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Pacientes voltam a ser atendidos nos corredores do HRTM

Nos últimos dois dias, o Hospital Tarcísio Maia passou a reviver uma situação por muito tempo conhecida e recorrente: os corredores superlotados, pacientes em macas, cadeiras e no chão. Desde a implantação da “porta regulada” –  sistema que impede pacientes que não sejam classificados (as) como de urgência e emergência adentrem no Hospital, sendo então redirecionados(as) para as UPAs – o fato não tinha voltado a acontecer. Todavia, o retorno da superlotação nos corredores do HRTM sinaliza que redistribuir a demanda dos hospitais com as UPAS/UBSs não resolve, mas apenas acoberta o problema.

Na medida em que as Unidades de Pronto Atendimentos estão desabastecidas de equipamentos e materiais clínico-hospitalares, sofrendo também com déficit de funcionários, a absorção de usuários por uma unidade ou outra apenas transfere o problema de lugar. Porém o problema é político e estrutural, e está presente em todos os níveis do SUS. É relacionado diretamente com o congelamento de recursos para investimentos sociais como saúde e educação por 20 (vinte) anos, aprovado pelo Congresso Nacional através da Emenda Constitucional nº 95. É relacionado com o lobby dos planos de saúde para desmantelar o SUS e instalar “planos de saúde populares”. É relacionado com a falta de iniciativa política de governantes no sentido de abastecer hospitais e unidades de saúde e realizar concursos públicos para realmente sanar o déficit funcional.

O Sindsaúde/RN, através de seu coordenador estadual e trabalhador do Hospital Tarcísio Maia João Morais, vem a público denunciar esta situação, tentando trazer o foco da população para a raiz do problema, que medidas cosméticas como o sistema de “porta regulada” é capaz apenas de encobrir, mas jamais de resolver. Sem mais investimentos na saúde, sem concurso público, e sem abastecimento das unidades de saúde e reestruturação dos hospitais regionais, o fantasma da superlotação e do sofrimento vai persistir em pairar no HRTM e em toda a rede do Sistema Único de Saúde.

OUTRO LADO

A diretora do HRTM, Herbênia Ferreira contatada pelo Blog do Barreto explicou que a situação é momentânea. Confira o áudio: