Quando era menino sempre ao final das transmissões esportivas da antiga Rádio Cabugi ouvia o bordão “me queira bem que não custa nada” na voz leve de Justino Neto.
Tinha grande admiração pelo jornalista que ao lado de Hélio de Câmara embalou os sonhos do garoto que queria ser jogador de futebol e terminou jornalista.
Quis o destino que um dia me desse a honra de trabalhar ao lado de Justino Neto na redação de O Mossoroense. Lembro-me de cada conversa, de cada conselho e das resenhas no Delícias da Praça regada pela velha e boa cervejinha.
Cerveja era geralmente a única condição para cada galho quebrado para os colegas. “Pague duas cervejas que está bom”, era o que dizia sempre que alguém lhe agradecia. Na verdade era um convite para a resenha depois do expediente cada um pagando a sua conta ou segurando a onda do amigo como fazem os bons camaradas.
Um dia Justino Neto foi embora por problemas de saúde deixando na redação suas lições de humildade e companheirismo.
Procurando no Facebook achei minhas duas últimas conversas com um dos poucos amigos de verdade que tive nesse surrado e competitivo mundo das vaidades que é a comunicação: nas duas oportunidades felicitações de fim de ano (24 de dezembro de 2014 e 31 de dezembro de 2015) para o amigo/fã deixado em Mossoró sempre respondidas com o mesmo carinho.
Agora ele parte pela segunda vez, agora sem ao menos se despedir e para sempre. Não custava nada querer bem ao amigo de Justino.