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Flávio Rocha e as contradições de um defensor do “estado mínimo” que busca financiamentos estatais

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Hoje o ex-deputado federal Flávio Rocha desembarca em Mossoró para lançar o “Movimento Brasil 200”, às 15h, no auditório do Garbos Recepções e Eventos. A iniciativa não deixa de ser interessante porque propõe um debate honesto a partir de elementos de uma direita democrática que o Brasil precisa para estancar as alternativas autoritárias que estão colocando a cabeça para fora após mais de 30 anos de silêncio.

Primeiro é preciso lembrar que é importante sim que a direita e a esquerda façam um debate honesto sobre questões sociais, economia, saúde, segurança, educação e, em menor escala, temas comportamentais que só servem para expor uma enfadonha histeria conservadora.

Entendo que o “Movimento Brasil 200” é importante nesse sentido, principalmente se conseguir impor no campo da direita assumida ideias democráticas.

No entanto, o problema está no idealizador do projeto. Flávio Rocha que prega o “estado mínimo” num dos países mais desiguais do planeta onde os seis mais ricos reúnem uma fortuna equivalente aos 100 milhões mais pobres segundo relatório da ONG britânica Oxfam.

Além disso, Flávio Rocha, dono da gigante Richuelo, é um empreendedor que curte um financiamento público e uma isenção fiscal. Entre 2009 e 2016, ele pegou mais de R$ 1,4 bilhão em empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a sua Guararapes deixou de pagar R$ 542 milhões ao erário graças ao programa de isenção de impostos. Ao mesmo tempo, Flávio Rocha se disse “vítima do Estado” e defendeu a extinção do BNDES. “Pelo que você está falando parece que um aluno liberal, por exemplo, não pode estudar na UFRN, da mesma forma que eu que sou um liberal não posso usar uma estrada daqui até o aeroporto. Estou dizendo é que não devem existir esses mecanismos de deformação. Não tem que ter o BNDES. Agora seria uma penalização se toda empresa têxtil tivesse acesso ao crédito do BNDES e o Rio Grande do Norte não tivesse o mesmo acesso. Mas eu quero lhe dizer que eu preferia que não existisse BNDES porque o BNDES é uma máquina de quem sabe fazer para dar para quem sabe conversar. Nós somos muito melhores em fazer do que conversar, mas temos que conversar, fazer power point, botar uma gravata, mostrar nosso projeto aqui na fábrica de Extremoz para não sair fora do jogo”, justificou Flávio Rocha em entrevista a Agência Saiba Mais.

Flávio encara um processo na Justiça do Trabalho em que acusado de irregularidades nas relações trabalhistas nas facções que prestam serviços à Guararapes. Na ação de R$ 38 milhões ele se defende afirmando que gerou empregos ao realizar o sonho de levar desenvolvimento para o interior do Rio Grande do Norte através do Pró-Sertão. Não é bem o que falou o diretor industrial da Guararapes Jairo Amorim em depoimento à Justiça do Trabalho que explicou que o projeto teve a finalidade de diminuir custos e garantir mais agilidade na entrega dos produtos (que demoravam até seis meses para chegar da China) para a Guararapes. “Em função disso, apresentei à empresa que era melhor repatriar produtos porque ganhava em tempo de entrega. Reduzimos de seis meses para 45 dias com as oficinas de costura e, (produzindo) em outros Estados, recebíamos com 60 dias. Percebendo isso, a empresa aprovou a proposta e começamos a verificar o potencial que já havia em algumas oficinas do interior que não temos na Guararapes. E fui ao interior verificar se essas oficinas eram legais. Me surpreendi com o nível das oficinas. A primeira que visitei foi em Acari. Aprovado o modelo (do programa Pro-Sertão) pelo Governo do Estado, via secretaria de Desenvolvimento Econômico, vimos a oportunidade de fomento industrial”, afirmou Jairo em depoimento reproduzido pela Agência Saiba Maias.

As facções do Pró-Sertão foram um grande negócio para o empresário “vítima do Estado”.

A ideia do “Movimento Brasil 200” é importante e tende a enriquecer o debate dando aos liberais uma relevância maior e mostrando que a direita é algo além de ideias toscas e preconceituosas. Mas as contradições sempre vão perseguir seu idealizador.

Nota do Blog: eu, jornalista Bruno Barreto, não tenho nada contra empresários buscarem financiamentos em bancos estatais. Apenas fiz uma observação nesse texto quanto à contradição de quem prega o “estado mínimo” e utiliza-se de benefícios estatais para projetos particulares.

Foto: UOL

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Mesmo líder nas pesquisas, Fátima Bezerra tem candidatura fragilizada

Historicamente Fátima sempre colou imagem em Lula
Historicamente Fátima sempre colou imagem em Lula

Fala-se que a senadora Fátima Bezerra (PT) lidera porque tem os votos históricos do PT no Rio Grande do Norte. Oscilando entre 20 e 25% nas pesquisas, a parlamentar na verdade bate com folga a média histórica do partido em eleições para Governo do Estado, mas isso não significa que ela seja favorita consolidada a essa altura do campeonato como era Rosalba Ciarlini em 2010, por exemplo.

O PT do Rio Grande do Norte não disputa o Governo do Estado desde 2002 quando Ruy Pereira obteve 147.380 (11.24%) votos.  Esse foi com folga o melhor desempenho de um candidato petista ao Governo. Como não tivemos petistas disputando o executivo estadual nos pleitos de 2006, 2010 e 2014 não há parâmetro que indique que Fátima esteja limitada a um suposto patamar histórico do partido ao oscilar entre 20 e 25% nas intenções de votos.

A favor dela pesa o fato de ter disputado as quatro últimas eleições em nível de Estado sendo vitoriosa em todas. Dos três pelitos para deputada federal foi duas vezes a mais votada (2002 e 2010) e venceu a ex-governadora Wilma de Faria com folga para o Senado em 2014.

No entanto, há muitos pontos que tornam a liderança eleitoral de Fátima frágil. O primeiro deles é até óbvio: a alta rejeição ao PT. Todas as mazelas da legenda vão respingar na senadora que terá dificuldades para se defender num cenário de antipatia generalizada a uma agremiação cuja a imagem dela é impossível de dissociar.

Outro ponto de fragilização para a postulação de Fátima Bezerra é a questão da segurança pública. Com a sociedade cada vez mais preocupada com o tema, o assunto será foco significativo nos debates. A esquerda historicamente tem dificuldades em apresentar soluções para o problema. O discurso da inclusão social como instrumento de diminuição da violência está em crise. Nunca tantos brasileiros foram incluídos no mercado consumidor. Nunca a violência cresceu tanto como nos governos petistas. Esse é um problema que ela terá de lidar.

A crise com o funcionalismo público é outro nó para a senadora Fátima Bezerra. Com histórico de envolvimento na luta sindical ela terá que apresentar soluções para os atrasos salariais fora da cartilha neoliberal. Até aqui não se sabe qual a solução da petista para acabar com os atrasos salariais. Conhece-se apenas as críticas da parlamentar.

Outro aspecto que atrapalha Fátima é o hábito que o PT potiguar sempre teve de nacionalizar os debates em nível estadual e municipal. A parlamentar tem a imagem muito colada em Lula e dependeria de uma candidatura dele a presidente para alavancar o potencial de votos e crescer de forma consistente. O ex-presidente está mais próximo de se tornar um presidiário do que voltar a governar o país.

A liderança de Fátima Bezerra nas pesquisas lembra muito a de outro Bezerra, o Fernando, que liderava até com mais consistência que ela em 2002 (chegou a se especular que ele venceria no primeiro turno) e terminou nem indo ao segundo turno graças a uma alta rejeição.

Rejeição é um dos problemas de Fátima como já escrevi no começo desse texto.

Na política vitórias e derrotas não são determinadas por um único fator por mais que algum seja pinçado e sobressaia a ponto de ser considerado decisivo pelo senso comum. Para minimizar essa fragilidade, Fátima Bezerra precisará fazer uma campanha cirúrgica no discurso e profissional nas ações de campanha para não ser surpreendida.

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Rosalba afirma que oposição não precisa fiscalizar unidades de saúde porque ela já conhece os problemas

Rosalba demonstra intolerância com oposição "light"

Parece manchete de sites de humor como O Sensacionalista ou Joselito Muller, mas ao final da leitura da mensagem anual a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) chamou a oposição para uma “lavagem de roupa suja” fez um apelo para que os vereadores adversários parem de mostrar os problemas nas unidades de saúde do município porque ela já sabe dos problemas.

Uma lástima que a prefeita fique no surrado discurso de que a oposição é da turma “do quanto pior melhor”.

Sem contar que o gesto dela é uma demonstração de autoritarismo de quem não aceita críticas e oposição boa é a oposição preguiçosa. É como se o PP ainda se chamasse Arena (PP e DEM são as duas crias do partido dos generais no regime militar) e a política mossoroense tivesse parado nos anos 1970.

O trecho cômico da solenidade de leitura da mensagem anual não consta no texto oficial que focou em questões administrativas sem trazer maiores novidades a não ser a impressão de que Mossoró é uma cidade em pleno desenvolvimento e que a prefeita em um ano reverteu o estrago de Francisco José Junior.

Nota do Blog: a oposição à Rosalba é uma das mais light que já vi na Câmara Municipal. A prefeita precisa entender que na democracia oposição fiscalizadora é fundamental e que os problemas mostrados são para a população tomar conhecimento.

Foto: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Mossoró

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Garibaldi e Agripino podem continuar aliados, mas em palanques diferentes

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Garibaldi e Agripino rabiscam engenharia política para serem reeleitos

Os senadores Garibaldi Alves Filho (MDB) e José Agripino Maia (DEM) quebram a cabeça para serem eleitos juntos como em 2010. Pode sair uma estratégia complexa como a mistura de água e óleo que juntou dois lados de uma mesma moeda política na década passada.

Para entender isso basta ler duas notícias verdadeiras, que se completam, mas tratadas em Natal, graças a limitação do jornalismo declaratório que não explica aos leitores o contexto da informação.

No Blog do BG foi informado que Garibaldi não vai reeditar a dobradinha com José Agripino em 2018. Veja um trecho da matéria: “O que teria levado a posição do senador do MDB são as reuniões com lideranças políticas e com parlamentares que tem mostrado que uma dobradinha dos dois senadores com vários mandatos coloca à reeleição de ambos em risco além de deixar o palanque vulnerável devido às investigações, e o tempo que ambos estão na política causando um desgaste natural”.

Logo em seguida o jornalista Heitor Gregório, da Tribuna do Norte, trouxe declarações de Garibaldi negando rompimento. Abre aspas para o senador do MDB: “Nós já temos uma aliança com o DEM e a tendência é continuar”.

As duas notícias estão corretas e não se desmentem. Pelo contrário, se complementam. Repare que em nenhum momento Garibaldi desmente o Blog do BG nem garante dividir o mesmo palanque com Agripino. Na lógica do senador não é preciso estar formalmente na mesma coligação para ser aliado. Ficar em palanques diferentes pode ser uma boa jogada para suavizar as candidaturas oligárquicas.

Para compreender o caso é preciso visitar a história recente da política potiguar para entender que na aliança entre Garibaldi e Agripino tudo pode acontecer, inclusive eles já fizeram dobradinha em coligações diferentes, mas ocupando o mesmo palanque. Em 2018, pode acontece exatamente outro paradoxo: serem aliados em palanques adversários. Tudo dependerá da ocasião.

Isso mesmo!

Em 2010, a coligação do DEM com PMN tinha Rosalba Ciarlini candidata ao Governo, Robinson Faria de vice e Agripino ao Senado. A segunda vaga à Alta Câmara não foi preenchida. Eram tempos de PMDB de Henrique Alves (que estava no palanque de Wilma de Faria e Iberê Ferreira de Souza) e PMDB de Garibaldi (que estava com Rosalba).rosalba-baner-tres

O PMDB formou uma coligação com PR e PV nas disputas proporcionais, preenchendo apenas uma vaga para o Senado com Garibaldi e sem candidato ao Governo. Dentro desse trio partidário, cada um foi para o palanque mais conveniente e no final todo mundo se juntou após Rosalba tomar posse como governadora.

Garibaldi nunca rompeu com Henrique e isso era bem claro na campanha. Estavam formalmente juntos mesmo em palanques diferentes. Por que não pode acontecer com agora entre Garibaldi e Agripino?

Vale lembrar que na relação entre Garibaldi e Agripino embora estável politicamente nem sempre os juntou no mesmo palanque.

Mais uma vez volto à história para explicar. Após mais de 20 anos em lados diferentes da mesma moeda da nossa política oligárquica, Garibaldi e Agripino dividiram o mesmo palanque no segundo turno das eleições de 2004 em Natal. Luiz Almir acabou derrotado por Carlos Eduardo Alves que apesar do sobrenome estava afastado politicamente da família e alinhado com a então governadora Wilma de Faria.

A vitória de Carlos Eduardo foi um recado para os velhos caciques. Estava rompido o status quo da política potiguar que antagonizou Alves e Maia e reproduzia essas disputas em praticamente todos os municípios do Estado desde a ditadura militar. Para sobreviver politicamente era preciso um cruzamento entre bicudos e bacuraus, assim eles se uniram em 2006. O resultado levou Rosalba Ciarlini ao Senado e a projetou para ser governadora quatro anos depois. Mas Garibaldi conheceu a primeira derrota eleitoral da carreira na famosa “surra de saia” para Wilma de Faria.

Em 2008, mesmo aliados, Agripino e Garibaldi ficaram em palanques diferentes. O primeiro apoiou Micarla de Sousa e o segundo, à contragosto, esteve alinhado com Fátima Bezerra. Em 2012, Garibaldi apoiou Hermano Morais e Agripino Rogério Marinho.

De 2006 para cá, os velhos caciques só estiveram formalmente na mesma coligação em 2006 e 2016. Está claro que os dois podem muito bem ficarem em palanques diferentes sem necessariamente agirem como adversários.

Na política tudo é possível.

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Em realidade paralela, Robinson pensa que ainda está em 2014 e é popular

Robinson Faria

O governador Robinson Faria (PSD) se sente em um mundo à parte onde a gestão dele é de excelência, o povo está ao lado dele e está pronto para derrotar toda a classe política do Estado. Pelo menos foi o que ele demonstrou em entrevista aos jornalistas Thaisa Galvão e Eugênio Bezerra da FM Cidade.

Sem qualquer preocupação o calendário ele falava dando a impressão de ainda estar em 2014 ao lembrar que após ser isolado pelos grupos tradicionais acabou vencendo as eleições derrotando Henrique Alves, atualmente um presidiário. “Quando eu saí do governo (após romper com a então governadora Rosalba Ciarlini) todo mundo rompeu comigo. Eu era um ‘leproso’. Ninguém queria nem tomar um café comigo e hoje sou governador do Estado”, disparou.

Cada vez mais isolado, Robinson acredita que o povo está ao lado dele. “Querem me isolar de novo? Que tentem me isolar. Quero ver é me isolar do povo do Rio Grande do Norte”, disparou.

O governador disse ainda que quebrou paradigmas e em três anos fez o que não fizeram em 30 anos. “Isso que é o novo”, argumentou.

Com mais de 85% de desaprovação, governador mais impopular da história potiguar, Robinson disse que pode ser candidato até sozinho. Ele também acredita que a crise acabou e quando começar a explicar o povo perceberá que nasceu “um novo Rio Grande do Norte”. “Quando cortina que escondia o belo for descortinada o belo vai aparecer”, projetou.

Nota do Blog: alguém precisa convencer Robinson Faria a fazer as pazes com a realidade.

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Articulações políticas isolam José Agripino

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Quem diria? Que o senador José Agripino, presidente nacional do DEM, algoz de Dilma Rousseff, influente no governo de Michel Temer e político dos mais importantes do Rio Grande do Norte entraria o ano de 2018 excluído das negociações políticas.

Fragilizado com alta rejeição nas pesquisas e ameaçado por Zenaide Maia (PR) na disputa pelo Senado, Agripino não tem visto o nome vinculado a nenhuma das chapas que vem sendo montadas nas negociações políticas.

Há quem aposte que o senador está menos enfraquecido do que se imagina. Há quem garanta que ele forma um grupo de prefeitos no atacado e está deixando as negociações no varejo para quando as eleições estiverem mais próximas.

Na mesma proporção, mas em sentido inverso, se conversa discretamente sobre a possibilidade de sequer ser candidato a reeleição numa improvável resignação que lhe levaria a uma candidatura a deputado federal num rebaixamento político. Difícil acreditar nessa hipótese.

Até aqui ele tem se apegado à candidatura do prefeito de Carlos Eduardo Alves (PDT) ao Governo do Estado formando um palanque exageradamente tradicional, mas que pode ter um Garibaldi Alves Filho (MDB) se desgarrando e a má vontade do líder do rosalbismo Carlos Augusto Rosado resistindo em formar uma parceria política com tantos algozes de 2014.

Esta caminha para ser a eleição mais difícil para José Agripino. Mas não subestimem sua capacidade de superação. Quem apostar todas as fichas contra o líder demista pode se arrepender.

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Robinson parece falar de si próprio ao criticar Carlos Eduardo

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O governador Robinson Faria (PSD) classificou a gestão do prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) como “extremamente convencional”, “sem grandes realizações” e com “muito marketing”. É como se o atual chefe do executivo estadual falasse do próprio desempenho à frente da governadoria.

É o sujo falando do mal lavado como diria o povão nas calçadas da vida ou na fila para atendimento médico em algum hospital público como Walfredo Gurgel onde Robinson prometia por um birô para atender o povo.

O ditado cabe em sentido literal. Na mira da justiça por conta das operações Anteros e Dama de Espadas e com a maior impopularidade da história a alcunha de “sujo” cabe bem a Robinson. Também na mira da justiça com a vantagem da benevolência do Tribunal de Justiça que rejeitou denúncia contra uma flagrante irregularidade fiscal e também impopular Carlos Eduardo Alves se encaixa com o apelido de “mal lavado”.

É constrangedor tratar com naturalidade as críticas de Robinson à Carlos Eduardo como também seria se fosse o inverso. O próprio prefeito de Natal, talvez por vergonha, se absteve de avaliar o Governo do Estado ao ser questionado por esse operário da informação em recente passagem por Mossoró.

 

 

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Candidatura de Fábio Dantas ao Governo é articulada de cima para baixo

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O presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) e o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) são os fiadores da inclusão do vice-governador Fábio Dantas (PC do B) na lista de governadoráveis que não para de crescer.

O projeto em curso tenta ocupar um vácuo bem ao estilo “novo” travestido de velho. Nos bastidores as informações sobre as articulações são variadas e imprecisas, mas uma coisa é certa: o trabalho está sendo feito para valer. Se vai se converter em chapa nas convenções de julho só o tempo dirá.

Especulou-se que seria formada uma chapa Fábio Dantas para o governo tendo um vice indicado de Mossoró que seria o deputado federal Beto Rosado (PP) mais Garibaldi Filho (MDB) e o empresário Luís Roberto Barcellos preenchendo as vagas para o Senado.

A interlocutores Garibaldi bem ao seu estilo disse nunca ter sido conversado sobre esse assunto. Por Mossoró, a informação é que o ex-deputado federal Betinho Rosado descarta ver o filho vice.

Oficialmente Fábio Dantas está rompido com o governador Robinson Faria (PSD) alegando não ter condições de esperar pela decisão do chefe do executivo estadual de ir ou não à reeleição.

O destino do vice-governador deverá ser o PSB e o da esposa dele, a deputada estadual Cristiane Dantas (PC do B), o PPL. Segundo o Portal Agora RN, Ezequiel ofereceu a Fábio Dantas o apoio de 89 prefeitos e 14 partidos, formando um dos palanques mais poderosos do pleito de 2018. O próprio Ezequiel pode ser candidato ao Senado caso não avance a aproximação com Garibaldi.

Como se vê mais um projeto político de cima para baixo tenta se impor ao povo do Rio Grande do Norte.

É muita falta de sintonia com os anseios dos potiguares!

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Kelps entra no jogo pelo Governo, mas precisa de muito mais que “pau de selfie” e um discurso articulado

kelps_pauDeputado estadual famoso pelo discurso articulado e pelo uso eficaz das redes sociais, Kelps Lima (SD) é o mais novo integrante do cada dia maior leque de governadoráveis. O Solidariedade do Rio Grande do Norte sugere que o nome dele seja incluso nas pesquisas.

Não é por menos. Kelps atua em faixa própria na política potiguar. Não é ligado aos políticos tradicionais embora tenha transitado nesse meio. Também não é de esquerda nem muito menos um outsider ou um nome ligado ao segmento empresarial.

Articulado, o parlamentar se destaca por fazer a mais contundente oposição ao governador Robinson Faria (PSD) na Assembleia Legislativa. Tem colocado o dedo na ferida em questões delicadas e comprado algumas brigas.

No primeiro teste em disputas majoritárias foi segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Natal, ficando à frente de nomes com mais tradição na política como seus colegas de parlamento Fernando Mineiro (PT) e Márcia Maia (PSDB) num pleito em que outro atual governadorável, Carlos Eduardo Alves (PDT), trucidou os adversários nas urnas.

O então candidato pelo Solidariedade teve 47.576 (13,37%) votos contra Carlos Eduardo que obteve 225.741 (63,42 %), uma acachapante diferença de 50%. Como no período que antecedeu aquele pleito, ele fez mistério enquanto pôde. Agora repete a tática de não dizer que sim nem que não quando questionado sobre disputas majoritárias, mas quando o partido que preside pede para incluí-lo nas pesquisas temos um sinal de que ao menos ele quer tomar temperatura do que o povo pensa sobre ele para voos maiores.

Na campanha para prefeito de Natal, Kelps revolucionou ao fazer as gravações usando apenas um telefone celular e usando um bom discurso. Em um partido de médio para pequeno porte em uma disputa para o governo em que corre um risco altíssimo, ele precisará de muito mais do que um “pau de selfie” e um discurso articulado para lograr êxito caso abra mão de uma reeleição certa para deputado estadual.

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Cidadania em Mossoró surfa na hipocrisia e faz turismo fora da realidade

Cada surfe de Francisco José Junior era motivo de piadas. A viagem da prefeita é um silêncio sem graça
Cada surfe de Francisco José Junior era motivo de piadas. A viagem da prefeita é um silêncio sem graça

Mossoró é um lugar estranho. Parece um romance de realismo fantástico escrito por Gabriel Garcia Marquez. Entre dezembro de 2013 e dezembro de 2016 a cidade viveu um surto de cidadania em que cada passo da gestão municipal era fiscalizado e denunciado com fervor nas redes sociais. Era uma cruzada moralista impressionante.

Pura hipocrisia, infelizmente!

Quer um exemplo? Eu dou.

Quando prefeito, Francisco José Junior era ridicularizado porque tem como hobby surfar. Era como se eu, você e os críticos da gestão dele não tivessem algum passatempo nos momentos de folga.

Cada surfe dele recebia uma sequência interminável de posts nas redes sociais, memes com piadas de mau gosto e críticas na mídia.

Agora, a prefeita Rosalba Ciarlini faz turismo pela Europa e Ásia numa viagem suntuosa em momento de crise tão grave quanto nos tempos do antecessor. A mídia faz silêncio, não há memes nem muito menos críticas.

Nem parece que a viagem da prefeita impediu o retorno das atividades da Câmara Municipal, atrasando a votação do reajuste do piso dos professores.

O silêncio sobre a vigem da prefeita surfa na hipocrisia de quem tolera tudo da chefe do executivo municipal, mas não aceitava nada do antecessor. O prefeito surfista não é diferente da prefeita turista ainda mais se a crise parece crônica.

A cidadania em Mossoró faz turismo fora da realidade de uma cidade que segue com os mesmos problemas de sempre. Em tempo: na Escola Municipal Genildo Miranda, localizada na Comunidade de Alagoinha, os pais não estão levando os filhos para aulas quando chove alegando que as paredes dão choque.

Os dois pesos e duas medidas não são apenas da imprensa, mas também de uma sociedade que só é cidadã quando não gosta de quem está no poder.

O pau que não bate na Rosa, batia em Francisco.

Nota do Blog: escrevo esse texto com a autoridade moral de quem critica a mídia natalense por ser muito mais branda com o governador Robinson Faria do que nos tempos de Rosalba Ciarlini.