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Reportagem

O fato incomum que levou o Solidariedade a ter quatro cadeiras na Câmara Municipal

O Solidariedade fez a maior bancada partidária da Câmara Municipal elegendo quatro vereadores. O resultado se deveu a “loteria das sobra”, situação sempre imprevisível na montagem das nominatas.

O partido elegeu dois parlamentares de forma direta, ou seja pelo Quociente Partidário (quociente eleitoral dividido pelo número de votos dos partidos) e dois pelas sobras.

Não é comum nas eleições para a Câmara Municipal um partido eleger dois parlamentares por esse caminho. Tanto que nas contas dos organizadores de nominatas sempre se espera fazer um pelas sobras.

E como se chega a uma vaga pelas sobras? Vamos reproduzir a explicação da Justiça Eleitoral:

Divide-se o quociente partidário – parte inteira ou fracionária – pelo número de vagas conseguidas + 1. Sobras = Quociente Partidário de cada partido ou coligação DIVIDIDO POR Nº de vagas obtidas + 1 Exemplificando : A coligação X alcançou 5,5 quocientes, já tem 5 vagas garantidas, divide-se 5,5 por 6 (6 seria o número de vagas pretendidas) = 0,91666. Repete-se a operação para todos os partidos que atingiram o quociente eleitoral. Ganhará a primeira vaga da sobra aquele partido ou coligação que obtiver a maior fração. Caso haja outras sobras de vagas, a operação será repetida para cada uma delas, ganhando sempre aquela agremiação partidária ou coligação que obtiver a maior fração. A Justiça Eleitoral possui um sistema que realiza tanto os cálculos dos quocientes eleitoral e partidário quanto das sobras automaticamente após a totalização dos votos.

Tabela mostra como o Solidariedade conquistou duas vagas pela média, mais conhecida como “sobras”

Sendo assim o Solidariedade pegou a primeira e a última (ver imagem acima) sobra elegendo respectivamente Marckut da Maisa e Paulo Igo.

O fato incomum resulta das mudanças nas regras eleitorais para este ano cuja principal medida é o fim das coligações proporcionais. Se as estas ainda existissem mais chapas teriam eleito parlamentares pelo quociente partidário e poucos entrariam pelas sobras (este ano foram 11 dos 23 e em 2016 seis dos 21).

Talvez nas próximas eleições quando teremos menos partidos (caso a previsão de fusões partidárias se confirme para os próximos anos se confirme) a tendência de chapas fazendo mais de um vereador pelas sobras se torne uma rotina.