
Não é o habitual uma governadora deixar de ir a Assembleia Legislativa em dia de leitura da mensagem anual, que marca a abertura dos trabalhos no parlamento. Encarando uma greve geral contra a reforma da previdência Fátima Bezerra (PT) preferiu não encarar o confronto.
Deveria ir.
Como escrevi na semana passada: a governadora insiste no impossível. Nenhum sindicato vai formar consenso em torno de uma reforma previdenciária por mais que o governo seja de esquerda. Fátima cumpriu a obrigação de abrir diálogo.
Abre aspas para a governadora: “Não irei ao legislativo acirrar uma discussão que está em plena negociação, que é o caso do projeto de reforma da previdência. A minha luta com estes, que são companheiros de uma vida inteira, é e sempre será no campo do diálogo. Respeitando a livre manifestação dos nossos servidores – e entendendo que estamos em processo de diálogo – resolvi enviar a mensagem em cumprimento ao regimento”.
Com R$ 130 milhões de déficit e um prazo curtíssimo de seis meses para se adequar à Constituição Federal e se habilitar para receber transferências não obrigatórias que serão fundamentais para por a folha em dia a governadora tem um alto custo político a pagar.
Para o Governo, quanto mais rápida a reforma tramitar melhor. Para a oposição é hora de fazer a chefe do executivo sangrar mesmo que alguns deputados venham ao final a votar favorável à reforma.