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Análise

O exemplo do PT de Pernambuco que serve para as disputas proporcionais no RN

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Em 2014 o PT pernambucano tinha condições de eleger deputados federais sem precisar se coligar. A nominata própria garantiria a eleição de deputados federais para o partido. Mas coligar foi uma necessidade imposta pela política.

Resultado: o PT teve 384.699 (8,58%) votos para deputado federal e mesmo sendo a quarta legenda mais votada não elegeu nenhum parlamentar.

Sozinho faria três. O PT é disparado o partido mais prejudicado pelo sistema de coligações. Sem elas teriam 22 deputados a mais na Câmara Federal para citar um exemplo.

O assunto é um dos destaques do livro “Representantes de Quem? Os (des)caminhos do seu voto da urna à Câmara dos Deputados” do cientista político Jairo Nicolau.

O que aconteceu no PT de Pernambuco há quatro anos serve para várias agremiações que organizaram nominatas e agora sofrem pressões para se coligarem nas chapas proporcionais para beneficiar grandes legendas como MDB, PR e DEM que não se organizaram ao longo dos últimos anos.

O próprio PT potiguar corre esse risco na chapa para Assembleia Legislativa onde firmou aliança com o PHS do deputado Souza e o PC do B de Carlos Augusto Maia. Os principais nomes do petismo nesta chapa são do interior abdicando da densidade eleitoral de Natal.

Em 2012 o PTB de Mossoró tinha a melhor nominata com folga e sem precisar fazer coligação faria dois vereadores. O partido coligou e trouxe Ricardo de Dodoca. No fim só o vereador foi eleito e os petebistas ajudaram a eleger Tomaz Neto cujo único candidato era ele próprio.

Não coligar é bom negócio para as legendas menores e organizadas até porque quem não atingiu o quociente eleitoral a partir desse ano pode eleger um nome pelas “sobras”. O PSOL é sério candidato a se dar bem nessa nova realidade elegendo um nome para Assembleia Legislativa.

Portanto, muito cuidado com a coligação que vai formar nas convenções a partir de 20 de julho. O grande acordo de hoje pode ser o fracasso de amanhã.