A pesquisa AgoraSei divulgada pela 96 FM na última terça-feira revelou um dado importante sobre a disputa para o Senado no Rio Grande do Norte: o ex-ministro Rogério Marinho (PL) tem o maior índice de fidelização do voto.
De acordo com a sondagem 72,4% dos que declaram voto nele não pensam em mudar o voto. É um desempenho superior ao do ex-prefeito do Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) que tem 57,8% de fidelização e do deputado federal Rafael Motta (PSB) que tem 62%.
O desempenho de Rogério está intrinsecamente alinhado ao voto bolsonarista. Ele é ex-ministro que conta com a simpatia do presidente da República e isso reflete no voto fiel de um eleitorado que segue à risca a orientação do líder.
A má notícia é que Jair Bolsonaro na mesma pesquisa apresenta 60% de desaprovação, o que está semelhante a média das pesquisas de agosto.
Por mais que invista em prefeitos e lideranças políticas, o voto em Rogério está vinculado ao eleitor bolsonarista. O teto para Rogério é a intenção de votos de Bolsonaro no Rio Grande do Norte.
Para Rogério vencer ele precisa que o eleitorado lulista no Rio Grande do Norte se divida. Se de a proporção de 1/3 para cada um dos principais candidatos as chances dele aumentam.
Hoje o eleitorado lulista compõe a maior parte dos indecisos e dos que admitem mudar o voto para o Senado. É uma sinalização de compasso de espera para o voto útil.
Por isso há dois caminhos para favorecer Rogério: 1) a permanência do estado de dúvida em boa parte do eleitorado que o rechaça; 2) uma radicalização que leve a três candidaturas disputando voto a voto.
A primeira hipótese tende a ser mais difícil porque o eleitor tende a se definir para o Senado até o fim do mês, o que a depender do andamento da campanha pode concretizar a segunda.
Tudo que Rogério não precisa é de Rafael Motta ou Carlos Eduardo tendo condições de evocar o voto útil contra o relator da reforma trabalhista.
No geral, a pesquisa AgoraSei trouxe dados que confirmam sondagens da Seta e da Item: 51% dos que declaram voto consideram a decisão definitiva e outros 49% admitem mudar ou não sabem responder.
Na média das pesquisas de agosto levantada pelo Blog do Barreto, os sem voto para o Senado são 43% que se dividem entre indecisos, brancos e nulos.
É um quadro é aberto em compasso de espera para o voto útil contra Rogério na reta final.