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Sorria: você foi enganado; corte do ICMS retirará recursos da saúde, educação e segurança por um desconto black fraude na gasolina – será pela metade do dobro

Por Daniel Menezes*

O governo federal fez uma gambiarra por desespero eleitoral. Mesmo sendo avisado que o problema não era o ICMS de Estados e Municípios, resolveu cortar parte do imposto e subsidiar a cobrança com o dinheiro arrecadado com a venda da eletrobras.

Ora, caro leitor, está fadado a derrota quem não escuta a ciência, quem não presta atenção em quem dedica sua vida a estudar estes ou outros assuntos. Foi dito – por economistas de diversas tendências – que quando há corte de impostos ele não é integralmente repassado ao consumidor final. E mais: com o crescimento do petróleo no mercado internacional e a petrolífera brasileira seguindo o valor do barril em dólar, era questão de tempo para que novos incrementos na gasolina e no diesel viessem a engolir o desconto inicial. Não deu outra.

A realidade se impôs mais rápido do que era possível imaginar. Primeiro, as cadeias produtivas estaduais já se articulam para abocanhar parte do desconto como recomposição de margem de lucro. Ora, os postos do RN elevaram o valor por ação local, um meio para que, quando a queda chegar, ele seja dado já sobre uma base maior ao estilo black fraude – pela metade do dobro.

E com o preço defasado do petróleo no Brasil, já que os combustíveis no país estão dolarizados, os novos aumentos irão engolir a queda inicial. Esta sexta já virá um. O presidente Jair Bolsonaro e seus liderados como sempre agem como se não fossem governo. Negociaram com a diretoria indicada em maioria pelo próprio governo o aumento e foram para as redes sociais criticar a mesma elevação. Pura encenação.

E ficamos assim – retiraram recursos da saúde, educação e segurança para uma farofada que não terá qualquer efeito, a não ser piorar a vida de quem depende de serviços públicos prestados pelos Estados e Municípios.

Parabéns aos envolvidos.

*É professor da UFRN e editor de O Potiguar.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

 

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“Sabe quem veio junto com Bolsonaro a Natal? Mais um aumento no preço da gasolina e do diesel”, diz Fátima

A governadora Fátima Bezerra (PT) usou as redes sociais para satirizar a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Natal nesta sexta-feira.

“Sabe quem veio junto com Bolsonaro a Natal? Mais um aumento no preço da gasolina e do diesel”, escreveu no Twitter.

Justamente no dia que o presidente veio ao Rio Grande do Norte a Petrobras anunciou reajuste de 5,18% no preços da gasolina e 14,26% no diesel.

O presidente tem transferido a culpa pelo aumento dos combustíveis aos governadores por causa do ICMS. Ontem, em Natal, os noves chefes de executivo nordestinos assinaram carta condenando o PLP 18 que mexeu no tributo estabelecendo um teto de 18%.

Ontem quando esteve em Natal o ex-presidente Lula (PT) disse que se for eleito presidente vai mudar a política de preços implantada no governo Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro.

O presidente por outro lado disse em entrevista à 96 FM que defende uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras.

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Em Natal, Lula firma compromisso com redução dos preços dos combustíveis e “cutuca” Rogério Marinho

Durante o ato “Juntos pelo RN” o ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas para presidente da República com chances de vitória no primeiro turno, prometeu mudar a política de preços da Petrobras.

Ele disse que iria “abrasileirar” os preços que hoje seguem uma paridade internacional. “Nós vamos ‘abrasileirar’ os preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha. Eu fiquei oito anos na presidência da república e a gente não aumentou o gás de cozinha porque é um elemento da cesta básica”, frisou.

O líder petista reconheceu que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é alto, mas não é o responsável pela alta dos preços dos combustíveis. “Eu acho que o ICMS é alto mesmo, mas a gente não pode colocar a culpa nos governadores”, declarou. “Mexeram na política de preços para favorecer 392 empresas que estão importando gasolina dos Estados Unidos”, completou.

Lula disse que vai dar uma guinada na forma de administrar o Brasil. “Nós vamos fazer uma coisa que é normal mais uma vez: colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda para que a gente possa mais uma vez ter dinheiro suficiente para resolver os problemas deste país”, frisou.

Em outro trecho do discurso, Lula demonstrou incomodo com a tentativa de excluir o PT dos méritos pela transposição das águas do Rio São Francisco e não poupou o ex-ministro Rogério Marinho (PL). “Eu não poderia conceber a ideia de que uma parte do país via a sua cabrinha morrer de sede, o seu cachorro morrer de sede e a vaquinha morrer de sede porque não tinha um pouco d’água. Nós além de fazer a transposição, que agora o Bozo está dizendo que ele que fez. Outro dia eu vi um baixinho, um tal de Marinho, é daqui? Eu não sabia de onde ele era. Eu sei que ele é dos preferidos do Bozo e ele estava numa TV pública dizendo que levou água para o Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará. O desgraçado não quer nem pagar pelo plágio que está fazendo porque todo mundo sabe que quem construiu 88% do canal foram os governos do PT”, declarou.

O evento contou com as presenças da governadora Fátima Bezerra (PT), do pré-candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), do ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT), vice-governador Antenor Roberto (PC do B), do deputado federal Rafael Motta (PSB), do ex-senador Garibaldi Alves Filho (MDB), da deputada federal Natália Bonavides (PT), do deputado federal Walter Alves (MDB), dos senadores Jean Paul Prates (PT) e Zenaide Maia (PROS), dos deputados estaduais Francisco do PT e Isolda Dantas (PT) e das vereadoras vereadoras Brisa Bracchi e Divaneide Basílio (PT).

Reação

Rogério foi as redes sociais rebater o ataque. “Lula vem ao meu estado e me chama de ‘baixinho e desgraçado’. Não sabe ele que a estatura física pouco importa. O que realmente importa é a ESTATURA MORAL ! Exatamente o que falta a ele na sua vergonhosa trajetória política”, escreveu no Twitter.

Ele ainda acusou o ex-presidente de mentir. “Lula continua o mesmo:Mentiroso e arrogante! Mentiu quando disse que a Transposição do São Francisco seria concluída em 2012,voltou a mentir quando marcou a conclusão para 2015. Quando chegamos ao Gov, encontramos obras paradas,canais p refazer, abandono,um mar de irregularidades*”, disparou.

*Grafia conforme a postagem de Rogério Marinho.

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“Estão retirando recursos do povo brasileira para distribuir aos acionistas da Petrobras”, diz Zenaide ao justificar voto contra PLP

A senadora Zenaide Maia (PROS) afirmou que o PLP 18 além de tirar recursos de serviços essenciais não vai resolver o problema da alta dos combustíveis. “Estão retirando recursos do povo brasileira para distribuir aos acionistas da Petrobras”, criticou.

A parlamentar reforçou que a medida, que deve ter votação concluída na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, prejudica serviços essenciais oferecidos por Governos Estaduais e Prefeituras sem trazer redução nas bombas. “Estão votando contra os recursos da saúde, educação e assistência social e basta o dólar subir que anula qualquer medida dessas”, explicou.

Para ela o foco é preservar os lucros dos acionistas da Petrobras. “Os acionistas da Petrobras são sagrados e o povo que morra de fome. É isso que está sendo proposto com esse PLP 18”, declarou.

Zenaide ainda lembrou que Programa do Leite e o Restaurante Popular serão prejudicados no Rio Grande do Norte.

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“Única solução é demitir o próprio presidente”, diz Jean Paul

O senador Jean Paul Prates (PT-RN) afirmou que a demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, é uma manobra do presidente Jair Bolsonaro para tentar atribuir a culpa da alta dos combustíveis aos seus auxiliares.

“É mais um capítulo de uma novela da qual já conhecemos o enredo e o desfecho. Bolsonaro faz um gesto para os caminhoneiros e seu eleitorado na tentativa de demonstrar que está lutando contra as altas nos preços dos combustíveis demitindo primeiro o presidente da Petrobras e agora o Ministro das Minas e Energia, quando a única solução para o problema é a demissão do próprio Presidente da República”, declarou o Líder da Minoria.

Para Jean, Jair Bolsonaro utiliza dessas “manobras” para desviar a atenção dos brasileiros dos “reais problemas do país”.

“Os preços dos combustíveis vão continuar em disparada até que, a exemplo de outros países, o governo tenha a coragem de estabelecer algum tipo de política de Estado para conter esse fenômeno. O governo diz que não tem recursos para isso, mas patrocina uma proposta no Congresso que vai significar despesas de R$ 100 bilhões para construir gasodutos que ligam lugar nenhum a coisa nenhuma. Até as eleições veremos mais manobras pirotécnicas como essa e nenhum efeito positivo para a população, só pra agradar a turma dele”, criticou o senador.

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Combustíveis: o Senado está fazendo — e bem — a sua parte

Por Jean Paul Prates*

Está pronto para votação no Senado um conjunto de medidas que podem garantir uma redução significativa no preço dos combustíveis para os consumidores brasileiros. No caso do gás de cozinha, a redução no preço, em 40 dias, pode chegar aos R$ 30. Já o valor cobrado no litro de gasolina pode recuar em cerca de R$ 3.

Essa é a realidade, bem diferente do que querem fazer supor as afirmações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que acusou o Senado de ser o “culpado” pela alta dos preços dos combustíveis.

O deputado Lira queixou-se de o Senado não ter votado um projeto aprovado na Câmara que oferece apenas uma solução parcial para o problema. Mas o conjunto de medidas que vem sendo organizado pelo Senado desde o começo do último dezembro é muito mais eficaz.

Não cabe, portanto, desviarmos o foco do que realmente interessa — a alta desenfreada do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha e suas consequências devastadoras para a economia do País e para os orçamentos das famílias. Para apontar o dedo para falsos culpados, já temos o presidente da República, que distribui acusações a torto e a direito, mas não olha no espelho.

Conversei, na manhã desta segunda-feira (17), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que reiterou seu compromisso de levar à votação o conjunto de medidas para baixar o preço dos combustíveis assim que retomarmos os trabalhos legislativos.

São dois projetos de lei que instituem aas medidas necessárias para estabilizar o preço dos combustíveis e não deixa a população tão refém da gangorra internacional da cotação do barril de petróleo—oscilação, diga-se, sobre a qual o País não tem qualquer governabilidade.

O PL 1472/21 é de autoria da Bancada do PT, tem como primeiro signatário o Senador Rogerio Carvalho (PT-SE), e foi relatado por mim na Comissão de Assuntos Econômicos, onde já foi aprovado. O segundo é PLP 11/21, do deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT).

O projeto proposto pelo PT institui um fundo de compensação, uma espécie de “câmara de amortecimento”, que vai permitir que nos momentos agudos de alta do petróleo os preços não disparem tão vertiginosamente, como acontece agora. Em períodos de baixa internacional no preço, a queda aqui no mercado interno também não será tão acentuada.

Esse fundo de compensação será financiado por um imposto de exportação e mais diversas outras fontes, advindas do setor de petróleo, como dividendos da Petrobras pagos ao governo federal, royalties, participações especiais e outros tributos específicos do setor de petróleo, além de saldos de fundos estatais e também reservas internacionais em dólar.

Isso vai assegurar que o gerador do derivado de petróleo — gasolina, diesel, gás de cozinha e outros — seja ele uma refinaria ou um importador, receba a remuneração de sua produção pelo preço internacional de paridade, mas que o País possa absorver uma parte do impacto dos aumentos, sem repassá-lo ao consumidor final.

O segundo capítulo desse conjunto de medidas, o PLP 11/21, trata do ICMS, que tem fomentado muita polêmica e apontado como “vilão” nos falsos argumentos usados pelo governo Bolsonaro para explicar a carestia dos combustíveis.

Se é verdade que os estados ganham mais a cada alta dos combustíveis, é obrigatório lembrar que o percentual de ICMS não se altera, o que sobe é o preço de referência. Se os estados abrissem mão dos ganhos a cada alta, ainda assim haveria uma série de entes privados lucrando com a disparada desses preços, que não seria detida pelo “altruísmo” dos governos estaduais.

Numa ponta, portanto, as medidas que serão votadas pelo Senado atuam sobre os preços de referência, como propõe o projeto do PT. Na outra ponta, aplicam uma solução inteligente e racional à cobrança do ICMS, transformando-o em um tributo monofásico.

Isso significa que o ICMS vai incidir sobre os combustíveis apenas “na porta da refinaria”, quando será cobrado todo o tributo devido, inclusive o que será cobrado dos postos e das distribuidoras. Além disso, o cálculo do ICMS não será mais feito com base em uma alíquota percentual, mas em uma alíquota ad rem, ou seja, um valor fixo em reais.

O valor proposto para vigorar este ano é de R$ 5,42 e foi calculado com base em uma média no que foi cobrado de ICMS nos últimos seis meses. Com o valor fixo, os governos deixam de ser sócios da alta dos preços e ganham a vantagem da previsibilidade de arrecadação com o tributo sobre os combustíveis.

Por fim, é essencial lembrar que todo o esforço do Poder Legislativo — Senado da República e Câmara dos Deputados — para equacionar e mitigar a disparada dos preços dos combustíveis está limitado à nossa esfera de atuação.

Quem poderia resolver completa e profundamente a questão seria o Executivo, que autoriza a Petrobras a praticar o chamado “Preço de Paridade de Importação” (PPI), uma política que ignora a autossuficiência do Brasil em petróleo e cota os preços de uma produção nacional como se esse óleo viesse do estrangeiro.

A PPI, adotada no governo Temer e conservada intacta pela dupla Bolsonaro/Paulo Guedes, é a grande responsável pelo descalabro enfrentado hoje por quem precisa de um botijão de gás para cozinhar ou de abastecer seu carrinho para ir ao trabalho.

O Legislativo não pode revogar a PPI, mas não tem medido esforços para reduzir os estragos causados por essa opção, voltada exclusivamente para garantir o lucro de uma minoria de acionistas privados da nossa estatal Petrobras.

É hora, portanto, de louvar os esforços do Legislativo e torcer para chegar fevereiro. Não haverá festa nas ruas, mas teremos uma solução para o flagelo da alta dos combustíveis.

*É senador pelo PT/RN.

Este texto não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema. Envie para o barreto269@hotmail.com e bruno.269@gmail.com.

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Para Jean Paul, alta dos combustíveis e do gás de cozinha passa pela venda de refinarias da Petrobras

O Líder da Minoria no Senado Jean Paul Prates (PT-RN), afirmou, nesta terça-feira (23), que uma das principais razões para a alta do preço dos combustíveis e do gás de cozinha tem como base a venda de oito refinarias pela Petrobras.

A política de preços praticada hoje pela estatal para o mercado de combustíveis brasileiro foi implementada na gestão de Pedro Parente no governo Temer, em 2017. Mantida por Bolsonaro, ela obriga todas as refinarias a praticarem a “paridade de preços internacional” (ou PPI). Com isso, os preços de venda no mercado interno são reajustados de acordo com a variação imediata dos valores do dólar e do barril de petróleo.

“É a venda das nossas refinarias que faz o governo federal lutar tanto pela paridade de preços internacionais no lugar de praticar um preço mais baixo para o mercado interno e para a população brasileira. Quem está sendo penalizada é a dona de casa que não tem um botijão de gás e é obrigada a buscar alternativas que colocam em risco sua vida”, afirmou.

CADE

A corrida do governo para liquidar refinarias da Petrobras foi desencadeada a partir de um inquérito administrativo aberto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para apurar suposto abuso de posição dominante no mercado nacional de combustíveis, em dezembro de 2018.

No entanto, em vez de apresentar sua defesa, a Petrobras preferiu oferecer rapidamente oito de suas refinarias, como forma de “estimular a concorrência”, e aceitou assinar um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) sem que tenha havido investigação analítica dos mercados regionais e sem esperar que o CADE concluísse o processo e determinasse ou não qualquer medida anti-concentração.

“Acho fantástico que o presidente da Petrobras venha aqui afirmar que a estatal não tem monopólio e não é a única supridora do mercado nacional. Então, por que a Petrobras não afirmou isso ao Cade, quando, na época, o órgão acusou a empresa de monopólio do refino e a empresa assinou um termo de venda de oito refinarias? Por que a empresa não se defendeu? Quem prevaricou? Quem decidiu isso? A gestão da Petrobras tem o governo federal como acionista majoritário”, questionou o parlamentar ao presidente da estatal Joaquim Silva e Luna, na Comissão de Assuntos Econômicos.

“Não tem lógica, se o preço praticado no mercado de combustíveis é o preço internacional, como a Petrobras estaria exercendo dominância do mercado interno. Não fazem sentido as alegações do Cade. Não tem cabimento a Petrobras não se defender e decidir vender nossas refinarias”, completou.

Autossuficiência

O Líder da Minoria, mais uma vez, afirmou que os governos militares, civis e democratas sempre lutaram pela autossuficiência da Petrobras, para ter um preço diferenciado no mercado interno.

“Desde Getúlio, sempre lutamos para que a Petrobras fosse autossuficiente, não dependesse de importação e tivesse um preço mais justo no mercado interno sem depender do mercado internacional. Agora, onde está a vantagem da autossuficiência se ela é jogada fora por um PPI?”, disse.

Em resposta, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, afirmou que a autossuficiência é estimulada com novos investidores e novos investimentos.

Para o Senador Jean, as respostas do presidente da Petrobras foram insuficientes e pouco nítidas e demonstram a necessidade do Congresso se debruçar sobre uma proposta para conter a alta dos combustíveis.

Jean é relator do PLP 1472/21, que propõe a criação de um fundo para amortecer a flutuação de preços de derivados de petróleo no mercado interno e evitar alta nos valores dos combustíveis.

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Entenda porque a gasolina é mais cara em Natal do que em João Pessoa

Natal tem registrado gasolina na casa dos R$ 6,40 (Foto: Internet)

O tema das constantes altas no preço dos combustíveis definitivamente não sai da boca e da cabeça dos potiguares. No último sábado (10), O Blog do Barreto apresentou uma reportagem especial trazendo a visão de especialistas e mostrando porque o preço dos combustíveis não para de subir no Brasil. (Veja mais AQUI)

Acerca desse debate, um ponto que constantemente vira motivo de discussão entre os populares é “Porque em muitos municípios do Rio grande do Norte a gasolina é mais cara do que em estados vizinhos, como na Paraíba?” João Pessoa, a capital paraibana hoje cobra, em média, R$ 5,43 centavos em um litro de gasolina.

O Dirigente do Sindicato dos Petroleiros do RN (Sindipetro/RN) Pedro Lúcio Goes apresenta algumas motivações que fazem a gasolina em Natal, por exemplo, ser mais cara do que em João Pessoa. Através de suas redes sociais ele comenta:

“Mesmo sendo duas capitais próximas, o preço médio da gasolina em Natal é R$ 6,28 enquanto em João Pessoa é R$ 5,43. O que explica essa diferença? O valor dos impostos estaduais e federais incidentes sobre a gasolina no RN e na PB são exatamente os mesmos – 29% de ICMS e 11,8% de CIDE, PIS/PASEP e COFINS. Em Guamaré (RN) a gasolina é vendida pela Petrobras por ~R$ 2,60 e em Cabedelo (PB) por ~R$ 2,59” afirma.

O Sindicalista comenta que, em sua opinião, a diferença de preço deve estar na distribuição e revenda do produto. “Fazendo a conta de trás pra frente, descobrimos que a distribuição e revenda em Natal corresponde a 17% (R$ 1,114) do valor final, enquanto que em João Pessoa a fatia desse segmento é de 11% (R$ 0,618)”, aponta Pedro Lúcio.

Ele também lembra que que essa diferença no custo de produção e revenda ocorre por vários fatores, dos quais ele destaca: concorrência e infraestrutura de distribuição – Guamaré está a 173km de Natal enquanto Cabedelo está a 16km de João Pessoa.

Preços abusivos e dificuldade na fiscalização também contribuem para preços elevados

Na última sexta-feira (9) a Agência Saiba Mais divulgou com exclusividade que a gasolina vendida em Natal pode estar até R$ 0,22 centavos mais cara do que o que deveria. Segundo a reportagem, a tabela de Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) de combustíveis, elaborada pela Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) estipula que o preço do combustível na capital potiguar deveria ser de até R$ 6,18, mas a média de valores após o último reajuste chegou a R$ 6,40.

De acordo com o Saiba Mais, em 1º de julho, antes do último aumento, do dia 5, o valor estimado por litro do combustível era R$ 5,96 para o Rio Grande do Norte, quando os postos da capital potiguar já ofereciam por uma média de R$ 6,24.

O Portal conversou com o coordenador do Procon RN, Thiago Gomes que confirmou as dificuldades para multar e garantir preços mais adequados na capital e no interior do estado, uma vez que no RN a justiça teria o entendimento de que ao aplicar multas aos donos de postos o Procon estaria tentando tabelar os preços.

“Temos vários processos como esse dentro do Procon, porém é demorado e exige atenção e discussão junto ao Judiciário. Em outros estados, a gente tem um entendimento diferente do nosso aqui, que o órgão pode sim autuar e multar. É uma luta constante. O Procon não está de braços cruzados, mas devemos fazer tudo de forma responsável para não prejudicar o consumidor”, detalha, ao explicar como se dá o processo” afirmou Thiago ao Saiba Mais.

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Gasolina, diesel e gás de cozinha, por que tão caro?

Por Pedro Lúcio Góis

O preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha estão tão altos no Brasil porque a Petrobrás adotou uma política de preços que segue o dólar e o preço internacional do barril de petróleo, apesar de produzirmos e refinarmos tudo nacionalmente.

Há três motivos principais para que Bolsonaro adote essa política de preços, afinal ele poderia alterá-la no momento que quisesse.

Primeiro, a pressão das importadoras de derivados¹, aquelas empresas que trazem de fora para vender aqui dentro do Brasil. São empresas milionárias que aumentam seu lucro cada vez que a Petrobrás sobe o preço da gasolina, por exemplo.

Segundo, a pressão dos acionistas minoritários² – o majoritário é o povo brasileiro – pelo máximo de lucros e dividendos no curtíssimo prazo em detrimento das necessidades de médio e longo prazo do povo brasileiro, afinal é só isso que essa política absurda causa. Esses acionistas são, em sua maioria, os grandes bancos e uma meia dúzia de famílias em Brasília, Rio, São Paulo, ou EUA.

Terceiro, a pressão pela privatização da Petrobrás, iniciando pelas suas refinarias³. Quando o governo decide dobrar as pernas para o mercado na política de preços da Petrobrás ele está sinalizando para os gaviões que estão de olho na privatização da Estatal, afinal, nenhuma multinacional que comprar vai querer o governo interferindo na sua política de preços, elas vão querer cobrar o mais caro possível.

Qual a solução, baixar os impostos? Os impostos são os mesmos desde 2015, nada mudou. Pelo contrário, pode apostar que no momento seguinte à redução dos impostos, o preço subiria novamente, afinal o mercado não quer perder.

Então a solução é alterar a política de preços da Petrobrás e utilizá-la pensando no povo brasileiro, colocando suas refinarias pra funcionar, cancelando as privatizações e adotando um critério nacional e não internacional de preços, afinal, como já disse, a Estatal produz, refina e vende nacionalmente.

Fontes:

1 – https://fup.org.br/ultimas-noticias/item/26204-porque-a-abicom-o-ibp-e-a-cni-afrontam-os-caminhoneiros

https://forbes.com.br/forbes-money/2021/01/abicom-diz-que-petrobras-tem-precos-predatorios-e-recorre-ao-cade/

2 – https://ineep.org.br/nova-conselheira-ve-petrobras-na-contramao-das-tendencias-do-setor333651/

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/11/petrobras-preve-distribuir-ate-us-35-bi-em-dividendos-em-5-anos.shtml

3 – https://www.infomoney.com.br/mercados/preco-de-venda-de-refinaria-pela-petrobras-fica-abaixo-do-esperado-e-ja-reflete-receio-de-ingerencia/

 

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.