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A elite econômica do Brasil está podre e fedendo

Por Jorge Carlos Júnior

A notícia que chocou as pessoas de bem, cristãs e com a sanidade moral em dia foi a do banqueiro e ministro da economia Paulo Guedes, reproduzida a seguir. Diz ele

“Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí. Vai passear ali em Foz de Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, cheio de praia bonita. Vai pra Cachoeiro de Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que tá cheio de coisa bonita pra ver”

A fala do banqueiro ministro é sintoma de uma elite mesquinha, preconceituosa, elitista e que não tem qualquer projeto de país. Quando ele fala isso, ele está falando pra gente como ele, os 1% que comandam o Brasil e tem a chave do orçamento público e controla a mídia via publicidade. Façam a seguinte digressão e percebam a quantidade de propagandas de bancos e financeiras nós quatro maiores canais e nas revistas e jornais de maior circulação. Só dá banco e o sistema financeiro.

Para o autor francês Patrick Charadeau a mídia manipula o tanto que ela é manipulada. Logo, o controle midiático se dá pelas publicidades e merchandising. Dito isto voltemos ao nosso ponto, principal, a fala do ministro.

Para Guedes, empregadas domésticas e trabalhadores assalariados(quem ganha um salário) não pode ir pra Disney World ou frequentar os mesmos ambientes que ele e sua grei. Que disparate, que audácia. Enquanto a China comunista gata trilhões de dólares para inserir centenas de milhões de pessoas no mercado consumidor e criar uma classe média com poder de compra, o Brasil faz o inverso. Joga milhões de volta a pobreza e concentra ainda mais a já concentrada renda brasileira.

Há um estudo da Organização Internacional do Trabalho, ou outro organismo da ONU, que aponta para uma distorção absurda na renda brasileira. Este estudo pegou países Latino-Americanos e dissecou a pirâmide da renda. Na nossa vizinha Argentina, se o 1% mais rico passasse pros 9%, eles manteriam 30% da renda anterior. No Brasil manteriam apenas 3% da renda que detinham caso passassem para o segundo patamar da pirâmide.

Esse dado é crucial para entender a fala do ministro e banqueiro Paulo Guedes. Afinal, a concentração de renda no Brasil, a maior do mundo entre as Democracias, é de tal forma absurda, que descer um degrau da pirâmide é estarrecedor, significa ficar pobre, dadas as devidas proporções.

Portanto, há uma desconexão abissal de certa parcela da elite econômica do Brasil com o povo. E é justamente essa elite econômica, concentrada no 1% quem dita o andar da carruagem no Brasil contemporâneo. Para esses indivíduos, servidor público é visto como parasita, vejam o descaso com o INSS, a falta de médicos, a segurança pública mal remunerada, a educação em frangalhos… No entanto pra esses sujeitos, servidor público é um ruído e essa grana dispensada com eles pode ir pra um destino certo e mais proveitoso, o saco sem fundo da dívida pública, que tirada da lucidez do povo, levou 49% do

orçamento federal executado do ano de 2019. Enquanto se alarga a boca da dívida, se estreita a das emergências populares. É aquele velho ensinamento bíblico de que ninguém serve a dois senhores, pois não se serve bem a um nem a outro.

Logo, essas medidas draconianas e falas estapafúrdias do ministro e de sua grei, serve apenas para mascarar os resultados que o dream team (equipe dos sonhos), não está entregando. E, pelo visto não entregará. E o pior, com a possibilidade de haver uma quebra na bolsa de valores e a esterilização de algumas centenas de milhões. Claro, alguns vão ganhar muito e não sou eu e nem você. Essa elite econômica brasileira há anos está apodrecida, agora, o defunto está fedendo. Quem poderá tirar ele do sol e enterrar? No Brasil, pouquíssimas pessoas teriam esse condão.

P.S.: Há possibilidade clara de haver quebra da bolsa de valores no curto médio prazo se não houver as entrega do que esses indivíduos prometeram.