O Rio Grande do Norte está afundado numa crise que se arrasta há oito anos. Toda e qualquer medida impopular do Governo do Estado precisará do crivo da casa que geralmente não cria empecilhos aos que sentam na cadeira de governador.
Qual a moral de um parlamento que aprova para seus membros um “extra” de R$ 4,1 milhões a título de retroativo de 13º salário e férias de uma lei que nem existia?
O argumento de que se trata de uma questão legal é questionável. Afinal de contas tudo é legal porque foram os próprios deputados que legislaram em causa própria.
Ao Portal Nominuto a casa informou que os retroativos são referentes aos anos de 2017 e 2018 e que a medida não vai onerar os cofres públicos porque os pagamentos estavam suspensos.
A base legal é uma decisão que iguala os parlamentares aos demais servidores públicos com direito a 13º salário e férias.
Não se trata de ser contra ou a favor de os parlamentares receberem 13º salário e férias, mas de ver em curso um tapa na cara dos servidores estaduais que convivem com salários atrasados desde setembro de 2013.
O contexto não permite que a Assembleia aprove uma medida como essa. É hora de dar exemplo para contribuir para que o Estado saia da crise.
Enquanto uns acumulam boletos, outros terão um extra.
A Assembleia está com a moral abalada para aprovar medidas impopulares.
Nota do Blog: o único deputado que anunciou que não quer receber o benefício foi Kelps Lima (SD).