Que papelão, Josué!

Conheci o professor Josué Moreira durante as eleições de 2012. Sempre me pareceu ser um sujeito idealista e afinado com os princípios democráticos.

Suas baixas votações nas eleições de 2012, 2014 (suplementar) e 2016 atraiam um eleitor que queria mudar a política local longe dos grupos tradicionais.

Nunca o vi dizer publicamente nenhuma barbaridade, muito pelo contrário. Mas atitudes deploráveis também podem vir dos seres mais cordatos. Com a desculpa de se enquadrar num projeto que extirparia a corrupção do Brasil aderiu ao bolsonarismo.

Ontem tive um susto quando li no Blog de Thaísa Galvão que a eleição de reitor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) que o resultado da eleição seria ignorado pelo Governo Federal e que o beneficiado pelo golpe contra a democracia beneficiaria um pretenso político que se colocara como incorruptível e idealista.

Josué topou a parada.

Vai ser reitor pró-tempore graças a um argumento sem pé nem cabeça de que o verdadeiro reitor (o eleito no voto) responderia a uma sindicância provocada por denúncia do MBL e Escola sem Partido de que teria permitido uma banquinha Lula Livre num evento da Igreja Católica no campus do IFRN.

Aceitar fazer parte dessa articulação autoritária sob as bênçãos do deputado federal General Girão (PSL) colocou em Josué Moreira pecha de golpista.

O professor vai ser reitor pelas portas dos fundos, sem a legitimidade do voto e perderá as condições de posar de democrata ilibado como outrora.

Poderia muito bem seguir o exemplo do colega Lucas Dominguini que se recusou a ser reitor pró-tempore do IF de Santa Catarina e defendeu que o mais votado assumisse o cargo.

Que papelão, Josué!

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Reportagem especial

Canal Bruno Barreto