Categorias
Sem categoria

Vice de Styvenson tem problemas com a justiça comum e eleitoral

O senador Styvenson Valentim (PODE) tem um discurso de intolerância com a corrupção e o mau uso do dinheiro público, inclusive chegou a vetar a candidatura da empresária Bianca Negreiros a prefeita de Mossoró por causa de um processo que ela tinha respondido 20 anos atrás.

Se seguir a mesma linha, o senador vai ter que trocar a vaga de vice na sua chapa ao Governo do Rio Grande do Norte.

É que a professora Francisca Alves da Silva Henrique está respondendo a processo por improbidade administrativa movido pelo Ministério Público.

Francisca foi secretária municipal de educação da Prefeitura de Parnamirim entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2018, ocasião em que manteve um contrato de aluguel considerado irregular para ao  Programa Esporte e Lazer na Cidade, Vida Saudável. O aluguel era pago, mas o programa não era desenvolvido pela gestão, segundo o Ministério Público. “Fica claro, portanto, que não subsistia razão para a Secretaria Municipal realizar a locação do referido imóvel, uma vez que o programa não existia, não era desenvolvido por esse órgão público, aliás, não era realizado no âmbito de todo o Município de Parnamirim, por consequente, está patente o vício de origem dessa locação”, diz a denúncia.

A investigação concluiu também que os pagamentos eram feitos sem a devida comprovação dos serviços efetuados.

Incluindo o período anterior à posse de Francisca (2015 e 2016), o MP estima-se que a Prefeitura de Parnamirim tenha tido um prejuízo de R$ 319.612,65 (trezentos e dezenove mil, seiscentos e doze reais e sessenta e cinco centavos).

O MP pede que a Justiça Potiguar determine a devolução dos recursos por parte de Francisca e da sua antecessora, Vandilma Maria de Oliveira.

Contas reprovadas

Candidata a prefeita de Parnamirim em 2020, ocasião em que recebeu 2.584 (3,19%) votos, a professora Francisca Henrique teve as contas de campanha reprovadas pela Justiça Eleitoral.

Francisca fez um depósito bancário em espécie na conta bancária de R$ 15 mil quando o limite é de R$ 1.064,10. A forma como depósito foi feito não permite o rastreio do recurso, o que é irregular.

Ela ainda tentou apresentar documentos em sua defesa, mas as provas foram rejeitadas por terem sido entregues fora do prazo.

O caso de Francisco é parecido com o que levou o ex-deputado estadual Sandro Pimentel (PSOL) a perder o mandato e ficar inelegível por oito anos.

Confira os processos clicando nos links abaixo:

ACP – CONTRATO DE LOCAÇÃO – DANO AO ERÁRIO E VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS

Reprovação de contas na Justiça Eleitoral

Categorias
Artigo

A treta de Styvenson com a irmã e o limite da máxima da “mulher de César”

Senador reage e expõe irmã em nome da moralidade (Foto: reprodução)

O senador Styvenson Valentim (PODE) descobriu que o nome a irmã dele estava no cadastro do auxílio emergencial do Governo Federal. O assunto poderia ser tratado como um escândalo na mídia potiguar, mas o parlamentar se antecipou.

Ele fez um vídeo ao vivo nas redes sociais exibindo a lavagem de roupa suja familiar. Expôs a irmã e a mãe numa cena constrangedora.

Monitoramos a repercussão do vídeo no submundo dos grupos WhatsApp. As interpretações variaram entre o “teatro” e a de que “ele fez certo”. O curioso é que a avaliação mais crítica foi de pessoas à direita. Faz sentido, os conservadores costumam ser mais céticos.

Assista o vídeo abaixo e depois voltamos ao assunto.

Existe uma máxima milenar de que “a mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”. O senador seguiu a máxima à risca para passar a imagem de transparência e de que não tolera corrupção, o que sequer era o caso. Explico: a irmã de Styvenson está desempregada e conta com a ajuda dele para sobreviver. Ela tinha direito ao auxílio mesmo sendo irmã de um político.

O problema seria de fácil resolutividade midiática.

Do ponto de vista do gerenciamento de crises podemos dizer que Styvenson fez a coisa certa do jeito errado.

Como assim?

Foi um acerto ao se antecipar a um possível escândalo. Quando se age assim a figura pública passa a ter o controle da informação. O problema é menos de forma e mais de conteúdo. Bastava após acordar com a irmã de gravar um vídeo dizendo como descobriu que ela recebia auxílio emergencial, explicar que por mais que ele estivesse desempregada é irmã de um senador e que o senador vai ajudar ela a devolver o dinheiro.

Pronto!

O senador sabe que quem adota o discurso da moralidade extrema só precisa de uma filigrana para ser desmoralizado. Só precisa aperfeiçoar a metodologia, talvez tenha faltando experiência. A estratégia dividiu opiniões.

Imprensa

O senador sentou a pua na imprensa potiguar. Disse que todo mundo é comprado e que ele não dá dinheiro a jornalista. Pois foi essa mesma mídia “vendida” fez ele ficar conhecido em todo o Rio Grande do Norte a ponto de ser eleito senador sem usar fundo eleitoral nem horário de rádio e TV.

Styvenson deveria entender, e viveu isso na prática, que espaço na imprensa não depende exclusivamente de dinheiro, mas também de relacionamento e realizações.