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Afinal, o que você deve fazer para não assediar uma mulher?

Por Flávia Boggio*

Após tantas denúncias de assédio sexual, e seus autores fazendo de tudo para se esquivar das acusações, a impressão que fica é que muitos homens ainda não sabem distinguir o que configura assédio sexual.

Nos ambientes profissionais, principalmente, alguns se sentem até ameaçados por essas mulheres diabólicas que lutam por um direito tão absurdo: trabalhar em paz sem serem seduzidas ou tocadas pelos colegas. Que coisa mais desagradável, não é mesmo?

Sabemos que, para alguns homens, a vida é como o apartamento funcional do Bolsonaro, só serve para comer gente. Porém, muitos estão preocupados com seu comportamento. “Afinal, estou sendo simpático ou assediando essa mulher?” Se essa dúvida paira na sua mente, provavelmente você precisa ser isolado da sociedade e tratado.

Mas, como essa coluna também é prestação de serviço, vamos ajudar esses pobres homens que acham que têm um pepino na mão, mas deveriam mantê-lo nas calças. Afinal, o que você deve fazer para não assediar uma mulher?

Harvey Weinstein chega de andador ao tribunal de Manhattan, onde foi condenado a 23 anos de prisão em fevereiro Johannes Eisele/AFP

Dica um: Como se aproximar de uma mulher? De novo, se você precisa desta dica, é porque tem problemas, mas vamos lá: você pode simplesmente chegar perto dela. Pode cumprimentá-la com um aperto de mão? Claro. Até mesmo com um “high five”. Sim, embora seja um pouco ridículo. Mas nunca deve apertar sua cintura, muito menos segurar seus seios ou beliscar seu traseiro.

Dica dois: como falar com uma mulher? Simples. Basta abrir a boca e emitir um som. Comece com “olá” ou “como vai?”. Mas, se falar “eita, que gostosa!”, “ê, lá em casa” ou “belos seios”, é assédio.

Dica três: como fazer para ajudar uma colega de trabalho? É muito fácil. Você pode simplesmente ajudá-la. Mas isso não lhe dá autorização para que pegue em sua perna enquanto fala ou massageá-la, mesmo que ela esteja estressada. Muito menos tirar seu membro sexual para fora e tentar abraçá-la à força. Nesse caso, não configura assédio, mas estupro mesmo.

Parece fácil, não é? Mesmo assim, muitos homens ainda reclamam: “Ah, mas que mundo chato que não dá para brincar com as mulheres nem fazer piada!”. Amigo, você não está mais no jardim da infância para brincar. Também não é comediante para fazer piada. Mesmo que fosse. A reputação de alguns homens dessa classe, infelizmente, nunca esteve tão mal.

*É roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Pedir desculpa a quem se ofendeu é atestar preconceito

Por Renata Mendonça*

Após quase 90 anos de história, o Washington Redskins cedeu às pressões de ativistas e patrocinadores da equipe, aceitando trocar de nome e símbolo, considerados ofensivos por fazerem menção à “pele vermelha” dos nativos americanos Kevin Lamarque – 13.jul.20/Reuters

Venho por meio desta pedir as mais sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos. Aos 56% da população brasileira, que é negra, e porventura pode não ter gostado do meu comentário. Jamais foi minha intenção ofender ninguém ao dizer que o jogador negro estava na senzala. Sou contra qualquer forma de discriminação. Não tenho nada contra negros, tenho até amigos que são.

Não sou racista. Falei senzala porque é só uma forma de expressão. É o nome daquele restaurante no bairro chique de São Paulo. Hoje em dia o pessoal problematiza tudo. Não é como se tivesse mandado o cara para Auschwitz ou como se o pessoal fosse comer no lugar com o nome de um campo de concentração que matou um milhão de pessoas. Falei senzala como quem mora na casa grande. Fui mal interpretado.

Foi só um comentário infeliz. Mas desculpa a quem se sentiu ofendido, não foi a intenção. Quem me conhece, sabe. Não sou preconceituoso.

Marinho protesta contra racismo em seu Instagram
Marinho protesta contra racismo em seu Instagram – Reprodução/Instagram

Esse tipo de pedido de desculpas, tão usado hoje, é a forma que se encontra não para admitir culpa ou erro, mas para apontá-los nos outros. Quem pede desculpa a quem se sentiu ofendido se exime da responsabilidade pelo ato cometido e põe o peso em quem se ofendeu. Diz que foi mal interpretado como se o erro estivesse em quem interpretou, e não em quem formulou a frase.

O Brasil talvez seja o país onde mais se encontra preconceitos sem se encontrar os preconceituosos. Em 1995, o Datafolha fez pesquisa em que 89% dos entrevistados disseram haver racismo no Brasil. Mas só 10% admitiam serem racistas.

Receio que o mesmo aconteceria com uma pesquisa sobre machismo. Provável que imensa maioria reconhecesse a existência do problema, mas não admitisse sua participação nele. Assim, a gente segue ignorando as questões urgentes enquanto solta notas frias e superficiais de repúdio em que, em vez de nos assumirmos preconceituosos, deixamos o preconceito na conta da “má interpretação”.

Há quem use os efeitos para justificar sua cegueira sobre as causas. Aconteceu neste fim de semana numa transmissão da NBA, quando o comentarista se espantou que “até mulher” participava da discussão sobre o jogo nas redes sociais na madrugada.

Em 1967, Kathrine é agarrada por funcionário que tenta tirá-la da maratona de Boston logo no início da prova Boston Globe/Boston Globe via Getty Images

Alertado sobre sua postura machista, ele justificou: oras, mas a maioria das pessoas que acompanha NBA é homem. Não adianta só “atestar” os fatos. Precisamos questionar as causas para esse efeito. A maioria dos consumidores de esporte é homem. Isso acontece por um fator biológico? É genético? Ou fruto de um aspecto social? Está na hora de parar de naturalizar o que não é natural.

Estranho não é ver mulheres participando de uma transmissão da NBA na madrugada. Estranho é ter passado tanto tempo achando normal a ausência das mulheres como consumidoras, praticantes e protagonistas do esporte.

Estranho é ainda ver transmissões 100% masculinas e achar que, quando uma mulher consegue romper as barreiras e ocupar esse espaço, ela só faz isso por causa da “cota feminina”. “Tá aí porque é mulher.” Quando poderemos falar da cota para homem branco, heterossexual, racista, machista e homofóbico que está aí porque é homem (no esporte e em outras áreas)?

Enquanto nós, brancos, não enxergarmos o racismo que nós mesmos praticamos, somos parte do problema. Enquanto os homens não virem o machismo que reproduzem, eles são parte do problema. Quando escolhemos o silêncio diante de atitudes racistas e machistas, somos coniventes. E quando pedimos desculpa “a quem se sentiu ofendido”, isso só atesta nosso preconceito.

*É jornalista, comenta na Globo e é cofundadora do Dibradoras, canal sobre mulheres no esporte.

Este artigo não representa a mesma opinião do blog. Se não concordar, faça um rebatendo que publique como uma segunda opinião sobre o tema.

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Por que pobre que deixa de ser pobre gosta de pisar em pobre?

Por Gustl Rosenkranz

Uma coisa que eu, infelizmente, observo muito: pessoas que melhoram sua situação financeira e sobem um ou alguns degraus da escada social parecem esquecer rapidamente que há pouco tempo também eram pobres e sofreram o mesmo desprezo que agora estão dispensando a quem é mais pobre que elas.

Já vi gente que saiu da favela e falava mal dos favelados e motorista de primeiro carro novo comprado em sessenta prestações rindo de quem esperava na chuva pelo ônibus, o mesmo ônibus que ele pegava para ir trabalhar, em um passado não muito remoto.

Tem gente frustrada em seu emprego por ser maltratada pelos patrões, mas que não perde a oportunidade de esnobar ela mesma outras pessoas, assim que se vê do outro lado (do lado “mais forte“), tratando mal vendedores em lojas, zeladores em prédios ou pedintes na rua.

Já é incompreensível ver gente rica de muito tempo tratando pobre como gente de segunda categoria, numa desumanidade que assusta. Isso já é difícil de entender, mas, agora, ver gente que conheceu a pobreza se vestindo de arrogância e prepotência para se achar melhor que outros que (ainda) não conseguiram sair da pobreza é que não dá para entender mesmo.

Parece que isso está enraizado na cabeça de nosso povo, essa mentalidade arcaica de que quem tem mais é mais, como se ter e ser fossem a mesma coisa. E quem quer ser mais necessita de alguém que seja menos, já que quem se compara precisa de uma referência e seria meio amargo alguém se comparar com quem tem mais que ele. Assim, a consequência lógica é rebaixar quem tem menos para se sentir mais elevado, enfeitando um pouco sua pobre existência.

Tem a história do Dr. Armando, que era advogado, mas não era doutor coisa nenhuma, porém, ele fazia questão de ser chamado assim. Um rapaz pobre do interior da Bahia, que foi para Salvador para estudar e que, para se formar, comeu o pão que o chifrudo amassou, limpou fossa e foi ajudante de pedreiro, serviu comilões no Habib’s na Praia de Piatã, foi placa de anúncio ambulante para os novos condomínios na Avenida Paralela e até picolé na praia ele vendeu.

Pois bem, esforçado ele foi, pisoteado também, e se formou em Direito aos troncos e barrancos. Com o canudo na mão, o Armandinho voltou para sua terra natal como Dr. Armando, o advogado, que, como dito, não era doutor, pois não tinha doutorado, mas que era cheio de doutorice e exigia que todos abaixo dele na hierarquia o tratassem dessa forma. Até de certos clientes ele exigia isso, numa arrogância sem fim. Agora, com um diploma que ele escondia na gaveta, pois suas notas não foram tão boas e ele se envergonhava disso, e um escritoriozinho perto do centro de uma cidade média de interior, ele se via flutuando numa nuvem, por cima dos mortais. Somente perante o juiz, o delegado ou os poderosos do lugar ele baixava a crista e parecia um menino nervoso que tinha feito algo errado.

O pior de tudo é que ele era colérico e tratava muito mal seus empregados, principalmente os domésticos, gritando com eles, os classificando de burros e preguiçosos e supondo que iriam morrer pobres, pois burrice e preguiça não levariam ninguém a lugar algum. E vivia dizendo que detestava pobreza.

Assustadora também era a passividade dos subalternos, que, calados, aceitavam as insultas do patrão. Por um lado, claro, eles eram dependentes, alguns até moravam em sua propriedade. Mas, por outro, seria bom ter mais coragem e impor limites ao novo rico que se comportava como um coronel de segunda categoria.

Mas nem precisamos de exemplos extremos como esse. Esse fenômeno acontece muitas vezes no dia-a-dia, quase despercebido, como aquele sujeito pobre que recebe um dinheiro extra, resolve ir jantar com a namorada num restaurante chique, com tudo que se tem direito, mas achando que tem o direito também de já entrar no restaurante tratando mal os garçons, sentindo-se rico por um momento e acreditando que “ser rico” implicaria também em tratar mal quem o serve.

Acredito que muita gente se comporta assim por não conhecer diferente. Quando ainda pobres, por terem sido explorados e maltratados e experimentado de perto a exclusão e os preconceitos contra a pobreza, aprenderam que é desse modo que a sociedade funciona: quem está em cima, pisa em quem está em baixo. E, agora, que conseguiram subir um pouco, eles também têm vontade de pisar. Se levo isso em consideração, até acho tal comportamento plausível. Mas plausível não quer dizer que seja bom.

Acho estranho e repudio qualquer ato que suponha a superioridade ou a inferioridade de quem quer que seja, mas, ao mesmo tempo, sei que todo efeito tem uma causa e que isso aí é efeito de alguma coisa. Não seria o efeito de um endurecimento de nossa sociedade, de uma mentalidade de consumo e de identificação social pelo que se possui, de dignidade comprada, onde quem tem pouco automaticamente vale menos? Não costumamos definir o sucesso de alguém pela riqueza que acumula? E ainda não fazemos a bobagem de aceitar essa ideia absurda como normalidade?

Este documentário sobre um grupo de manifestantes sem-teto que, em agosto de 2000, foi de ônibus ao shopping Rio Sul, em Botafogo, zona sul do Rio, para protestar contra a desigualdade social, mostra bem como é a relação de nossa sociedade com a pobreza:

Documentário Hiato – “Eu só quero conhecer o Shopping” e o “Rolezinho” hoje

Penso que é essa distorção de valores, que afeta a sociedade como um todo, que faz com que também um pobre que emerge queira também pisar em outros para se sentir alguém.

Se queremos mudar isso, então seria essencial mudar exatamente essa mentalidade, essa forma estranha de convivência social que inventamos, mas que só serve para descaracterizar o lado humano de nossa sociedade.

Os pobres deixarão de tratar mal outros mais pobres no dia em que todos pararmos para perceber que é preciso bem mais que ter para ser e que poder material não torna ninguém melhor que ninguém. Os pobres aprenderão a respeitar outros mais pobres no dia em que eles mesmos perceberem que se é respeitado por ser quem é (um ser humano que tem uma dignidade inviolável!) e não pelo que se tem, já que ninguém aprende a respeitar se ele nunca foi respeitado.

Precisamos é retomar nossos valores e recuperar nossa humanidade, entendendo que a verdadeira superioridade não pode ser comprada e não se adquire através de riqueza material. A verdadeira superioridade nasce é dentro de nós. Uma pessoa verdadeiramente superior não é aquela que se acha melhor, mas sim que a entende que esse negócio de gente melhor ou pior não existe, tanto faz se rica ou pobre.

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O WhatsApp está nos deixando mais burros

whatsapp-montagem

Por Rodrigo Ratier

Em Desconstrução

O vídeo é caseiro e o senhor de paletó desalinhado está enfurecido. Entre um perdigoto e outro, chama os políticos de “canalhas”, “calhordas”, “desgraçados”. Diz que 200 milhões de “pessoas de bem” podem passar por cima do Congresso na hora em que quiserem.

– Quem é?

– Sei lá. Parece que é um empresário de Santa Catarina. Compartilhei porque é exatamente o que eu penso.

***

Áudio de suposto general convoca o “povo brasileiro” a ir para a frente do Palácio do Planalto na noite do dia 30. Quando der oito horas do dia 31, o Exército vai depor Temer (que mora no Jaburu) e fazer a intervenção militar.

– Verdade?

– Esse amigo meu só me passa coisa quente.

***

Gente, tá tendo o maior quebra-pau na Câmara! O Temer, a pedido do Rodrigo Naia [sim, Naia], decretou estado de sítio. Os deputados estão saindo na porrada. O Exército foi convocado. A TV não está passando. Assistam o vídeo [de uma briga antiga no Congresso].

– É sério?

– Isso a gente não vê na Globo!

***

Entre as coisas que a greve dos caminhoneiros nos mostrou, uma das mais evidentes foi o poder do WhatsApp. O onipresente aplicativo de troca de mensagens foi fundamental para a organização do paradão, além de funcionar como epicentro das mais variadas abobrinhas. Batalhões marchando sobre Brasília. Generais (sempre eles!) mandando estocar o que fosse possível. PCC ordenando toque de recolher – ou, em outras versões, incentivando que a criminalidade aproveitasse o caos para tocar o terror. Tudo “documentado” por áudios e vídeos que “provam” essas e outras revelações sensacionais, como as destacadas no início do texto.

O mais impressionante é que as pessoas acreditaram. Se não inteiramente, ao menos em parte. Se não em parte, ao menos para ficar com uma pulga atrás da orelha e aquela sensação de “Seráááá?”, que faz descrer de todo o resto, mesmo das informações corretas. Aconteceu na greve, mas tem sido uma constante. O popular “Zap Zap” é, cada vez mais, um monumento à burrice. Sua ação potencializa tanto caricaturas como os terraplanistas quanto interpretações equivocadas da realidade.

Exemplo recente: o aplicativo ajudou a propagar, entre grupos de caminhoneiros e na sociedade em geral, a ideia de “intervenção militar constitucional” – o Exército, amparado pela lei, tomando o controle do país por um tempinho e varrendo os corruptos até as próximas eleições, quando o poder seria devolvido aos civis. Em artigo na Folha de S. Paulo (disponível aqui para assinantes), Conrado Hübner Mendes e Rafael Mafei Rabelo Queiroz, professores da Faculdade de Direito da USP, esclarecem que a Constituição não prevê nada parecido. Qualquer atuação das Forças Armadas precisa ser requisitada por representantes eleitos. Outra rota, como a ocorrida em 1964 (intervenção “pontual” que durou 21 aninhos), é golpe. Por sua própria natureza, o WhatsApp não permite esse tipo de contraditório. Não é uma praça pública digital, como o Facebook, antes do reino do algoritmo e suas bolhas ideológicas, um dia ambicionou ser. O WhatsApp é desde o berço um condomínio fechado, um clube restrito, uma rodinha de amigos que se reforçam em suas crenças (maluquices? preconceitos?), fofocam, conspiram. Um ambiente em que a disputa por atenção privilegia o que parece espetacular, secreto, exclusivo, sensacional. Terreno fértil para boatos, distorções e mentiras de todo o tipo.

(Sim, estamos falando de notícias falsas e seus parentes. Fico pensando na primeira pessoa que teve a ideia de publicar uma notícia falsa na internet. “Vamos ver se consomem esse lixo”, pode ter dito – o risinho vilanesco fica por sua conta. Não só consomem lixo como acreditam nele. Não só acreditam como compartilham. Não só compartilham como produzem mais lixo, num moto-perpétuo de desinformação com consequências muito ruins para a sociedade.)

A informação existe para que as pessoas possam tomar decisões em suas vidas. Quando a informação é de má qualidade, as decisões também serão. Pessoas passam a agir com base no pânico, na paranoia, em perseguições, conspirações e outros tipos de sentimentos com pouco amparo na realidade. Tudo isso pode ser, e vem sendo, explorado por gente com interesses políticos e econômicos que lucram com o estado de permanente confusão.

É chocante a credulidade das pessoas em relação a esse tipo de lorota. Escancara que não fomos educados para ler notícias. Num passado recente, o grande temor era que os meios de comunicação pudessem, com suas sofisticadas estratégias discursivas, “manipular” as pessoas. Saudades desses tempos ingênuos. O que não poderíamos imaginar é que as pessoas estivessem tão desequipadas para checar rudimentos do jornalismo, como autoria, data de publicação e procedência, além de não perceberem a diferença entre informação e opinião (nota: o problema atinge ricos e pobres, jovens e velhos, homens e mulheres).

A solução passa pela educação, e tudo que segue esse caminho demora muito tempo para dar resultados. Ou seja, só teremos boas notícias lá para a frente, e isso se a gente se esforçar e começar a trabalhar desde já para reverter esse quadro. No curto prazo, seguiremos mergulhando no abismo da ignorância. Vêm eleições por aí e… Aliás, será que vêm mesmo? Porque eu li no WhatsApp que…

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Crônica

A arte de não se importar

Já pensou como a nossa vida seria bem melhor se a gente não se importasse tanto com assuntos que questões individuais dos outros?

Hoje vivemos em um país recheado de divisões e boa parte delas são motivadas pelo interesse de controlar a vida alheia.

O que temos a ver se Fulano gosta de namorar homens. Ou se Beltrana gosta de transar com mulheres. O que temos a ver se Cicrano professa uma religião de matriz africana?

Pense como a nossa vida seria muito melhor se nós simplesmente não nos importássemos com as escolhas individuais dos outros.

Por que não gostar de uma pessoa que muito bem poderia ser nossa amiga apenas por ela ter uma visão política diferente da nossa? Que tal pautarmos o debate limitando ao campo das ideias?

Infelizmente há um desejo de vencer debates que não tem vencedores e muitas vezes utilizamos a estratégia de “enquadrar” o interlocutor. O debate empobrece, infantiliza e muitas vezes os ataques descambam para o caráter pessoal.

Uma pessoa não pode ser considerada má por ser direita ou esquerda. Um caráter não pode ser julgado por sua orientação sexual ou preferência religiosa.

A vida em sociedade seria bem melhor se também soubéssemos nos colocar no lugar do outro, fossemos mais empáticos com quem sofre discriminação.

Vamos exercer a arte de não se importar. Vale a pena.