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Assembleia atropela a moral aprovando benefício de R$ 4,1 milhões para deputados

Medida é aprovada em contexto desfavorável (Foto: João Gilberto)

O Rio Grande do Norte está afundado numa crise que se arrasta há oito anos. Toda e qualquer medida impopular do Governo do Estado precisará do crivo da casa que geralmente não cria empecilhos aos que sentam na cadeira de governador.

Qual a moral de um parlamento que aprova para seus membros um “extra” de R$ 4,1 milhões a título de retroativo de 13º salário e férias de uma lei que nem existia?

O argumento de que se trata de uma questão legal é questionável. Afinal de contas tudo é legal porque foram os próprios deputados que legislaram em causa própria.

Ao Portal Nominuto a casa informou que os retroativos são referentes aos anos de 2017 e 2018 e que a medida não vai onerar os cofres públicos porque os pagamentos estavam suspensos.

A base legal é uma decisão que iguala os parlamentares aos demais servidores públicos com direito a 13º salário e férias.

Não se trata de ser contra ou a favor de os parlamentares receberem 13º salário e férias, mas de ver em curso um tapa na cara dos servidores estaduais que convivem com salários atrasados desde setembro de 2013.

O contexto não permite que a Assembleia aprove uma medida como essa. É hora de dar exemplo para contribuir para que o Estado saia da crise.

Enquanto uns acumulam boletos, outros terão um extra.

A Assembleia está com a moral abalada para aprovar medidas impopulares.

Nota do Blog: o único deputado que anunciou que não quer receber o benefício foi Kelps Lima (SD).