Mossoró é conhecida por ter eleições acirradas e os números mostram que este é o padrão desde o pós-redemocratização.
Mesmo no auge da popularidade, quando era tida como “mais popular que santa Luzia”, padroeira da cidade, a ex-governadora Rosalba Ciarlini (hoje no PP) só venceu com folga em uma das quatro eleições que conquistou o Palácio da Resistência.
Em 1988, Rosalba derrotou Laíre Rosado por 7.081 votos. Em 1992, outra eleição apertada, com outro prefeito lendário, Dix-huit Rosado, vencendo Luiz Pinto por apenas 4.393 sufrágios de diferença.
Só em 1996 houve uma vitória acachapante de Rosalba, quando ela voltou ao poder vencendo a rejeitadíssima vice-prefeita Sandra Rosado por 31.289 votos de diferença.
Em 2000, Rosalba venceu Fafá Rosado, uma novata na política, por uma margem muito menor 14.839 votos de diferença. A maioria de Rosalba foi 52,5% menor entre eleição e reeleição.
Nas duas eleições seguintes (2004 e 2008) Fafá, já apoiada por Rosalba, bateu Larissa Rosado por 23.055 (nesta eleição os votos da oposição se dividiram com a candidatura de Francisco José) e 19.180 votos.
Em 2012, mais uma eleição voto a voto com Cláudia Regina batendo Larissa por 5.295 sufrágios. Com as 11 cassações de Cláudia foi necessária uma disputa suplementar com Larissa disputando a eleição sob a condição provisória de inelegível, numa disputa completamente atípica em que Francisco José Junior obteve 31.862 votos de maioria, a maior no atual período democrático.
Em 2016, em um confronto com o novato Tião Couto, Rosalba venceu por 15.486 sufrágios de vantagem. Em 2020, ela foi derrotada por Allyson Bezerra por 6.263 votos de diferença.
Com intenção de votos variando entre 67% e 76% nas pesquisas divulgadas em julho e tendo adversários, que juntos mal conseguem somar dois dígitos, o prefeito caminha para uma vitória que rompe com todos os paradigmas eleitorais.
À preço de hoje seria uma vitória com mais de 50 mil votos de maioria numa cidade que tem quase 185 mil eleitores.
Diferente das eleições de 1996 e 2014, os adversários, até aqui, sequer esboçam sinais de competitividade.
O padrão eleitoral em Mossoró é de diferenças abaixo de 20 mil votos. Não será o caso ao que tudo indica.