“Uma nota fúnebre!” Era assim que ele sempre iniciava a fala quando informava a morte de alguém da geografia humana de Mossoró no Observador Político. Nesta sexta-feira foi com muita dor que todos nós da imprensa tivemos que noticiar sua partida, dessa vez a nota fúnebre era sobre ele.
Emery Costa deixou uma legião de admiradores pelo seu jeito simples, uma humildade que chega irritava e um humor cativante. Jornalista ético como poucos que vi na vida. Era uma reserva moral na nossa mídia.
Dividi por cerca de seis anos a bancada do Observador Politico com Emery. Chamava-o carinhosamente de “Lenda”. Mas antes já o admirava por sua escrita leve na coluna diária de O Mossoroense. Aos domingos ele sempre dava o toque diferente primeiro com as amenidades, depois com as fotos da Mossoró do passado, que talvez tenham inspirados os grupos de fotos antigas que tanto sucesso fazem hoje em dia nas redes sociais por estas bandas, com a seção “Lá se vão…”.
Nos tempos de foquinha na redação de O Mossoroense dava boas risadas quando ele entrava no recinto cumprimentando “senhores, senhoras e minhas dúvidas” sempre no final da tarde para deixar a coluna salva em disquete.
Sem Emery a geografia humana de Mossoró ficou mais pobre, mas ficam as boas lembranças, as lições dadas com seu jeito tímido e o exemplo do grande jornalista que ele foi.
Lá se foi Emery Costa deixando um rastro de saudade no túnel do tempo da história mossoroense.
