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Bolsonaro é desaprovado por 60% dos potiguares, aponta pesquisa

A desaprovação do Governo do Presidente Jair Bolsonaro, nos primeiros cinco meses de gestão, entre os norte-rio-grandenses é de 60,58%. O índice é maior entre o público feminino (64%), jovem com idade até 24 anos (65,5%) e 25 a 34 anos (61,8%) e entre os com nível superior de escolaridade (66,8%). Os números são da Pesquisa FIERN/CONSULT Retratos Da Sociedade Potiguar 2019, divulgada neste domingo (26), feita sob encomenda da FIERN ao Instituto Consult Pesquisa, entre os dias 17 a 20 de maio, com 1.700 entrevistas, nas 12 regiões do estado. A sondagem tem margem de erro de 2,3%.

Na estratificação por região, a desaprovação é maior no Alto Oeste (72,2%), seguido por Mossoró e Central Cabugi (68,3%, ambas) e Sertão do Apodi (68%). Mesmo em Natal, onde obteve números expressivos na eleição (52,98% dos votos), 65% desaprovam o governo.

E 55,18% dos potiguares avaliam Governo do Presidente Jair Bolsonaro como Ruim (19,47%) ou Péssimo (35,71%).  Somente 15,23% consideram Ótimo (3,29%) ou Bom (11,94%). Os piores resultados foram registrados nas regiões do Alto Oeste Potiguar que, somados, registram 67,8% de ruim ou péssimo, seguidas pelas regiões Sertão do Apodi (59%) e Mato Grande e (58,9%).

A pesquisa aferiu ainda o grau de expectativa do potiguar em relação ao Governo Federal. Para 46,65% dos entrevistados o presidente fará um governo Ruim (24%) ou Péssimo (22,65%). Outros 23,82% esperam um governo Bom ou Ótimo. As piores expectativas estão na população do Alto Oeste Potiguar (58,2%), da Central Cabugi (56,7%) e Natal (54,8%).

No quesito confiança, 61,59% dos entrevistados responderam que não confiam no governo Bolsonaro. A desconfiança é maior entre os que possuem escolaridade de nível superior (69,1%), mulheres (65,9%) e os de idade até 24 anos (66,3%). E nas regiões do Alto Oeste e Sertão do Apodi os que não confiam chegam a 74,8% e 73%, respectivamente.

Quando comparado com os governos anteriores, 44,18% consideram a gestão Jair Bolsonaro Pior, enquanto para 23,24% ela é Melhor e 22,59% responderam considerar Igual. Na segmentação por escolaridade, 53,5% dos que tem curso superior consideram pior e 48,2% são mulheres. Em Natal, 59,5% dos entrevistados dizem ser Pior, na comparação, enquanto no Seridó 37,6% avaliam como Melhor.

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Fátima resiste em primeira avaliação de popularidade

Fátima segue bem avaliada (Foto: Pedro Vitorino)

Ontem foi divulgada a pesquisa do Instituto Consult encomendada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). A governadora Fátima Bezerra (PT) está bem avaliada.

Os 55% de aprovação mostram que os salários atrasados não estão respingando na imagem da governadora. O povo potiguar está dando um crédito de confiança.

Tudo isso não é motivo para Fátima se acomodar.

Ela sustenta essa boa avaliação num tripé volátil que depende da sequência de ações a serem tomadas em médio prazo: 1) diálogo; 2) diminuição dos índices de violência; 3) não estar associada aos atrasos de salários.

O diálogo é fundamental, mas se não tiver resultados prático apenas vai adiar um desgaste. Os índices de violência não são resultantes de medidas da atual gestão e a população pode perceber isso caso o governo não apresente uma marca própria na área. Por fim, se a governadora não tomar medidas mais contundentes para pôr as folhas em aberto em dia fará companhia a Rosalba Ciarlini e Robinson Faria no panteão dos piores governadores.

Outro ponto que Fátima precisa ficar atenta é Mossoró. Na capital do Oeste ela apresenta um de seus piores desempenhos. Ela tem aprovação de 45% e desaprovação 42%. A população está dividida, mas o resultado já é melhor do que o apresentado na pesquisa Seta/Blog do Barreto (ver AQUI).

O crédito de confiança mantido dá uma tranquilidade fundamental para a sequência do governo e a gordura necessária para eventuais propostas de medidas impopulares.

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Números negativos mostram tamanho do desafio de uma candidatura de Carlos Eduardo ao Governo do Estado

Carlos Eduardo Alves
Carlos Eduardo tenta melhorar imagem em Natal durante o carnaval

A tradicional elite política do Estado está em baixa com eleitorado potiguar. O sobrenome Alves do prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT) pesa contra ele numa eventual postulação ao Governo do Estado. Por mais que seu marketing sempre o omita, a origem político-familiar é inegável.

O prefeito de Natal aproveitou o carnaval cada vez maior na capital para circular no meio do povo. Entre vaias e cumprimentos, sobreviveu enquanto o primo Garibaldi Filho (MDB) e o aliado José Agripino (DEM) passaram longe da folia.

De todos os nomes colocados ao Governo, Carlos Eduardo Alves é quem tem o tempo mais curto para tomar uma posição e é quem tem mais a perder: se decidir levantar-se da cadeira mais confortável do Palácio Felipe Camarão, vai trocar dois anos e oito meses de mandato numa prefeitura rica para encarar uma eleição dura para quem é integrante dos velhos clãs políticos.

Daí a necessidade de reforçar o empenho em melhorar a popularidade que vem em queda livre após trucidar os adversários nas urnas em 2016.

Entre 2013 e 2017 sua popularidade caiu consideravelmente. Os números são duros e desfavoráveis ao prefeito.

A pesquisa do Instituto Certus divulgada em outubro do ano passado mostrou um eleitor natalense dividido em relação ao prefeito: 52,15% de aprovação contra 44,39% de desaprovação. Pouco para quem chegou a ter quase 70% de aprovação em novembro de 2013 quando surfava na fama de quem “consertou Natal” no pós-Micarla.

Em dezembro de 2017, o Instituto Seta ainda trouxe números mais desalentadores para o prefeito de Natal. Para 65% dos entrevistados, a gestão de Carlos Eduardo é “ruim” ou “péssima”. É um cenário que mostra que após ser reeleito com folga a situação do pedetista inverteu-se em pouco mais de um ano após a vitória consagradora que ensaiou colocá-lo no posto de “Governador de Férias”.

Até aqui as sondagens mostram que tudo não passou de um ensaio, nada além disso. Prova? Em pesquisa do Instituto Certus realizada em outubro Carlos Eduardo lidera com margem muito apertada para o Governo:

Governo (Estimulada)

Carlos Eduardo (PDT): 22,77%

Fátima Bezerra (PT): 17,66%

Robinson Faria (PSD): 3,14%

Cláudio Santos (Sem partido): 2,97%

Não Sabe e Nenhum: 52,80%

 

Natal é o maior colégio eleitoral do Estado, mas seus 22% do eleitorado não elegem um governador sozinho ainda mais quando este não goza de grande popularidade onde é gestor. Esse quadro torna o discurso dele ao chegar ao eleitorado do interior onde o peso do serviço prestado é significativo.

Fator Micarla

O maior cabo eleitoral de Carlos Eduardo nas eleições de 2012 e 2016 foi a ex-prefeita Micarla de Sousa, a mais impopular da história de Natal. Após atrasar salários ao longo do ano passado essa “fantasminha camarada” deixou de servir como parâmetro.

Agora Carlos é obrigado a tocar o mandato e provar que pode fazer melhor que o governador Robinson Faria (PSD). Até agora o que há é a repetição em Natal, com menos gravidade, do que acontece no Estado.

Experiência

Catapultado como anti-Micarla em Natal, Carlos Eduardo foi candidato ao Governo do Estado em 2010. Teve pouco mais de 160 mil votos em todo o Rio Grande do Norte acumulando votações pífias até mesmo na capital onde ficou em terceiro lugar atrás de Rosalba Ciarlini e Iberê Ferreira de Souza.

O mau desempenho se repetiu em cidade da Grande Natal como Macaíba (4%) e São Gonçalo do Amarante (5%). Em Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do Estado ele obteve constrangedores 1.031 sufrágios.

Claro que diferente de 2010, quando era candidato de si mesmo, oito anos depois ele terá a estrutura política das oligarquias Alves e Maia, quiçá de ao menos uma ala dos Rosados. Mas o problema é que as pesquisas apontam um caminho inverso na corrida ao Governo do Rio Grande do Norte. O atalho oligárquico não é o melhor caminho afinal de contas a pesquisa Consult/FIERN divulgada em dezembro apontou que 75,18% dos potiguares não seguirão a orientação de líderes políticos na hora de definir o voto.

A postulação de Carlos Eduardo Alves é de extremo risco. Os números mostram isso.