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A maldição de ser vice-prefeito em Mossoró

O prefeito Allyson Bezerra (União) está longe de pensar num nome para vice nas eleições do próximo ano embora vários nomes estejam se movimentando para ocupar o posto ainda mais com a possibilidade de assumir o cargo em 2026 caso ele seja reeleito e vá para a disputa do Governo do Rio Grande do Norte como vem sendo especulado.

Mas ser vice-prefeito de Mossoró está longe de ser um passaporte para a alavancar carreiras políticas. O período pós-ditadura militar mostra isso.

Vice de Dix-huit Rosado, na transição democrática, Sílvio Mendes, deixou a política e voltou para a vida empresarial. Vice de Rosalba Ciarlini em 1988, Luís Pinto perdeu uma eleição em que era favorito em 1992 para o próprio Dix-huit e deixou a política.

Sandra Rosado, que era vice do tio, rompeu com ele logo no início do mandato e durante o mandato viveu um período de corrosão da própria imagem. Candidata a prefeita em 1996, sofreu uma derrota acachapante para Rosalba por mais de 30 mil votos de diferença. Naquele mesmo outubro, 27 anos atrás, com a morte de Dix-huit ela assumiu a Prefeitura de Mossoró por 70 dias.

Ainda assim Sandra pode dizer que foi a vice-prefeita que escapou da maldição. Teve uma vitoriosa carreira parlamentar sendo deputada estadual uma vez e três vezes deputada federal, sendo coordenadora da bancada feminina e líder do PSB na Câmara dos Deputados, sendo a primeira mulher a ter assento no colegiado de líderes do Congresso Nacional.

Por outro lado, seu grupo nunca conseguiu conquistar a Prefeitura de Mossoró no atual período democrático e hoje vive o ocaso político.

Vice de Rosalba em 1996 e 2000, Antonio Capistrano se aposentou da política. Vice de Fafá Rosado em 2004, Cláudia Regina ainda driblou a maldição se elegendo vereadora com votação consagradora em 2008 e sendo prefeita em 2012, mas exercendo o mandato por apenas nove meses. Ela terminou sofrendo 11 cassações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e hoje vive o ostracismo político após uma votação pífia ao se candidatar em a prefeita em 2020.

A segunda vice de Fafá, Ruth Ciarlini, se aposentou da política. O vice de Cláudia, Wellington Filho, não era político de carreira, e na política não continuou.

Até então principal liderança do PT em Mossoró, Luís Carlos Martins, foi vice de Francisco José Junior. Em 2016 tentou voltar a ser vereador e terminou na segunda suplência, deixando a política eleitoral.

A vice de Rosalba, Naira Gadelha, atualmente tenta se movimentar politicamente na esteira do bolsonarismo local. O atual vice-prefeito Fernandinho das Padarias vive num profundo ostracismo político. Nas eleições do ano passado se candidatou a deputado federal recebendo constrangedores 5.626 votos.

Ser vice-prefeito de Mossoró está longe de ser uma garantia de sucesso político.

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Análise

Sandra Rosado merecia um fim de carreira a altura do que foi como parlamentar

No dia 12 deste mês a ex-deputada Sandra Rosado anunciou que está se aposentando das disputas eleitorais. A decisão teve baixíssima repercussão e reflete a baixíssima votação que ela recebeu na eleição de outubro.

Sandra não foi qualquer deputada. Foi uma das mais atuantes que o Rio Grande do Norte teve, mas isso parece ter ficado numa memória distante da opinião pública potiguar.

Noves fora a antipatia que o sobrenome Rosado provoca hoje em dia, ela merecia um fim de carreira a altura do que foi como parlamentar.

O principal legado de Sandra para Mossoró foi a atuação para a Faculdade de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Foi dela a autoria da lei que garantiu a criação do curso e a articulação para os recursos.

O curso de medicina está prestes a completar 20 anos.

Na Câmara dos Deputados, Sandra fez história. Foi ela quem liderou as articulações para que a coordenação da bancada feminina tivesse assento no colegiado de líderes da casa.

Em 2009, Sandra se tornou a primeira mulher a participar de uma reunião com os líderes das bancadas. Em 2011 ela retornou ao colegiado desta vez na condição de líder do PSB, um dos principais partidos do país.

Outra atuação marcante dela como deputada foi a relatoria na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP)do Projeto de Lei 7279/2010, que regulamentou a profissão de diarista. Ela ainda teve atuação importante na PEC das Domésticas e da redução alíquota do INSS para os trabalhadores domésticos. Ainda na área trabalhista foi relatora da lei que regulamentou as profissões de cabeleireiro, barbeiro, manicuro e pedicuro.

Foram 146 leis relatadas, 138 projetos de lei apresentados e, destes, nove se transformaram em normas jurídicas.

Apesar do bom desempenho parlamentar, Sandra teve um fim melancólico em disputas eleitorais. Em 2 de outubro recebeu 6.760 (0,36%) votos, sendo 3.254 (2,48%) em Mossoró, bem distante do desempenho em seu auge como deputada federal.

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Sandra Rosado anuncia aposentadoria eleitoral

Blog Carol Ribeiro

Em entrevista concedida ao programa Conversa de Alpendre (TCM Telecom) do dia 12, a ex-deputada e ex-vereadora Sandra Rosado (União Brasil) deixou claro: não vai mais disputar nenhum cargo político.

Frisa que é política por vocação, que vai fazer política até o último dia da vida, mas está em um momento muito especial. “Lahyre (Rosado) vinha há muito tempo me convidando a viver a paz de não ter mandato”.

Sandra disse que hoje assiste ao contexto tenso da política nacional de forma tranquila. “Vejo determinados fatos e posições, pessoas que agridem, que se jogam numa luta muitas vezes que inclui traição, e eu pacificamente estou assistindo tudo isso”.

“Quando me perguntam opino, quando não, respeito, inclusive a vereadora Larissa, que tem a posição dela”.

No programa, Larissa e Sandra Rosado abriram as portas do apartamento onde mora a ex-deputada federal e conversaram com Vonúvio Praxedes sobre a história política da família e mostraram um pouco do acervo que conta esta história.

Assista o programa AQUI.

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Mossoró pode consolidar um cenário de “virada de chave” política no dia 2 de outubro

A eleição de 2022 pode consolidar uma virada de chave na história política mossoroense que vai muito além de uma mudança geracional.

É uma mudança de estrutura política.

A tendência é de fracasso dos Rosados nas urnas. A velha oligarquia já pouco influi no voto majoritário. Foi assim em 2018 quando adversários os derrotaram na cidade e em 2020, quando perderam a hegemonia política local.

No domingo há grandes chances dos dois últimos tabus caírem: 1) no atual período democrático sempre um Rosado foi o deputado federal mais votado na cidade. Há grandes do presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim (SD) quebrar esta escrita; 2) desde 1998 sempre um Rosado ou um de seus agregados é o mais votado para deputado estadual em Mossoró. Hoje Isolda Dantas (PT) desponta para ser a campeã de votos na cidade, mas nomes como Jadson Rolim (SD) e Jorge do Rosário (Avante) podem conquistar esse posto.

Some-se a isso o desempenho pífio das campanhas de Sandra e Larissa e o alto risco de Beto Rosado não se reeleger.

Os sinais da virada de chave são tão grandes que a ex-governadora Rosalba Ciarlini ao decidir pelo apoio a governadora Fátima Bezerra terá um impacto irrelevante no resultado da eleição em Mossoró.

Os Rosados podem sair das urnas em 2 de outubro resumidos ao mandato de vereadora exercido por Larissa.

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Apoios dados como “certos” por Carlos Eduardo em Mossoró escolhem Rafael Motta

O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) tinha como apoios certos em Mossoró o grupo da ex-deputada federal Sandra Rosado (UB) e o da vereadora Carmem Júlia (MDB), segunda mais votada em Mossoró nas eleições de 2020.

No entanto, os dois grupos escolheram ficar com a postulação do deputado federal Rafael Motta (PSB). As parcerias foram formalizadas no final de semana.

“Estamos recebendo em nosso escritório de campanha e anunciando o nosso apoio a Rafael Motta que será o senador do nosso estado”, disse a vereadora Larissa Rosado (UB), que tenta retornar a Assembleia Legislativa. “Vamos fazer de Mossoró uma trincheira de luta para Rafael, o novo senador do Rio Grande do Norte”, completou Sandra.

Carmem Júlia e a mãe dela, a ex-vereadora Izabel Montenegro (MDB), já tinham confirmado o apoio e tiraram a foto oficial com Rafael no final de semana.

Os dois agrupamentos estão fechados com a governadora Fátima Bezerra (PT), que disputa a reeleição.

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Crise no PP pode “unir” Rosados em torno de Fátima

A crise no PP pode empurrar o rosalbismo para o palanque da governadora Fátima Bezerra (PT) num gesto de desforra contra a direção nacional que o obrigou o partido a se coligar com o Solidariedade do prefeito Allyson Bezerra.

Com Fátima já estão duas alas da família Rosado: a da ex-deputada federal Sandra Rosado (União Brasil) e da ex-prefeita Fafá Rosado (PSB).

Se o deputado federal Beto Rosado (PP) chegar trazendo a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP) fecha a trinca das três alas que no passado já se digladiaram e se uniram pelo voto dos mossoroenses.

Seria curioso!

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Sandra e Larissa emplacam cargo no Governo Fátima

O grupo da ex-deputada federal Sandra Rosado (UB) entrou de vez na base da governadora Fátima Bezerra (PT), inclusive emplacando indicações na administração estadual.

O sandrismo indicou Mariana Iasmin Bezerra Soares como diretora-geral do Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (IPEM/RN). Ela substitui Theodorico Bezerra Netto, segundo suplente de senador de Fátima nas eleições de 2014.

Até outubro do ano passado Mariana Iasmin estava no gabinete da vereadora Larissa Rosado (UB).

Sandra e Larissa fizeram parte do grupo de pessoas que acompanharam a agenda de Fátima em Mossoró esta semana e atuam dentro do União Brasil para que o partido apoie a petista.

O grupo ficou bem perto de fechar com Fátima em 2020 quando chegaram a discutir o apoio a candidatura da deputada estadual Isolda Dantas (PT) a prefeita de Mossoró.

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Larissa explica inversão na dobradinha com Sandra

O grupo da ex-deputada federal Sandra Rosado ao chegar ao União Brasil mudou os planos iniciais que seria a líder disputando um vaga na Assembleia Legislativa e a vereadora Larissa Rosado candidata a deputada federal.

Mas mãe e filha inverteram as posições na chapa proporcional com Sandra tentando ser candidata a federal e Larissa a estadual.

A vereadora explicou o motivo ao Blog do Barreto: “Nós fizemos uma avaliação e achamos que o nome dela é mais forte em nível estadual”.

O grupo de Sandra não conquista mandatos na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados desde 2010.

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Larissa vai deixar o PSDB

A vereadora Larissa Rosado está de saída do PSDB. Ela chegou a um acordo com a direção do partido e já recebeu uma carta de anuência liberando-a do compromisso partidário e entrou na Justiça Eleitoral com pedido de liminar para se desfiliar do tucanato.

“Conversei com Ezequiel e entramos num acordo e estamos conversando com os partidos”, disse. “Não tem rompimento pessoal com Ezequiel”, reforçou.

Ao Blog do Barreto a parlamentar disse que está dialogando com outros partidos, mas negou que esteja indo para o MDB. “Nunca conversei com o MDB”, garantiu.

PC do B, Republicanos e União Brasil são opções para se filiar e disputar uma vaga na Câmara Federal.

O movimento também é acompanhado pela ex-deputada Sandra Rosado que deve ser candidata a deputada estadual.

Nota do Blog: não se surpreenda se Larissa entrar na base da governadora Fátima Bezerra (PT).

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Ex-deputado revela bastidores de um rompimento político

Em um artigo intitulado “Caminhos da Política” o ex-deputado federal Laíre Rosado revelou os bastidores do histórico rompimento de seu grupo político com a família Alves, encerrando uma parceria que na época já durava duas décadas.

Laíre compara a frieza com que Garibaldi Alves Filho (MDB) descartou o primo Henrique Alves (MDB) com a experiência que ele viveu 16 anos atrás.

Vale a apena a leitura do texto publicado em O Mossoroense. Segue na íntegra:

CAMINHOS DA POLÍTICA

O ex-senador Garibaldi Alves afirmou que rompeu política e familiarmente com o ex-deputado Henrique Alves. Quando do rompimento de Carlos Augusto com os tios, Dix-huit declarou que, em política, o primeiro que apodrece é o sangue. Na aliança política entre familiares o vínculo se mantém enquanto atende ao interesse de todos.

Em 2006, Garibaldi nos fez passar por vexame semelhante ao que está expondo Henrique. Acreditava que o apoio de Rosalba Ciarlini era fundamenta para sua eleição ao Senado. Foi assim que, pelo telefone, marcou encontro comigo e com Sandra, em nosso apartamento na capital do estado, no cruzamento das ruas Antônio Basílio com Rui Barbosa.

Uma visita do grande líder Garibaldi deveria ser motivo de alegria, mas não foi o que aconteceu. Depois dos cumprimentos iniciais, sem arrodeio, disse que estava precisando do apoio da ex-prefeita de Mossoró e avisava que eu e Sandra, então deputada federal, deveríamos buscar outro partido, deixando o PMDB, partido a que estávamos filiados há vários anos. De maneira enfática, repetiu que não teríamos mais espaço para disputar novas eleições filiados ao partido onde tivemos grandes vitórias.

Ponderei que poderíamos conviver com Rosalba em um mesmo partido. Não havia necessidade de cancelamento de nossa filiação ao PMDB, partido que amávamos e onde nos sentíamos confortáveis. Pedi somente que, caso ele concordasse, queria que o anúncio dessa nova composição fosse feito por nosso intermédio, para evitar uma reação maior dos correligionários. Fiquei surpreso com a reação de Garibaldi, afirmando não havíamos entendido sua decisão e que tínhamos que sair do PMDB. E completou, quanta ironia meu Deus, que entenderia qualquer posição que assumíssemos.

Perguntei sobre o diretório municipal do PMDB em Mossoró e ele respondeu que esse assunto não era mais de minha responsabilidade. Perguntei ainda se Rosalba assinaria ficha de filiação partidária e, mais uma vez, ele não me respondeu. Sempre fui muito tranquilo em minhas reações emocionais, mas não suportava a decepção profunda que tomou conta de Sandra

Não procurei o deputado Henrique Alves acreditando que, mesmo se não concordasse com Garibaldi, não o enfrentaria, quando a justificativa era sua eleição ao Senado. Procuramos Geraldo Melo, além de correligionário, nosso amigo, com provas de solidariedade desde o tempo de Vingt Rosado. Contamos da visita de Garibaldi e ele demonstrou perplexidade, sem querer acreditar no que estava ouvindo. Perguntou se nós concordaríamos em um novo encontro, dessa vez com a sua presença. Geraldo seria candidato ao Senado nessas eleições e tinha interesse em manter unido a base de apoio. Viajei até Brasília e, no apartamento de Sandra, conversamos novamente com Garibaldi, com a participação de Geraldo Melo.

Sandra deixou um muito claro a Garibaldi que estávamos atendendo a uma sugestão de Geraldo, mas não acreditava que Garibaldi reconsiderasse sua decisão de não nos querer no PMDB. Em poucos minutos, diante da frieza e Garibaldi, Geraldo foi acometido de uma crise de enxaqueca que o obrigou a usar medicamentos para concluir o diálogo.

Não havendo mais nada a acrescentar, Garibaldi despediu-se de mim e de Sandra e convidou Geraldo para descerem juntos no elevador, para analisar algum detalhe da conversa, disse ele. Geraldo lhe respondeu que, diante das colocações que havia escutado, não havia mais espaço para nenhuma conversa.

Foi então que Sandra, olhando para os dois, disse “Geraldo, hoje, nós somos os traídos, mas amanhã você é quem será enganado por Garibaldi. Há indícios seguros de que ele já fechou com a candidatura de Rosalba Ciarlini ao Senado.” Ao que parece, Geraldo imaginou essa hipótese inteiramente impossível, mas foi o que aconteceu.

Poucos dias depois de Garibaldi formalizar o apoio a Rosalba como candidata ao Senado, encontramo-nos com Geraldo que foi se dirigindo a Sandra e afirmando, “amiga, você tinha toa razão. E eu não quis acreditar que isso pudesse acontecer”.

No final, Sandra foi reeleita deputada federal. Rosalba foi eleita senadora, com o apoio de Garibaldi. Geraldo não conseguiu voltar ao Senado e o próprio Garibaldi foi derrotado por Wilma de Faria, eleita governadora do estado. Passado o período eleitoral, Garibaldi chegou a reconhecer que tinha cometido um erro político ao trocar o apoio de Sandra e Laire por Rosalba e Carlos Augusto. Não somente por conta de votos, mas pelo desequilíbrio que isso provocou em Mossoró e Região Oeste.

Quem sabe, no futuro Garibaldi Alves volte a admitir ter incorrido em outro erro político, desta vez mais grave que o primeiro. Afinal de contas, como ele mesmo declarou, é um rompimento familiar e político.