O prefeito Allyson Bezerra (SD) tendo ou não razão chamou a governadora Fátima Bezerra (PT) para a briga gerando um fato político ao tornar pública uma dívida de R$ 125 milhões do Governo do Estado com o Município de Mossoró.
A estratégia do confronto, em que ele chegou a acusar a governadora de penalizar Mossoró, deu o play no processo eleitoral na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte.
Fátima é forte na cidade. Vem de três grandes votações em disputas majoritárias na capital do Oeste. Em 2014, quando se elegeu senadora, recebeu 69,83 % dos votos válidos. Em 2018, derrotou a estrutura municipal sob o comando de Rosalba Ciarlini (PP), que tinha o filho candidato a vice-governador. Foram duas vitórias tranquilas no primeiro e segundo turno.
Ano passado nem os 86% de aprovação de Allyson foram suficientes contra Fátima em Mossoró onde ela recebeu 60,67% dos votos válidos.
Fátima foi eleita e reeleita sem grandes esforços em Mossoró. Com Lula presidente, o que gravitar em torno da líder petista é o que ameaça os planos eleitorais do prefeito em um cenário em que os Rosados estão ficando distantes da condição de alternativa de poder.
Allyson poderia até compor com Fátima a partir de um aprofundamento de uma eventual parceria institucional, mas tem escolhido gravitar em torno de José Agripino (União Brasil) e do senador Rogério Marinho (PL). Ao partir para o confronto público deixa clara a estratégia de tentar desgastar a imagem de Fátima para não correr riscos de ser surpreendido em 2024.
Allyson deu play no processo eleitoral.