abuso da máquina pública

No dia 20 de janeiro, a Prefeitura de Mossoró publicou um edital de licitação para a contratação de 5.172 servidores terceirizados apenas para a Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania.

O contrato de 12 meses tem um custo estimado de R$ 28.714.167,43. O valor é alto.

Para se ter ideia, um arquivista tem um salário estimado em R$ 3.916,17, mas a empresa que vencer a licitação receberá R$ 9.031,88 pelo contrato, lucrando 57% em cima do valor total do empregado. Um Auxiliar de Serviços Gerais (ASG) terá salário de R$ 1.470,16 (abaixo do salário-mínimo atual que é de R$ 1.518), mas custará para os cofres públicos R$ 5.152,68 se for diurno e R$ 5.841,01 se for noturno. Isso mesmo. Tanto faz o horário que o trabalhador vai estar disponível, mas a depender do horário a empresa vai ganhar mais.

Outro dado impressionante é que só para a contratação de motoristas na categoria B serão abertas inacreditáveis 780 vagas distribuídas em horários diurno, noturnos e escalas 12×36.

Na justificativa a gestão alega escassez de mão de obra para a ‘grande demanda de serviços administrativos acessórios, assim como manter a limpeza e a conservação das estruturas das unidades de Assistência Social’. “A contratação do serviço de cessão de mão de obra faz-se necessária para atender a demanda da Secretaria de assistência social, pela prestação de serviços e suporte nos equipamentos socioassistenciais, bem como manter e conservar o patrimônio público do Município em condições de plena usabilidade”, alega.

A licitação será na modalidade “Registro de Preços”.

Recentemente a gestão de Allyson criou mais de 200 cargos comissionados fazendo Mossoró chegar a 989 empregados em funções sem concurso público, ultrapassando a Prefeitura de Natal que tem 947 e uma população quase três vezes maior.

O número de mais de 5 mil terceirizados contrasta com a atual quantidade de servidores concursados que segundo o Blog apurou nos bastidores não chega a 5 mil no município.

Além disso, a Prefeitura de Mossoró poderá contar a partir deste ano de escritórios em outros municípios em um contexto em que Allyson trabalha para se viabilizar ao Governo do Estado nas eleições de 2026.

Leia o edital AQUI

Acesse a planilha com os salários AQUI

Allyson vai criar “comitês de campanha” pelo Governo bancados pela Prefeitura

O prefeito Allyson Bezerra (UB) está em franca campanha para se viabilizar ao Governo do Rio Grande do Norte nas eleições do ano que vem.

No final de semana, ele transformou numa caravana eleitoral uma agenda oficial a Pau dos Ferros onde foi acompanhar a posse do padre Flávio Augusto na paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Pau dos Ferros.

Allyson parou em várias cidades no caminho para agendas políticas.

A tendência é que isso se intensifique nos próximos meses só que agora com a estrutura da Prefeitura de Mossoró. O prefeito institucionalizou o abuso da máquina municipal com a criação de Escritórios de Representação Institucional, aprovados na última sexta-feira pela Câmara Municipal.

Pelo texto, a gestão de Allyson está autorizada a implantar esses escritórios em qualquer cidade que tenha uma Organização Não Governamental, por exemplo. Outra clareza do texto é no sentido de que o prefeito pode usá-los como ponto de apoio para “reuniões e encontros institucionais”.

Esses escritórios terão estrutura própria, permitindo ao prefeito nomear cargos comissionados nos municípios, fortalecendo os planos eleitorais para o Governo do Estado em 2026.

Na última sexta-feira, Allyson criou mais 253 cargos comissionados com a concordância dos vereadores.

Na prática, Allyson vai espalhar comitês de campanha bancados com dinheiro público.

Nota do Blog: até considero razoável escritórios como esses em Natal e Brasília, mas a lei não delimita, deixando o prefeito livre para abrir escritórios onde desejar.