carlos (PP) é tratado com carinho.

Outro nome é o da ex-vereadora Arlene Souza que circula bem escaninhos do poder local. O prestígio dela é tão grande que houve um movimento de parlamentares para diminuir a força dela nos bastidores.

Ainda há nomes que podem sair do secretariado com ampla preferência do governismo como a atual chefe de gabinete Fernanda Kaline que estará se desincompatibilizando para licença maternidade, mas pode aparecer como alternativa nas eleições de outubro.

Algumas medidas vão ser tomadas para evitar debandada durante o período eleitoral. Mas nada passará de paliativo porque o cobertor é curto. Quem quiser se reeleger que se vire.

A presidente da Câmara Municipal Izabel Montenegro (MDB) e a vereadora Sandra Rosado (PSDB) que são mais vividas na política tentam se virar (esse será tema para outro texto).

O clima é pesadíssimo na Câmara Municipal. Salve-se quem puder.

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Não vai ter esteiras para todos: governismo prepara “chapões”

O governismo já tem em mãos alguns partidos em Mossoró. Vão ser nessas agremiações que os vereadores aliados serão acomodados num cenário sem coligações proporcionais.

São 14 parlamentares governistas e nem todos cabem na mesma sigla e num cenário de partidos esvaziados será um salve-se quem puder.

O Republicanos, do vereador Didi de Arnor, já está com nominata desenhada para as eleições de outubro. O PP, da prefeita Rosalba Ciarlini, deve receber outros nomes para reforçar sua nominata.

O PDT está sob controle do rosalbismo e deve ser outra legenda a abrigar vereadores.

Outros partidos irão para a órbita do rosalbismo. O trabalho para atração de suplentes e nomes com potencial está sendo feito, inclusive enfraquecendo legendas não alinhadas com o poder municipal.

Quem tiver mais prestígio com o casal Carlos Augusto/Rosalba ficará melhor posicionado na distribuição.

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As lições de 2016 que os vereadores ainda não aprenderam para 2020

Em 2016, praticamente nenhum vereador se organizou para o pleito. Deixaram, como sempre, tudo para a última hora. Resultado: dos 21 vereadores somente 8 conseguiram a reeleição.

A renovação, logicamente, não se deu apenas pela revolta com a Câmara Municipal de Mossoró que de tão subserviente foi apelidada pelo jornalista Emery Costa de “secretaria de assuntos legislativos”.

Foi um misto de falta de organização nos partidos, dependência exclusiva do Palácio da Resistência e erros estratégicos na escolha de coligações.

Dois vereadores da época que poderiam ter sido reeleitos sequer são suplentes porque suas coligações não atingiram o quociente eleitoral: Lucélio Guilherme (1.001 votos) e Vingt-um Rosado Neto (1.493 votos). Ambos foram mais votados que vereadores eleitos.

Para 2020 não teremos coligações, mas o que enxergo é pouquíssimos vereadores se organizando. Na base do governo todos aguardam o que Carlos Augusto Rosado vai indicar. O que ele indica não é garantia de êxito. Botou Lucélio Guilherme numa coligação e entre PTB e PT do B que teve apenas 2.046 votos. Ele também formatou uma aliança PP/PSB/PMDB/PDT que exclui os vereadores Tomaz Neto e Genivan Vale, dois políticos conhecidos pela postura independente, e que dificilmente hoje ainda estaria na base governista.

Fora do círculo rosalbista muita gente forte ficou de fora por más escolhas como Soldado Jadson, Cícera Nogueira, Claudionor dos Santos e Narcizio Silva. O então prefeito Francisco José Junior empurrou os vereadores em coligações que foram verdadeiros cadafalsos eleitorais.

Tudo leva a crer que em 2020 “Ravengar” vai montar pelo menos três chapões em PDT, PP e PTB. Vai ser um salve-se quem puder. Está com menos riscos quem já tomou rumo como Aline Couto que foi pro Avante ou Didi de Arnor que está num Republicanos com nominata organizada.

São poucos os vereadores que estão cuidando da parte política. São estes que estarão com as reeleições encaminhadas independente de serem ou não bons representantes do povo.

 

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O estrago dos pequenos partidos na chapa proporcional

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Eleição para deputado federal pode revelar alternativa antirosalbista

Política é ocupação de espaços. Por duas décadas os espaços ocupados na política mossoroense estiveram sob a batuta das duas principais alas da família Rosado. O grupo de Sandra Rosado ficava na oposição e tinha mandatos na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. A situação rosalbista tinha esses mesmos espaços e comandava a o Palácio da Resistência.

O estrago eleitoral de 2012 e 2016 mudou esse eixo. Os Rosados precisaram se juntar muito mais pela fragilidade do grupo de Sandra do que pela necessidade da oligarquia em geral.

Mas em geral os Rosados estão misturados e frágeis. Voltaram ao patamar dos anos 1980 quando unidos tinham apenas uma vaga na Câmara Federal e Assembleia além do comando da Prefeitura de Mossoró. O grupo de Sandra deixou de ser o contraponto a hegemonia rosalbista.

Diante disso há um espaço para o surgimento de novas alternativas políticas. A retirada de Tião Couto (PR) da disputa por uma vaga de deputado federal deixa em aberto um espaço enorme junto a um eleitor carente: o antirosalbista.

É justamente na vaga de deputado federal que podemos ter uma surpresa em Mossoró. Basta alguém conseguir mostrar a capacidade de conquistar aquele eleitor que não gosta da gestão da prefeita de Mossoró e quer um representante identificado com os interesses locais. Não é simples, mas existe aí pelo menos 65 mil eleitores dando sopa.

Uma votação expressiva em Mossoró para deputado federal, cujo número de candidatos é mais reduzido, pode colocar esse nome no cenário eleitoral de 2020 mesmo que não seja eleito.

Alguns nomes estão sendo colocado como candidatos a deputado federal com base em Mossoró. Um deles é o ex-prefeito de Almino Afonso Lawrence Amorim (SD) que fincou os pés na política mossoroense. Outro é o eterno candidato a prefeito Josué Moreira (PSDC). No meio militar mais duas alternativas: os coronéis Alvibá Gomes e Alessandro Gomes. Pela esquerda um dos nomes discutidos para deputado federal é o secretário-geral do Sindipetro Pedro Lúcio (PC do B).

Há ainda o vereador Alex do Frango (PMB) que articula a candidatura nos bastidores. Além do ex-vereador Renato Fernandes (PSC) que disputa eleições há dez anos.

Desses, apenas Josué Moreira, Renato e Alex foram testados nas urnas em Mossoró. Os demais terão que provar o desafio de conquistar o eleitorado mossoroense.

A eleição de deputado federal pode indicar ou não uma novidade na política mossoroense.

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Reportagem

Diáspora no PRB expõe ilusão da “síndrome do partido independente”

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O ano é 2004. Um grupo de suplentes de vereador e nomes novos com bom potencial está unido para ser a novidade na Câmara Municipal. O projeto partia de uma ideia simples: todos em pé de igualdade disputando vagas na Câmara Municipal e tirando proveito da regra proporcional.

Com isso Sargento Osnildo elegeu-se para uma das 13 vagas mesmo sendo o 26º candidato a vereador mais votado. A ideia foi um sucesso que se repetiu em 2008 com o mesmo PSL. Bem acomodado na primeira gestão de Fafá Rosado (2005-09), a agremiação conseguiu manter o grupo coeso e forte para repetindo a estratégia eleger mais dois vereadores.

Ficaram entre os 13 eleitos Flávio Tácito (que na verdade foi o 15º mais votado) e Maria das Malhas (a 25ª mais sufragada nas urnas). A estratégia era definitivamente um sucesso.

Mas o tempo passou e o grupo crescido passou a ter muitas divisões. Resultado: uma parcela significativa migrou para o PTN. Com a mesma estratégia, novo sucesso em 2012 elegendo Genilson Alves e Narcízio Silva. Osnildo (que não se reelegera em 2008), Maria das Malhas e Flávio Tácito foram para o DEM. Somente o último conseguiu sobreviver e agora tenta a reeleição pelo PPL. Mas a semente estava plantada e a ideia passaria a ser copiada.

Naquele pleito o PTB tinha formado grupo para eleger dois parlamentares sozinho, mas não seguiu à risca a cartilha do PSL e terminou aceitando um vereador, Ricardo de Dodoca, e se coligou numa chapa forte. Só Ricardo saiu vitorioso nas urnas. Lucélio Guilherme terminou assumindo o mandato quando Luiz Carlos (PT) renunciou para assumir como vice-prefeito.

O PT do B foi a grande surpresa de 2012 na proporcional. Com nomes poucos conhecidos, mas com um trabalho bem feito conquistou os mandatos de Soldado Jadson e Heró Silva. Em menos de um ano os dois não estavam mais na mesma agremiação. Jadson foi para o Solidariedade. Heró foi para o PROS e depois para o PTC. Semana passada ele oficializou a desistência da reeleição por não enxergar condições de entrar numa disputa em igualdade de condições na coligação PTC/PSC/PRTB.

Isso sem contar o PV que com a estrutura do Palácio da Resistência montou uma chapa tão forte que elegeu Francisco Carlos, Alex do Frango e Celso Lanches.

Nenhum daqueles grupos de 2012 existe mais. Assim como Jadson e Heró todos se dispersaram. O grupo do PTN, que foi do PSL antes, agora está no PMN. Só Genilson Alves segue junto. Narcízio foi para o PR. Lucélio ficou tão só no PTB que está com a reeleição inviabilizada numa coligação com um PT do B totalmente diferente de quatro anos atrás. O PV de hoje tem uma coligação forte, mas com outros atores e num cenário que nada lembra o de 2012. Francisco Carlos hoje é do PP, Celso do PSC e Alex do Frango está no PMB.

Cenário atual

partidos-1Hoje PRB, PHS, PMN e o próprio PV tentam repetir o sucesso da estratégia do PSL de 2004. Os problemas de dispersão acontecem já dentro da campanha.

O PRB, por exemplo, vive uma verdadeira diáspora. Termo grego que significa dispersão e é usado para explicar as migrações do povo judeu (primeiro no Século IV A. C. e em 70 D. C.) que se espalhou em diversas parte do mundo. O comparativo não é exagero, afinal de contas o grupo unido do PRB que fechou com o prefeito Francisco José Junior (PSD) se espalhou entre os adversários.

Já o PMN tenta se encaixar de forma coesa em algum grupo embora já tenha anunciado que está fora da chapa do prefeito. O PHS está em sua maioria com a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP), mas tem filiados no grupo de Tião Couto. Já o PV, pelo menos em tese, ainda está com o prefeito.

Todos esses grupos se uniram na expectativa não só de fazer cadeiras na Câmara Municipal, mas de fechar no atacado um bom acordo financeiro com os candidatos majoritários. Pura ilusão de quem não compreendeu que as regras mudaram, que não existe mais financiamento empresarial e o caixa 2 está sendo fiscalizado intensamente.

São grupos que se formam sem qualquer afinidade ideológica ou programática. O objetivo utilizar-se da regra proporcional para ver quem se elege e quem é eleito vira as costas para o partido e espera quatro anos para se encontrar em uma nova sobra política que lhe possa garantir a reeleição. Coisas de um país com sistema partidário caótico.