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A política do RN de mães, pais e burros

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Tirinha de Will Tirando

A política do Rio Grande do Norte é pródiga de elementos que gastam 100 para que o outro não ganhe 50. Dizem que essa é a chave do nosso atraso porque numa visão romantizada, no Ceará os políticos se unem em defesa do povo.

Não sei se é exatamente assim.

Claro que tem a figura do “caroneiro” que não faz nada e pega carona na obra alheia, mas também há casos em que vários atores políticos se movimentam para garantir que um recurso chegue.

Neste caso eu me refiro à polêmica em torno da chegada das viaturas e equipamentos da segurança. São vários pais e mães e no meio disso os burros que só leem manchetes e comentam baseados em idiossincrasias.

Sobre estes últimos personagens um parêntese: considero burrice comentar um assunto sem a devida leitura do fato por dois fatores: 1) preguiça intelectual; 2) qualquer adulto é ciente do risco de passar vergonha quando faz isso. Acrescente-se aí um detalhe técnico: a manchete é apenas um recorte da notícia.

Ler o texto é fundamental.

Mas voltemos ao assunto principal do texto.

Estão chegando 70 viaturas da Polícia Militar no Rio Grande do Norte. Temos aí um investimento de R$ 80 milhões assegurados no orçamento de 2018, quando Michel Temer ainda era presidente. Coube ao Governo do Estado elaborar os projetos de aplicação dos recursos.

É dinheiro de emendas federais (ver AQUI) cuja autoria é da então senadora Fátima Bezerra (PT). O próprio general Guilherme Teófilo, secretário nacional de segurança confirma isso (ver o vídeo abaixo é fundamental).

Qualquer pessoa medianamente bem informada sabe que dinheiro de emendas federais demora a chegar. Acabou que os recursos foram anunciados em 3 de janeiro de 2019 como se fossem uma novidade do governo do presidente Jair Bolsonaro (ver AQUI). Pela data, dois dias após a posse, nem haveria tempo hábil para isso. Ou seja: era orçamento da administração anterior.

Alerta aos fanáticos: isso não quer dizer que a atual gestão federal não tenha méritos. Não é isso, preste atenção na sequência do texto.

Foram necessários ao longo de 2019 ajustes para a liberação dos investimentos. O Governo do Estado cumpriu as exigências e o Ministério da Justiça liberou os recursos.

Segundo o ministro da justiça e segurança pública Sérgio Moro até o deputado federal Fábio Faria (PSD) contribuiu para isso. O próprio parlamentar se gaba disso nas redes sociais. Falta explicar melhor qual o papel dele nisso.

O Governo Federal enviou os recursos e coube a quem administra a segurança pública estadual fazer distribuição dos equipamentos pelo Rio Grande do Norte. Vejam: quem cede o recurso e quem aplica. Reforço.

A deputada estadual Isolda Dantas (PT) foi à governadora e pediu mais viaturas para Mossoró, o que é uma obrigação dela fazer como representante da cidade na Assembleia Legislativa. Ou você queria a parlamentar cruzasse os braços? Aí chegam dois veículos e ela seria acusada de não ter feito nada, né?

Isso não deveria ter nada demais se não estivéssemos no Rio Grande do Norte onde em vez de se celebrar a união de esforços escolhe-se chafurdar na picuinha.

Os R$ 80 milhões demoraram a chegar e ajudar a nossa combalida segurança pública. Nasceu de uma emenda de então senadora Fátima, contou (segundo Sérgio Moro, insisto) com o esforço de Fábio Faria para sair o dinheiro, passou pelo ex-presidente Temer que sancionou os recursos, pelo presidente Bolsonaro que liberou a grana, pelo secretário estadual de segurança pública Francisco Araújo que fez o trabalho de adequação às exigências do Ministério da Justiça e as viaturas que vem para Mossoró contaram com a articulação da deputada Isolda. Incluo nessa até o deputado General Girão (PSL) que com seu prestígio junto ao presidente poderia atrapalhar a chegada dos investimentos.

O problema é que quando o assunto envolve PT e bolsonarismo as redes sociais se inflamam. A racionalidade é mandada às cucuias.

Junte-se a isso a má fé do rosalbismo que manipula os fatos para queimar seus adversários e os burros que só leem as manchetes e acreditam em “verdades” pré-estabelecidas em memes.

Não há discussão racional nem a compreensão de que houve um conjunto de esforços políticos e técnicos para que esses recursos. Neste caso não enxergo carona, mas um festival de picuinhas. Olhando de forma panorâmica e com a técnica é fácil entender que cada um contribuiu de alguma forma.

Poucos nas redes sociais compreenderam o espírito da coisa. É dinheiro do povo que o Governo Federal envia partir de projetos elaborados pelo executivo estadual. Sem essa contrapartida os recursos seriam perdidos. Custa nada lembrar que por falta de projetos e contrapartidas o Rio Grande do Norte perdeu R$ 47 milhões de recursos federais para a construção de presídios. A governadora era Rosalba Ciarlini, cujos militantes hoje promovem a picuinha nas redes sociais. Na dúvida leia essa notícia e preste atenção na fala do ex-secretário Fábio Hollanda (AQUI).

Precisamos de mais parcerias como essa, que deixam as diferenças políticas de lado, que precisamos. Não adianta ter o recurso da Federal se não tiver contrapartida, entendam.

Mais parcerias, menos politicagem. Mais união, menos picuinha. O dinheiro chegou carregado pelas mães e pais, apesar dos burros se entregarem a preguiça intelectual e a vergonha alheia nas redes sociais.

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A UERN é de todos e não da picuinha política