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Estado e Prefeitura devem juntos mais de R$ 1,5 milhão ao Centro de Oncologia

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Os serviços em oncologia estão sendo novamente paralisados em Mossoró. O permanente atraso no repasse de verbas do Sistema Único de Saúde compromete o atendimento aos pacientes com câncer e agrava a crise financeira do hospital.

As dívidas acumuladas do município e estado com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mossoró já ultrapassam R$ 1,5 milhões. A pendência maior é da Prefeitura Municipal, que deixou de pagar ao COHM a produção dos meses de junho e julho.

Em valores exatos, o montante da dívida acumulada da Prefeitura com o Centro de Oncologia é de R$ 831.096,41. Do total, cerca de R$ 70 mil são de despesas com médicos e R$ 761 mil de serviços hospitalares. As dificuldades não param por aí.

Se não bastassem as pendências da Prefeitura, o COHM sofre também com o atraso no recebimento de dinheiro do SUS por parte do Estado. O governo deve ao hospital o faturamento do mês de julho. Em números precisos, o total é de R$ 702.353,19.

Além desse valor, o Estado ainda deve ao Centro de Oncologia R$ 116 mil de produção de 2015. São recursos de despesas com quimioterapia e exames.Sem a verba, o atendimento à população fica comprometido e o tratamento do câncer prejudicado.

“Mais uma vez, consultas, cirurgias e a até a quimioterapia estão sendo paralisados. Não temos como manter a regularidade nos serviços, se chega a faltar dinheiro para comprar medicamentos e pagar funcionários, que estão com seus salários com dois meses de atraso”, diz o médico José Cure de Medeiros, diretor-técnico do hospital.

Para se ter ideia do cenário real, desde maio o hospital não consegue mais pagar regularmente os plantões dos médicos. “Somente com esses profissionais, há uma dívida de R$ 480 mil”, diz Cure, além de R$ 600 mil com folha de pessoal. A dívida do hospital já supera R$ 1 milhão.

PLUS

A situação financeira do hospital agrava-se ainda mais, segundo Cure, por causa da falta do pagamento do “plus” (complementação da tabela do SUS) pelo Governo do Estado, como é feito em Natal e Parnamirim.Lá, o Estado paga 150% de adicional, em todos os serviços médicos,sobre a tabela SUS.

Ademais, o Estado paga R$ 1.500,00 por uma diária de UTI em Natal, quando em Mossoró o valor não ultrapassa R$ 500,00 pelo mesmo tipo de atendimento. “Não temos mais como bancar esses custos”, garante Cure, lamentando que a falta de compromisso das autoridades públicas, prejudique os pacientes.