A linha que separa a defesa da coerência e a birra política

Tem gente que defende a retomada dos investimentos da Petrobras em Mossoró, mas está feliz com a instalação da Petrorecôncavo na capital do Oeste e reconhece que pelo menos parte dos empregos perdidos será recuperada.

Desejar o melhor para sua cidade não pode ser confundido com radicalismo. Aceitar de bom grado a vinda da Petrorecôncavo não quer dizer que alguém mudou de opinião.

Eu me incluo neste grupo. Achei bom e defendi que a empresa tenha sede em Mossoró, mas ainda considero que seria melhor a retomada dos investimentos da Petrobras.

Mas me curvo à realidade imposta: a venda de 34 campos de petróleo do Rio Grande do Norte para a iniciativa privada.

Não se sente convencido? Então façamos um exercício: imagine se a governadora Fátima Bezerra (PT) ou a deputada estadual Isolda Dantas (PT), para citar as mais criticadas, agissem para boicotar a empresa?

Você certamente estaria chamando as petistas de radicais, burras e acusando-as de não ter compromisso com o desenvolvimento de Mossoró e do Estado. Elas apenas agiram com responsabilidade diante de um fato consumado. Não precisa ser esperto para compreender isso. Basta não ter uma deficiência cognitiva programada que já é possível separar o joio do trigo.

O bom senso exige receber a Petrorênconcavo de braços abertos, mas ciente de que não se trata de uma panaceia que vai fazer a economia de Mossoró voltar ao que ser um dia já foi. Há muito trabalho pela frente e a necessidade de se criar novas frentes produtivas é urgente.

Incoerente é acusar de incoerente quem se deixou levar pelo bom senso e compromisso com a economia do Estado. Temos o razoável agora e sonhar com o ideal é um direito que não se pode abrir mão.