Categorias
Artigo

Se a política está carnavalizada, politize-se o carnaval

tuiuti-2-600x338

O carnaval 2018 deu o tom político que aguardamos para esse ano. A folia foi uma mistura de “Fora Temer” nos blocos com críticas sociais nas escolas de samba. A política carnavalizada foi cutucada com louvor pelo carnaval politizado.

Os efeitos são incalculáveis e vão muito além do fato de as escolas de samba campeã e vice do carnaval carioca terem apostado em críticas sociais em seus enredos.

O Brasil está mais atento aos acontecimentos da política do que há dez anos, por exemplo. A questão primordial é que nos governos de FHC e Lula o país viveu 16 anos de estabilidade política e econômica. Coisa rara em nossa história.

Quando as coisas vão bem nesses campos mesmo que com alguns percalços morais e as crises comuns ao sistema capitalista, as pessoas tendem a se preocupar menos com a política.

O ano de 2018 será o mais politizado deste século. Do ponto de vista político e prático 2018 começou quando o segundo turno do pleito de 2014 acabou. Nunca uma eleição presidencial foi tão antecipada como a de outubro vindouro. Talvez isso explique o grande número de candidatos competitivos, ainda que nivelando por baixo, e a pulverização das intenções de votos nas pesquisas.

O único que sobra nessa curva é o ex-presidente Lula que está mais próximo da prisão que das convenções do PT, previstas para julho.

A corrupção política entrou nas nossas casas a ponto de o cidadão médio não separar mais a classe política entre honestos e desonestos, mas entre “quem rouba, mas faz” e os que “roubam e nada fazem”.

Daí a política carnavalizada politizar o carnaval foi um passo.