O Grupo de Trabalho estadual de acompanhamento das medidas governamentais e privadas relacionadas ao novo coronavírus (GT Covid-19), alertou que não há respaldo científico para fechamento de leitos destinados ao tratamento de pacientes com sintomas do novo coronavírus em Natal no momento. O alerta foi feito por meio de uma nota pública divulgada nesta quarta-feira, 15, no site do Ministério Público Federal (MPF). O GT Covid-19 é formado por procuradores do MPF no Rio Grande do Norte.
Na nota, o Grupo faz referência a dados da plataforma Regula-RN, desenvolvida pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN). “O Hospital de Campanha e o Hospital Municipal de Natal, referências no combate à pandemia, estão com 100% dos leitos de UTI e semi-intensivos (chamados de leitos críticos) ocupados. Dados gerais do estado indicam uma ocupação média de 85,7% desses leitos. Na Região Metropolitana de Natal, a taxa chega a 88,1%”, diz o texto.
Ainda de acordo com a publicação do site, ontem, 14, relatório do LAIS/UFRN apontou que de 18 pacientes que aguardavam vagas de UTI ou de leitos semi-intensivos no estado, oito eram da capital potiguar. “Também foram identificados oito leitos críticos bloqueados nos hospitais de Natal, por falta de equipamentos (ventilador pulmonar, monitor multiparâmetro) ou de pessoal. A equipe técnica reitera que ‘a situação epidemiológica é de extremo cuidado e todas as iniciativas devem se manter, sejam as de prevenção concernentes ao isolamento social possível na retomada econômica gradual e progressiva, como a continuidade da ampliação de leitos’”, acrescenta a publicação.
“Além disso, o fechamento de leitos voltados à pandemia pela prefeitura do Natal descumpre a portaria no 1949, de 14 de julho, da Secretaria Estadual de Saúde Pública do RN (Sesap), que determina a necessidade de comunicação prévia e autorização para desativação de leitos covid-19”, reforça o texto.
Na postagem, o Grupo também lembrou que a retomada das atividades econômicas não essenciais implica na possibilidade de retorno do crescimento da doença. Ainda de acordo com a publicação, a capital do Estado recebeu mais de R$ 41 milhões do Fundo Nacional de Saúde especificamente para ações de combate ao novo coronavírus.
Dados observados na Sala Pública do RegulaRN, às 18h05 desta quarta-feira, 15, informavam que a ocupação de leitos críticos do SUS no Hospital de Campanha de Natal era de 100% e no Hospital Municipal de Natal o índice era de 88,2%.
Cinco leitos de UTI estavam bloqueados no Hospital Municipal de Natal e três leitos estavam bloqueados no Hospital de Campanha de Natal.
Havia dois leitos de UTI disponíveis no Hospital Municipal de Natal.
Com informações da assessoria de comunicação do MPF