A política brasileira sempre foi um negócio de família. No Rio Grande do Norte essa assertiva tem nível caricatural e coloca o Estado na contramão em relação a outras unidades federativas, hoje livres do jugo oligárquico.
Mesmo quando alguém quebra o revezamento de sobrenomes Maias e Alves (de vez em quando Rosados) é um nome umbilicalmente ligado ao modelo de sempre. No sofrido elefante as coisas mudam para continuar do mesmo jeito.
Como Wilma de Faria, em 2002, Robinson Faria, em 2014, não quebrou o lacre da política como coisa de família no Rio Grande do Norte. Não foram parentes, mas politicamente perderam a mesma chance de fazer uma gestão diferente do modelo tradicional tão desgastado por essas bandas.
Como todo político tradicional, Robinson colocou a esposa a frente da área social. Parecia pavimentar o caminho para a entrada dela na política, mas quando a política vira coisa de novela tudo pode acontecer.
Não precisa ser analista do discurso para perceber a existência de uma crise conjugal entre governador e primeira dama. Ao anunciar que estava deixando o Governo nas redes sociais ela agradeceu aos ASGs, garçons, motoristas, seguradores de bolsa, auxiliares técnicos, babões, etc… etc… menos ao governador. Na nota oficial do governador ele dedicou um parágrafo especial a esposa, agora ex-secretária, declarando ter dado todas as condições para ela fazer um bom trabalho. Tudo para Aguinaldo Silva nenhum botar defeito.
Na reforma administrativa feita para abafar a crise político/administrativa/familiar foi aberto um espaço para Fábio Faria (PSD), o enteado de Juliane, que se fortaleceu indicando a jornalista Stella Dantas para a pasta das relações institucionais.
Uma crise familiar com peso político é tudo que uma administração moribunda como a de Robinson Faria não precisa.
Pobre RN!