As escutas telefônicas realizadas pelo Ministério Público apontaram que o empresário Tácio Garcia e o ex-secretário de cultura Gustavo Rosado agiram para que as bandas evitassem diminuir os cachês cobrados no Mossoró Cidade Junina de 2015. A preocupação, segundo o parquet, era evitar suspeitas de superfaturamento nos anos anteriores.
Na peça enviada pelo MP ao Judiciário que resultou na Operação Anarriê consta a seguinte descrição:
“TACIO diz que CARLOS ANDRÉ ligou e comentou que ZÉ CARLOS ofereceu 400 reais para ele trabalhar em algo. TACIO diz que CARLOS ANDRÉ, HERMELINDA e JOÃO MOSSORÓ não vão trabalhar por esse valor, pois TÁCIO pagava o valor de 5 mil.
(…)
GUSTAVO DIZ QUE SÓ PEDE PARA NÃO
FAZEREM A FESTA POR UM VALOR MENOR DO
QUE A DO ANO PASSADO, PARA NÃO
COMPROMETÊ-LOS”.
Em outro trecho “GUSTAVO DIZ QUE SE SINVAL FIZER POR MENOS QUE ANO PASSADO, FICARÁ FEIO PARA ELE (GUSTAVO)”, analisa o MP.
Em uma conversa com uma pessoa identificada como Felipe, Gustavo lamenta a saída da Secretária de Cultura por ficar mais difícil provar que não roubou no Cidade Junina de 2013 (ver matéria AQUI):
“FELIPE liga para GUSTAVO e conversam sobre a saída de Gustavo da cultura e entrada de IZOLDA e comentam também sobre reação de FAFÁ em ter o afastamento do irmão dela e GUSTAVO FALA QUE TÁ TENDO QUE PROVAR QUE NÃO ROUBOU NO CIDADE JUNINA 2013 E NÃO SUPERFATUROU AS BANDAS E COMO ELE VAI FICAR AGORA, vai terminar o trabalho do cidade junina e ORGANIZAR TUDO PRA DEIXAR ENCAMINHADO”.
Em outra escuta um relato de Carlinhos Ferdebez de uma conversa dele com o então secretário municipal de meio ambiente João Gentil. Na ocasião o vencedor da licitação do Mossoró Cidade Junina de 2015 diz ter quebrado um grupo milionário e o que o dinheiro do evento não ficava todo com Tácio Garcia. “CARLINHOS diz que almoçou com o secretário de meio ambiente JOÃO GENTIL e que o secretário disse a ele que CARLINHOS quebrou um grupo político milionário, e que TACIO não fica com odinheiro todo não, que ano passado foram gasto 6 milhões. LINDOMAR comenta que a festa do Cidade Junina era “bancada” por GUSTAVO ROSADO o restante eram “laranjas”, interpretou o MP.
