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Folga de Carlos Eduardo ou eleição apertada? Institutos trazem números divergentes em Natal

Esta semana foram publicadas duas pesquisas em Natal com números totalmente divergentes em relação ao quadro envolvendo o líder de intenções de votos na corrida pela cadeira mais confortável do Palácio Felipe Camarão.

Tanto a pesquisa Datavero quanto a Exatus foram realizadas no mesmo final de semana: a primeira nos dias 7 e 8 de setembro e a segunda nos dias 7 e 8, o que demonstra o retrato eleitoral da mesma época.

Na pesquisa Datavero, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD) está em franco declínio. Caindo de 39,9% em agosto para 33%, 6,9 pontos percentuais a menos.

Já os adversários, os deputados federais Paulinho Freire (UB) e Natália Bonavides (PT), oscilaram positivamente dentro da margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Paulinho subiu de 19,8% para 22,6%, alta de 2,8 pontos percentuais. Natália saiu de 13,3% para 14,6%, 1,3 ponto percentual.

Já na pesquisa Exatus, o quadro é de crescimento de Carlos dentro os limites da margem de erro que é de 3,46 ponto percentual. Saindo de 36,88% em julho para 38,13%, alta de 1,25 ponto percentual.

Numa coisa as duas pesquisas se assemelham: os crescimentos de Paulinho e Natália.

O candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu de 19% em julho para 22,63%, subida de 3,63 pontos percentuais. Já a escolhida pelo presidente Lula saiu de 12,38% para 14,25%, crescimento de 1,87 ponto percentual.

Mas o ponto principal da divergência é: qual o tamanho da vantagem de Carlos? São 10,4 pontos percentuais conforme a Datavero ou 15,5 como aponta a Exatus.

A segunda pergunta é: Carlos caiu vertiginosamente como diz a Datavero com a eleição ficando em aberto? Ou oscilou positivamente e está próximo de vencer no primeiro turno como afirma a Exatus que apontou o pessedista com 49,43% dos votos válidos?

São perguntas que o tempo vai responder na medida em que as eleições se aproximam.

 

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Fracasso do “sábado verde” preocupa coordenação da campanha de Dr. Ednardo em Patu

A multidão esperada para a movimentação política do candidato Dr. Ednardo no sábado (24), não apareceu. O “sábado verde” foi anunciado como o dia em que a população de Patu mostraria seu apoio ao candidato da situação, Dr. Ednardo, com passeata, carreata, inauguração de comitê e comício.

O público esperado não compareceu e obrigou a campanha a divulgar o evento político através de imagens fechadas, evitando registrar o fiasco.

Segundo relatos de quem estava na movimentação, a coordenação da campanha estava irritada. Brigas com comissionados e cobranças tomaram o lugar do clima de “já ganhou”, que até bem pouco tempo reinava na campanha de Ednardo Moura.

Ganhar deitado na rede?

Na pré-campanha em Patu, circulava entre os apoiadores do atual prefeito Rivelino Câmara e do seu candidato a sucessão, Dr. Ednardo Moura, a ideia de que o candidato da situação ganharia a eleição “deitado em uma rede”.

O fracasso do “sábado verde” se tornou um recado das ruas.

 

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Análise: Allyson chama adversário para a polarização

Do ponto de vista jurídico a ação (saiba mais AQUI) do prefeito Allyson Bezerra (UB) impugnando a candidatura de Lawrence Amorim (PSDB) é frágil porque ele já tem o nada consta do Tribunal de Contas da União (TCU), inclusive já anexado no registro na Justiça Eleitoral.

Do ponto de vista político, em tese, faz menos sentido ainda. Allyson lidera todas as pesquisas com folga e Lawrence é um candidato em busca de um fato novo para sair do fosso que o separa do burgomestre.

No “beabá” da política restaria a Allyson “cozinhar” a campanha até 6 de outubro e iniciar o processo de candidatura a governador em 2026 no dia seguinte.

Mas o prefeito decidiu chamar Lawrence para briga. No controle da situação, ele decidiu escolher quem terá a chance de polarizar com ele.

O que explica a escolha?

O outro candidato com estrutura é Genivan Vale (PL), que tenta emplacar o “bolsonarismo moderado” em Mossoró. Parêntese: não existe moderação numa seita extremista.

Allyson sabe que o eleitor bolsonarista o venera sem precisar falar as barbaridades que o ex-presidente fala nem usar a religião evangélica para fazer proselitismo político como pastores célebres costumam fazer.

Frise-se que o prefeito detesta o PT, a esquerda e qualquer movimento progressista embora tenha muitos votos neste eleitorado justamente por não dizer barbaridades em entrevistas.

Como o eleitor bolsonarista é mais fiel ao líder da seita, Allyson atua para fidelizar o eleitor de Bolsonaro e evitar que Genivan cresça sem precisar brigar com este adversário. Basta chamar quem tem o apoio do PT para a briga que é suficiente para assanhar o eleitor engajado do bolsonarismo.

De quebra ele antecipa o debate para 2026, quando pretende atuar como o “antiFátima” (em alusão a governadora) daí escolher o candidato apoiado pela governadora para chamar para a polarização.

Lawrence sabe disso, mas sabe também que ganhou uma chance de ouro para crescer se souber ajustar o discurso.

A ação de Allyson é frágil juridicamente, mas politicamente é uma tentativa de manejar o processo para não correr risco de sofrer uma queda vertiginosa nas pesquisas.

Apesar de compreender a jogada, considero desnecessária e até mesmo burra. Mas quem tem 70% de intenções de votos e uma aprovação que orbita a casa dos 80% acha que tudo que faz é genial.

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Fátima se arriscou pelo piso dos professores

A governadora Fátima Bezerra (PT) fez um esforço nunca visto no Rio Grande do Norte para garantir o pagamento do piso nacional dos professores, incluindo os aposentados, coisa que quase nenhum estado faz.

Não há lastro orçamentário para sustentar o pagamento do reajuste salarial da maior categoria do serviço público estadual.

Fátima em nome da coerência com a parlamentar que lutou pelo piso dos professores fez um esforço diante da pressão descomunal do Sinte/RN e da direita que cobrava coerência.

Agora o Ministério Público questiona a constitucionalidade das leis que reajustaram os salários dos professores alegando falta de lastro orçamentário. É aí que está o risco corrido por Fátima: ela poderia muito bem responder uma ação por dano ao erário, o que não aconteceu até aqui.

A oposição que derrubou a manutenção da alíquota modal de 20% do ICMS, reduzindo para 18% tem culpa nisso.

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Para o “moralista” General Girão ser corrupto pode, o que não pode é ser de esquerda (mesmo que os citados não sejam)

“Moralista” daqueles com o dedo apontado para chamar quem não gosta de “corrupto”, o deputado federal General Girão (PL), como todo bolsonarista não sustenta o discurso diante dos fatos.

Questionado em entrevista a 98 FM, Girão declarou que o ex-vereador de Natal que disputa a Prefeitura de Parnamirim Salatiel de Souza (PL) está perdoado pelo envolvimento no escândalo que resultou na Operação Impacto, que apurou corrupção de edis na votação do Plano Diretor de Natal em 2007.

Para justificar a posição, ele se apegou a Bíblia, mesmo livro escrito na “Era do Bronze” citado pelos bolsonaristas para discursos homofóbicos, racistas e misóginos, mesmo a mensagem de Jesus Cristo caminhando em sentido oposto, ou seja, de tolerância e respeito.

“A Bíblia é muito clara em relação a isso. Jesus pediu: ‘aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra’. As pessoas pecam, erram. Muitos políticos hoje com mandato cometeram erros no passado, se corrigiram e vieram para dentro. As pessoas que eu tenho apoiado que cometeram erros no passado estão se corrigindo.Tem muitos que não se corrigiram e que ficam querendo pregar moral com as cuecas aparecendo. A gente tem que ter convicção e ser coerente com as pessoas e nossas consciências”*, disse.

Na visão do militar fardado de político, ser corrupto pode. O que não pode é ser de esquerda ainda que de esquerda a pessoa não seja. Um parêntese: quem não for bolsonarista, para o bolsonarista é “de esquerda”.

“Não tem opção em Parnamirim que não seja votar em Salatiel. Se não, é votar na esquerda. Não tem opção em Natal que não seja votar em Paulinho Freire. Se não, é votar na esquerda. Carlos Eduardo e Natália Bonavides (adversários de Paulinho) são dois políticos de esquerda. A gente não quer entregar o poder para a esquerda, porque temos um exemplo negativo no Rio Grande do Norte”, disse Girão.

Lembrando que dos nomes citados só a deputada Natália Bonavides realmente é de esquerda.

Em síntese: para Girão o que não pode é ser de esquerda, LGBTQA+, negro, feminista e outras posturas que o bolsonarismo não tolera. Se for corrupto e abraçar a cartilha das atrocidades que Jair Bolsonaro e seus cupinchas reproduzem está liberado.

*Aspas extraídas do Portal Agora RN.

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O que Rogério tem a dizer sobre superfaturamento na Codevasf na gestão dele?

O senador Rogério Marinho (PL) era o ministro do desenvolvimento regional na época em que ocorreram os casos de superfaturamento na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) identificados pela Controladoria Geral da União (CGU).

A estatal estava sob o comando da pasta que Marinho comandava no Governo Jair Bolsonaro (PL).

A suspeita é de desvios que somam R$ 7,3 milhões em superfaturamento em contratos para colocação de asfalto em 10 estados, entre eles o Rio Grande do Norte.

As irregularidades no RN foram encontradas nas cidades de Tangará, Lajes, Campo Redondo, Jaçanã, Santa Cruz, Lagoa Nova, Parelhas, Currais Novos e Lajes Pintadas.

Até agora Rogério não deu qualquer declaração sobre o assunto. Se fosse algum adversário da esquerda certamente estaria usando a expressão “aparelhamento do estado” que repete como um mantra apapagaiado.

Rogério Marinho é apontado como um dos protagonistas do escândalo conhecido como “Tratoraço” que usava justamente a Codevasf para irregularidades com o dinheiro público.

E aí, Rogério o que o senhor tem a dizer sobre esse escândalo da época que a Codevasf estava sob sua influência?

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Desaprovação de Fátima está alastrada em todos os municípios pesquisados no RN

A impopularidade da governadora Fátima Bezerra (PT) deixou de ser um fenômeno restrito a Natal e Parnamirim e se alastrou pelo interior do Rio Grande do Norte, onde a petista se mostrou fortíssima nas três ultimas eleições quando se elegeu senadora e depois para o executivo estadual em duas oportunidades.

A desaprovação nas cidades do interior tem variado entre 55 e 58%, já em Natal e Parnamirim, principais municípios da região metropolitana da capital, está na faixa de 70%.

A gestão dela apresenta bons números na segurança e mantido a folha salarial em dia, mas tem sido insuficiente em setores da educação, saúde e infraestrutura.

A governadora entrou numa espiral negativa desde os ataques criminosos realizados em março do ano passado e não conseguiu melhorar a imagem da gestão. Para piorar ainda mais a situação pipocaram imagens e denúncias sobre as péssimas condições das estradas estaduais, derrubando a avaliação do Governo.

Ela lançou um programa de recuperação de estradas e tem poucos menos de dois anos para se desincompatibilizar do Governo para disputar o Senado com melhora na avaliação. O abril de 2026 parece distante, mas para o tempo da política a margem bem curta.

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Homenagem ao MST não pode, mas pode título de cidadania para Bolsonaro e governador de São Paulo

Não faz dois meses que os deputados estaduais de direita impediram a deputada estadual Isolda Dantas (PT) de realizar uma sessão solene em homenagem aos 40 anos de fundação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), um dos mais importantes do país.

O ódio ao movimento social impediu que a homenagem fosse realizada mesmo com o MST sendo o maior produtor de arroz orgânico do país e sendo fundamental para a agricultura familiar que ajuda a abastecer a mesa dos brasileiros.

Esses mesmos deputados, sem qualquer resistência parlamentar ou polêmica na mídia potiguar, conseguiram aprovar com facilidade os títulos de cidadania potiguar para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Bolsonaro é famoso pelas frases preconceituosas em relação aos nordestinos e durante os quatro anos em que foi presidente pouco fez pelo Estado. O gesto mais conhecido dele no Rio Grande do Norte foi tirar a máscara de uma criança em Pau dos Ferros em plena pandemia de covid-19.

A aprovação do título vem em um momento em que Bolsonaro está afundado em denúncias de corrupção. Ele sempre pregou contra os direitos das minorias sociais e está cada vez mais evidente que liderou tentativas de golpe de Estado que resultaram na intentona bolsonarista de 8 de janeiro de 2023.

Tarcísio foi ministro da infraestrutura em um período em que a estradas no Rio Grande do Norte só fizeram piorar, isso inclui as BRs. Atualmente governa São Paulo fazendo a Polícia Militar de lá se tornar uma das mais violentas do país.

Os títulos, como a negativa da homenagem ao MST, são pura politicagem de uma direita tacanha.

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Lawrence vacila nos acenos à esquerda e o risco de repetir Carlos Eduardo

O presidente da Câmara Municipal de Mossoró Lawrence Amorim (PSDB) ainda não fez os acenos necessários ao eleitor de esquerda, que anda amuado com a decisão do PT de apoiar o tucano nas eleições para prefeito da segunda maior cidade do RN.

Lawrence já perdeu a primeira oportunidade que seria tomar a frente da audiência pública que fará a reparação histórica pela moção de apoio ao Golpe Militar aprovada pela casa em 1964.

Ele deixou que a vereadora Marleide Cunha (PT) tomasse a frente.

Resta a Lawrence fazer um mea culpa pelo apoio dado à reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Até aqui o silêncio reina e Lawrence perde tempo na oportunidade de ter no eleitor de esquerda um impulso para alavancar sua campanha.

O titubeio lembra Carlos Eduardo Alves (na época no PDT, hoje no PSD) na disputa pelo Senado em 2022. Líder nas pesquisas ele apostou que o eleitor de esquerda viria por “osmose”, o que não aconteceu.

O então deputado federal Rafael Motta (na época no PSB, atualmente no Avante) fez os acenos à esquerda, tirou votos de Carlos e isso garantiu a eleição do azarão Rogério Marinho (PL) ao Senado.

Lawrence sequer goza do favoritismo de Carlos Eduardo, pelo contrário está mais de 60 pontos percentuais atrás do prefeito Allyson Bezerra (União), favoritaço a reeleição.

Ainda assim subestima o eleitor de esquerda.

 

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Genivan tenta atrair eleitor bolsonarista falando em algo que extremistas detestam: diálogo

Patinando nas pesquisas, o representante do bolsonarismo na corrida ao Palácio da Resistência, o ex-vereador Genivan Vale (PL) tem falado muito em diálogo e moderação nos vídeos que posta nas redes sociais.

No entanto, há um divórcio entre o objetivo de atrair o público-alvo e a mensagem. Genivan precisa do eleitor bolsonarista para se alavancar neste período de pré-campanha.

O problema é que o bolsonarismo está situado na extrema direita, um campo político autoritário e por natureza movido por ódio e preconceito.

Falta a Genivan o discurso que agrega (a palavra soa irônica, eu sei) o bolsonarismo: a exclusão de quem pensa diferente. Noves fora, os absurdos que defendeu na pandemia a vida pública dele não linka com bolsonarismo raiz.

Daí o mau desempenho nas pesquisas e manutenção do eleitor bolsonarista de Mossoró no projeto de reeleição do prefeito Allyson Bezerra (União).

Sábado Genivan e o PL receberam o espalhador de fake news e discurso de ódio travestido de deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG) para tentar colar no bolsonarismo. Na semana passada, o jovem de ideias retrogradas protagonizou cenas lamentáveis no Congresso Nacional em que ficou próximo de trocar socos com o deputado federal André Janones (Avante/MG).

Se há algo que passa longe da figura de Nikolas é o simbolismo do diálogo.