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Associação Nacional de Agentes de Trânsito se pronuncia sobre casos de assedio e perseguição em Mossoró

Denúncia do Blog repercutiu e associação nacional se posicionou (Foto: Facebook Agentes de Trânsito Mossoró)

A Associação dos Agentes de Trânsito do Brasil (AGT-Brasil) publicou nota oficial em sua página em que comenta os casos de assédio moral e perseguição na Secretaria de Trânsito de Mossoró, denunciados com exclusividade pelo Blog do Barreto no dia 29 do mês passado (Confira a denúncia completa AQUI)

Na nota, a AGT cobra um posicionamento do Prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra e destaca a existência de uma suposta “militarização” dos órgãos de trânsito municipais, que seria influente para a existência de relações de trabalho tóxicas na Secretaria de Municipal de Trânsito.

Confira a nota na íntegra

“Em vista dos fatos ocorridos em Mossoró, expostos nos canais de comunicação de massa local, envolvendo suposta situação de assédio moral contra todos os agentes e preconceito de gênero em face às agentes femininas, enquanto entidade representativa dos agentes de trânsito do Brasil, a AGT Brasil considera tudo o que foi narrado de grande seriedade e solicita do gestor municipal um posicionamento mais firme no esclarecimento dos fatos, haja vista que está em cheque a identidade da sua própria gestão.

Como será que essa gestão quer ser visualizada pelos servidores e por toda a sociedade local e até nacional?

O assunto já saiu do interior da sala da gerência de trânsito para todo o país e os passos estão sendo observados e, claro, analisados. A resposta social necessita também ficar aparente.

Outra situação que merece foco porque não ocorre apenas em Mossoró, mas em diversas cidades do país é o fato de militares serem colocados à frente de órgãos de trânsito ou em funções staff neles existentes.

Por que essa ideia de militarização do trânsito? Por que militares regendo civis?

A dinâmica organizacional militar e suas regras hierárquicas são próprias para militares que se predispuseram a isso. Inviável impor tal circunstância a outréns (civis). Tanto o agente de trânsito, quanto o policial militar saem de suas casas para salvar vidas, mas as metodologias não necessitam ser as mesmas, já que as áreas de atuação são diferentes.

Enquanto categoria e seres humanos que merecem respeito e qualidade de vida no trabalho, a AGT Brasil aconselha os agentes de trânsito de Mossoró a se munirem de provas concretas e a representarem administrativamente e judicialmente o caso (inclusive na delegacia da mulher).

Ao gestor municipal a recomendação é que apure os fatos e que adote uma postura mais proativa na resolutividade dos problemas, agindo com a devida transparência e isonomia, com vistas a promover um ambiente saudável e respeitoso para todos e melhorar a imagem de sua própria gestão.”

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Denúncias de assédio moral repercutem na Câmara. Governistas tentam culpar vítimas

Vereadores bateram boca sobre assédio moral na Secretaria de Trânsito (Foto: Edilberto Barros/CMM)

A Câmara Municipal de Mossoró (CMM) debateu ontem (03) as denúncias de assédio moral e perseguição divulgadas pelo Blog do Barreto na última quinta-feira (29) (Veja as denúncias AQUI). O debate foi acalorado e alguns parlamentares chegaram a culpabilizar as vítimas ou relativizas as acusações.

Em seu pronunciamento a vereadora Marleide (PT) trouxe à tribuna um compilado de denúncias de assédio moral que vem sendo divulgadas e também acolhidas pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), do qual ela faz parte da diretoria.

“O assédio moral que estás endo amplamente denunciado agora existe em vários locais outras secretarias do município. O sindicato e meu mandato estão apurando todas as situações. Estamos recebendo várias informações, inclusive ligações de servidores e servidoras denunciando. As pessoas tem medo de denunciar pois não existe rede de solidariedade para acolher as denúncias e elas temem serem prejudicadas ou mais perseguidas ainda”, afirmou Marleide.

Vereadores da ala situacionista utilizaram suas falas para relativizar as denúncias apresentadas por Marleide.

O vereador Cabo Tony Fernandes (SDD) defendeu o acusado e questionou as denúncias divulgadas pelo Blog do Barreto. “As acusações muito graves e se não forem provadas acarretam crimes de calúnia, injúria e difamação. Se o gestor realmente estiver fazendo isso ele deve ser punido e afastado, mas se isso não for comprovado quem denunciou será acusado por denúncia caluniosa. Eu já falei com o Secretário, com o Gerente de Trânsito e conheço muito bem a pessoa que recebeu essas acusações. Ele nunca teve nenhuma acusação durante toda a sua vida na Polícia Militar”, comentou o parlamentar

O vereador Paulo Igor (SDD) criticou a conduta de alguns servidores públicos e insinuou, sem citar Marleide, que era ela quem havia praticado assédio moral contra uma Diretora, durante visita a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Mossoró.

“Tem muito servidor que só faz o que quer, na hora que quer. Tem muito servidor efetivo que só trabalha quando quer e isso não pode ser assim. Tem uma vereadora aqui que quis humilhar uma diretora de UBS durante uma abordagem. Ela está usando remédio tarja preta por conta disso. Isso me deixa indignado. A gente tem medo de mexer com o sindicato porque parece um bando de marimbondo, vem pra cima da gente”, afirmou Paulo Igor

Marleide respondeu à denúncia feita por Paulo Igor: “A vereadora em questão fui eu e não humilhei nenhuma diretora, pelo contrário, ela estava humilhando a equipe inteira da UBS”

O Vereador Omar Nogueira (Patriota) também relativizou as denúncias e deixou sobre suspeição as afirmações feitas por servidores e servidoras. “Tenho certeza que o Prefeito Alysson não aceita esse tipo de comportamento (…) Se isso estiver acontecendo quem está inventando isso será punido”, após isso o parlamentar iniciou uma série de críticas ao Governo do RN e a suposta falta de transparência da gestão estadual.

O Vereador Genilson Alves (PROS) destacou que a Prefeitura não compactua com nenhum tipo de assédio ou violência e que a gestão já informou que vai apurar o que está acontecendo. Ele destacou que sobre a situação é necessário que os servidores trabalhem no horário que é estipulado em benefício do município, dando a entender que a situação vivida na Secretaria teria relação com uma suposta falta de compromisso com o trabalho.

“É importante lembrar que o Servidor não pode escolher horário parta trabalhar. Então sobre a servidora que só quer trabalhar no dia que quer, eu acho que está errado. Vamos esperar as investigações e ver o que é apurado” afirmou.

Apoios – As denúncias também recebem falas de apoio de alguns parlamentares. A Vereadora Larissa Rosado (PSDB) destacou que a gestão precisa apurar imediatamente as denúncias sem preocupação política. “Se fulano é indicado por ciclano, isso não importa agora. Importante é ver o que está acontecendo na Secretaria. “Os servidores que estão sofrendo assedio moral estão sofrendo muito. Tenho certeza que o assedio nunca quer chegar ao ponto de ter que levar essa situação para uma delegacia ou pra imprensa. As denúncias que foram feitas sobre o ambiente de trabalho na Secretaria de Trânsito também chegaram a mim, eu conversei com pessoas, ouvi informações”, comentou

O vereador Francisco Carlos (PP) também endossou as denúncias e afirmou que suas motivações são políticas “Nunca vi tantas reclamações de assédio quanto agora. Desde janeiro que a gente denuncia uma série de situações. Isso é um expurgo político”, comentou

O Vereador Pablo Aires (PSB) lembrou que em casos de assédio moral, até mesmo pela natureza das acusações, não é dever do acusado reunir provas mas sim da administração pública iniciar uma rigorosa investigação para averiguar o que está acontecendo no local de trabalho.

Confira o Bate-boca  na CMM

 

 

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Servidor acusado de perseguição na Secretaria de Trânsito possui dois Boletins de Ocorrência contra ele por assédio moral

O Blog do Barreto denunciou, na última quinta-feira (29/07) que servidores e servidoras da Secretaria de trânsito de Mossoró vêm sofrendo situações de assédio e constrangimento em seu local de trabalho. As denúncias recaem principalmente contra o Diretor de Unidade de Trânsito Jeová Fernandes, conhecido popularmente como “Sub”, em alusão à sua patente na militar. (veja a denúncia completa AQUI)

O Blog traz com exclusividade dois Boletins de Ocorrência registrados contra o servidor Jeová Fernandes exatamente por assédio moral. Os BO’s foram feitos nos dias 25 de Junho e 31 de Junho por duas servidoras que alegam terem sido humilhadas pelo superior durante o horário de serviço. Os dados pessoais das servidoras foram omitidos nos documentos a pedido das vítimas (Veja os boletins na íntegra ao final da matéria) Em um dos documentos é exposto o seguinte:

“Desde janeiro do corrente ano (2021) vem sofrendo Assédio moral, sendo exposta a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades. as condutas estão trazendo danos à dignidade e à integridade da comunicante, hoje encontra-se com a saúde em risco e prejudicando o ambiente de trabalho. Situações que vem sendo submetida: registro de atrasos inexistentes; todas as vezes que questiona as condutas é gritada, inclusive na frente dos colegas de trabalho, chegando ao ponto de ser mandada sair a sala; é excluída de realizar plantões extras; (…)”

De acordo com as informações das servidoras a Secretaria tomou conhecimento do registro dos boletins de ocorrência contra o Diretor mas não se pronunciou mesmo após a denúncia formal nas instâncias criminais. Segundo uma das vítimas, o Secretário de Trânsito Cledinilson Morais foi procurado várias vezes com reclamações sobre os assédios e sempre respondeu da mesma maneira: “Resolva com o Sub”.

A Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESEM) se manifestou por meio de nota oficial assinada pelo Secretário Cledinilson Morais e pelo Diretor de Mobilidade e Trânsito Luiz. A nota rebateu as acusações apresentadas pelo Blog e minimizou os conflitos interno no ambiente de trabalho da Secretaria. Veja o que ela diz em um trecho:

“A secretaria estranha narrativas que não espelham a rotina e comportamento dos que dirigem a SESEM, uma vez que sempre prezamos pela participação das mulheres em todas as repartições da unidade. Ao mesmo tempo, sempre demos espaço para todos, sem distinção de raça, cor, sexo e religiãoVeja a nota completa aqui 

Confira os dois Boletins de ocorrência

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Vereador comenta denúncias de assédio na Secretaria de Trânsito e dispara: “Está havendo uma tentativa de expurgo político na PMM.”

Francisco Carlos repercute denúncias sobre assédio contra Agentes de Trânsito (Foto: Edilberto Barros/CMM)

O Vereador Francisco Carlos (PP) foi às redes sociais na manhã de hoje (30) e comentou as denúncias exclusivas do Blog do Barreto sobre assédio moral, perseguição e machismo na Secretaria de Trânsito de Mossoró. Confira as denúncias AQUI

Para o parlamentar, as situações constrangedoras pelo qual estão sendo submetidos os agentes de trânsito de Mossoró são fruto de um suposto “expurgo político promovido pela prefeitura contra seus adversários.

“Desde o início do ano estamos denunciando episódios de perseguição política praticados na Prefeitura de Mossoró, na tribuna da Câmara e nas redes. A péssima prática administrativa se agudizou, levando uma servidora com quem falei, a temer até por sua integridade física. Episódios semelhantes estão sendo denunciado por uma agente de trânsito, têm se repetido em quase todos os órgãos municipais. Constrangimentos e transferências injustificadas já são comuns (…)Está havendo uma tentativa de expurgo político na PMM”, comentou o parlamentar em suas redes sociais.

Confira a sequência de tweets de Francisco Carlos

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Vereadora Marleide Cunha se manifesta sobre denúncias de assédio moral, perseguição e machismo na Secretaria de Trânsito

Marleide criticou assédio e colocou mandato à disposição de servidores (Foto: cedida) (Foto: cedida)

A vereadora Marleide Cunha (PT) se manifestou, através de suas redes sociais, sobre as denúncias de assédio moral, perseguição e machismo contra agentes de trânsito de Mossoró. O Blog do Barreto divulgou hoje (29) com exclusividade uma série de acusações contra o Diretor de Unidade de Trânsito de Mossoró, Jeová Fernandes, que seria responsável por vários episódios de assédio moral, machismo e perseguição contra servidores e servidoras lotados na pasta. Confira a denúncia AQUI.

 A parlamentar foi enfática em sua posição contrária às práticas e destacou que seu mandato segue à serviço de todos os servidores e servidoras que desejarem denunciar práticas dessa natureza.

“Podem ter a certeza que não iremos silenciar sobre nenhum caso de assédio moral em nenhum setor da sociedade, e menos ainda em repartições públicas. Iremos combater cada caso! O que aconteceu com os agentes de trânsito de Mossoró será denunciado através do meu mandato na Câmara, pelo Sindicato dos Servidores Públicos e também em minhas redes”, afirmou a vereadora que também é dirigente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum)  

O Vereadora aproveitou a denúncia para falar do Projeto de Lei 118/2021, de sua autoria, que trata das penalidades administrativas em razão do assédio moral nos órgãos administrativos públicos de Mossoró.

Confira a manifestação da parlamentar

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Sindserpum se manifesta sobre denúncias de assédio moral e perseguição na Secretaria de Trânsito

Sindicato reforça denúncias e afirma que casos não ocorrem só na Secretaria de Trânsito (Foto: Sindiserpum)

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) se manifestou, por meio de nota sobre as denúncias apresentadas na manhã de hoje (29). pelo Blog do Barreto de que agentes de trânsito estariam sendo vítimas de perseguição e assédio moral por superiores. O Sindicato reiterou as alegações que já havia feito ao Blog em entrevista anterior, confirmando que existe um ambiente de trabalho tóxico na Secretaria de Trânsito de Mossoró e que a entidade já havia denunciado a situação a gestão municipal, que sempre negou a existência dos casos. Confira a nota

“O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum) vem a público se posicionar a respeito das denúncias veiculadas nos meios de comunicação de Mossoró a respeito de assédio moral, misoginia e machismo na Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito, especificamente na Gerência de Trânsito.

O Sindiserpum informa que teve reunião específica com os agentes de trânsito e a gestão atual e que várias situações foram colocadas na mesa de discussão, contando, inclusive, com a presença do dito superior citado nas matérias. Possíveis casos de assédio moral também foram apresentados à mesa e negados pelos representantes da Prefeitura, naquele momento, estes, que agora vêm à tona ainda não haviam sido revelados.

Ressaltamos que somos veementemente contra qualquer tipo de abuso aos direitos dos servidores públicos, mas, mais ainda a casos que envolvam o machismo, o preconceito e a misoginia e já estamos acionando o nosso departamento jurídico para que ouça as possíveis vítimas dos crimes praticados, apure cada caso e tome as medidas cabíveis. Assédio moral é um dos crimes mais repugnantes que pode existir no seio do serviço público, acrescido dos demais, é inominável e inaceitável.

Alertamos que este não é um fato isolado desta ainda precoce gestão. O Sindiserpum tem sido constantemente procurado por servidores públicos de vários outros setores com denúncias desta prática criminosa. Já divulgamos isto em outras ocasiões. Não pode ser uma histeria coletiva, vamos apurar todos os casos e não nos calaremos.”

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Agentes de trânsito de Mossoró denunciam assédio moral, perseguição e machismo por parte de superiores

Agentes de trânsito denunciam humilhações e assédios (Foto: Divulgação PMM)

O Blog do Barreto recebeu, com exclusividade, uma série de denúncias sobre casos que vão do assédio moral à perseguição e misoginia dentro da Secretaria de Trânsito de Mossoró. O principal acusado das práticas antiprofissionais e sexistas seria o Diretor de Unidade de Trânsito, Jeová Fernandes, conhecido popularmente como “Sub”, em alusão à sua patente na militar.

De acordo com um grupo de Agentes de Trânsito, que solicitou que suas identidades não fossem reveladas, desde o início de 2021, quando a nova gestão municipal assumiu, um clima de perseguição e assédio moral se instaurou na gerência de trânsito da cidade. Os agentes inclusive iniciaram um processo de filiação em massa ao Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Mossoró (Sindiserpum) como forma de se proteger dos ataques sofridos no ambiente de trabalho.

Um dos servidores relata que são incontáveis os casos de humilhação e silenciamento dos trabalhadores por parte do gestor. Ele afirma que as principais vítimas são as mulheres, que recebem um tratamento ainda pior e mais rude.

“Desde que tomou posse, o diretor tem tido um comportamento bastante inadequado. Tem servidores que ele parece não gostar, e isso acontece sem nenhuma explicação lógica ou profissional, e por conta disso pune trocando escalas, mudando horários, impedindo de fazer plantões, o que acaba sendo convertendo em uma punição financeira também. Em relação as mulheres, podemos dizer que ele passa ainda mais dos limites, tendo várias vezes gritado e silenciado agentes na frente de todos” afirma o servidor que explica que o sistema de plantões garante um ganho financeiro aos agentes e que normalmente é feito um rodízio entre os profissionais para que todos possam receber a bonificação, mas que desde o início do ano existem servidores proibidos de participar dos plantões.

Em meio às graves denúncias de um ambiente tóxico e marcado pelo autoritarismo, os servidores afirmam que decidiram procurar amparo jurídico com o Sindserpum. O Blog do Barreto procurou a Diretoria do sindicato para confirmar as alegações feitas pelos profissionais. Por meio de sua assessoria, a entidade respondeu:

“Realmente recebemos dos agentes de trânsito graves denúncias de assédio moral e ambiente tóxico de trabalho. É preciso destacar que a Gerencia de Trânsito não é o único espaço onde tais denúncias vem surgindo. Nos últimos meses elas vem se multiplicando. O Sindiserpum e sua Assessoria Jurídica vem acompanhando de perto a situação, respeitando, obviamente o anonimato dos denunciantes e a gravidade das denúncias. A pauta do fim imediato dos assédios morais nos locais de trabalho já faz parte de nosso conjunto de reivindicações e já foi apresentada à Prefeitura em inúmeras audiências” respondeu a entidade confirmando as alegações dos Agentes.

Outra grave denúncia é de que os servidores que, de alguma forma, questionam o trabalho e as decisões do diretor acabam sofrendo retaliações em suas escalas de trabalho e funções.

“Certa vez tive minha escala de trabalho alterada à minha revelia, sem nenhuma conversa ou diálogo, e isso me prejudicou muito, pois tenho um problema de pele e preciso evitar contato com o sol extremo. Em meu antigo horário eu exercia minha função sem me expor ao sol, isso foi acordado anteriormente, e foi uma decisão que levou em consideração o bom senso de todos. Depois que reclamei da mudança sem o devido diálogo fui transferida de setor e hoje estou alocada em um serviço totalmente diferente daquele pelo qual prestei concurso público. Gosto de estar nas ruas e de realizar minha função e tenho certeza que a mudança repentina de função foi uma retaliação aos meus questionamentos” contou uma servidora

O comportamento narrado se assemelha muito ao que é característico nos casos de assédio moral no trabalho, quando os profissionais pouco a pouco vão sendo afastados de suas funções originárias e perdem contato com colegas e demais profissionais, perdendo assim também a capacidade de realizar um bom trabalho, interagir e crescer profissionalmente

De acordo com o Desembargador Brasilino Ramos, em entrevista ao Portal Jus Brasil “ o assédio moral é caracterizado quando há a repetição de atos que objetivem constranger a pessoa, como a perseguição contumaz no ambiente de trabalho, a exigência de carga horária ou volume de trabalho superior às forças do empregado, não dar nenhum trabalho a ele, ignorá-lo, tratá-lo grosseiramente de forma reiterada, tudo com intuito claro de prejudicar a pessoa no ambiente de trabalho. É uma prática odiosa, um verdadeiro terror psicológico contra o assediado”.

 “O Sub tem repúdio às mulheres. É misoginia mesmo”, afirmam agentes.

Se o clima de trabalho carregado de pressão e conflitos atinge a todos os servidores do trânsito de Mossoró, pode-se afirmar, sem sombra de dúvidas que é para as mulheres o maior ônus da relação conflituosa e autoritária. É o que relatam as agentes de trânsito que conversaram com a nossa reportagem, em muitos episódios elas relatam as humilhações e silenciamentos vividos.

Uma das servidoras comenta que se tornou habitual que o diretor já citado só escute os agentes homens. Ela narra:

“Certa vez em uma ocorrência tivemos de ir à sala do diretor para relatar um problema sobre um acidente.  Quando entramos, eu, outra agente e um agente homem, comecei a explicar o que havia ocorrido e ele prontamente me mandou calar a boca, afirmando que eu estava muito estressada. Minha colega de farda também tentou falar e ele não permitiu, mandou ela calar a boca também. Apontado para o agente homem, ele disse que queria ouvir a versão dos fatos dele e somente dele”, narrou uma servidora.

Ela conta que em outra oportunidade foi a sala do superior acompanhada por um colega de farda para relatar outra situação.  O Diretor questionou se os dois tratariam do mesmo assunto e ao receber a resposta positiva teria afirmado: “Pode sair da sala, vou ouvir apenar ele” e dispensou a agente.

Em outra oportunidade o Diretor teria humilhado e ameaçado em público uma servidora que entrou em um supermercado para comprar uma caneta. A caneta seria usada para registrar uma ocorrência ao lado do supermercado. Fernandes teria aparecido de surpresa e abordado com truculência a servidora questionando o que ela fazia dentro do mercado e afirmando que ele estava ali para “flagrar servidores que tomavam café no horário de expediente”. Aos gritos, em meio à via pública, o diretor teria dito que iria a abrir um processo administrativo contra a agente.

“São muitos os episódios de gritos e humilhações aos servidores e principalmente às servidoras. O diretor em questão tem repúdio às mulheres. É misoginia mesmo. Machismo mesmo. O clima de trabalho está cada vez pior para todas as pessoas. Hoje parece que ele escolheu uma pessoa para oprimir com maior violência, amanhã pode ser qualquer outro”, afirmou uma das agentes.

Secretario de Trânsito teria sido informado do ambiente tóxico, mas se omitiu perante denúncias

De acordo com os servidores as informações sobre um ambiente tóxico vivido dentro da Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (Sesem) chegou até o responsável pela pasta Cledinilson Morais.

Os agentes afirmam que apesar de saber dos conflitos e situações vexatórias vividas pelos profissionais, o secretário Cledinilson optou por não manifestar, apurar os fatos ou punir seu assessor.

Durante todo o dia de ontem (28) Blog do Barreto contatou a assessoria de comunicação da Secretaria de Trânsito e também da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) buscando maiores informações acerca das denúncias e sobre as providências que serão tomadas caso os episódios de assédio, perseguição e machismo sejam realmente confirmados.

Por meio de nota a PMM afirmou estar “apurando junto à Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESEM) a respeito de denúncia de suposta agressão envolvendo servidor da referida secretaria.” Nenhuma outra informação sobre as acusações foi repassada até o fechamento dessa reportagem

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Bancada feminina do Senado manifesta repúdio contra Styvenson

Bancada feminina mostra indignação com Styvenson (Foto: cedida)

Abaixo nota da bancada feminina contra a fala do senador Styvenson Valentim (PODE) que minimizou no último sábado a agressão de um policial a uma mulher que estava com uma criança no braço (saiba mais AQUI e AQUI).

Confira a nota:

NADA justifica o injustificável!

O sentimento de indignação toma conta da Bancada Feminina do Senado Federal neste momento, em que fatos e relatos da prática de violência contra a mulher são retratados nos noticiários nacionais e nos chocam profundamente. Sentimento esse que ganha uma dimensão ainda maior quando a violência é justificada por agentes do Estado ou pessoas públicas que deveriam justamente nos defender e repudiar esse tipo de conduta.

As palavras têm um peso ainda maior por envolver a manifestação de um colega nosso do Senado Federal, o Senador Styvenson Valentim. Nada pode justificar a validação de atos e condutas inadmissíveis que revelam a violência estrutural, cultural e histórica da nossa sociedade.

Todos nós, juntos, precisamos entoar nossa voz e reforçar nossa luta em defesa de todas as mulheres brasileiras e contra qualquer tipo de violência, seja contra quem for.

Por isso, repudiamos qualquer palavra ou ato que venha retroceder na luta que enfrentamos há tanto tempo, dentro e fora do Parlamento.

Nosso maior esforço, enquanto Bancada Feminina do Senado Federal, é pela construção de uma sociedade unida e livre de violência.

Lutemos juntos…

Bancada Feminina do Senado Federal

25 de julho de 2021.

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Afinal, o que você deve fazer para não assediar uma mulher?

Por Flávia Boggio*

Após tantas denúncias de assédio sexual, e seus autores fazendo de tudo para se esquivar das acusações, a impressão que fica é que muitos homens ainda não sabem distinguir o que configura assédio sexual.

Nos ambientes profissionais, principalmente, alguns se sentem até ameaçados por essas mulheres diabólicas que lutam por um direito tão absurdo: trabalhar em paz sem serem seduzidas ou tocadas pelos colegas. Que coisa mais desagradável, não é mesmo?

Sabemos que, para alguns homens, a vida é como o apartamento funcional do Bolsonaro, só serve para comer gente. Porém, muitos estão preocupados com seu comportamento. “Afinal, estou sendo simpático ou assediando essa mulher?” Se essa dúvida paira na sua mente, provavelmente você precisa ser isolado da sociedade e tratado.

Mas, como essa coluna também é prestação de serviço, vamos ajudar esses pobres homens que acham que têm um pepino na mão, mas deveriam mantê-lo nas calças. Afinal, o que você deve fazer para não assediar uma mulher?

Harvey Weinstein chega de andador ao tribunal de Manhattan, onde foi condenado a 23 anos de prisão em fevereiro Johannes Eisele/AFP

Dica um: Como se aproximar de uma mulher? De novo, se você precisa desta dica, é porque tem problemas, mas vamos lá: você pode simplesmente chegar perto dela. Pode cumprimentá-la com um aperto de mão? Claro. Até mesmo com um “high five”. Sim, embora seja um pouco ridículo. Mas nunca deve apertar sua cintura, muito menos segurar seus seios ou beliscar seu traseiro.

Dica dois: como falar com uma mulher? Simples. Basta abrir a boca e emitir um som. Comece com “olá” ou “como vai?”. Mas, se falar “eita, que gostosa!”, “ê, lá em casa” ou “belos seios”, é assédio.

Dica três: como fazer para ajudar uma colega de trabalho? É muito fácil. Você pode simplesmente ajudá-la. Mas isso não lhe dá autorização para que pegue em sua perna enquanto fala ou massageá-la, mesmo que ela esteja estressada. Muito menos tirar seu membro sexual para fora e tentar abraçá-la à força. Nesse caso, não configura assédio, mas estupro mesmo.

Parece fácil, não é? Mesmo assim, muitos homens ainda reclamam: “Ah, mas que mundo chato que não dá para brincar com as mulheres nem fazer piada!”. Amigo, você não está mais no jardim da infância para brincar. Também não é comediante para fazer piada. Mesmo que fosse. A reputação de alguns homens dessa classe, infelizmente, nunca esteve tão mal.

*É roteirista. Escreve para programas e séries da Rede Globo.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.

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Você não estranhou?

Machismo: você entende mesmo o que significa? - Politize!

Por Fafá Viana*

“[…] a presença ativa do machismo compromete negativamente o resultado das lutas pela democracia, pois se alcança, no máximo, uma democracia pela metade. Nesta democracia coxa, ainda que o saldo negativo seja maior para as mulheres, também os homens continuarão a ter sua personalidade amputada.”  Heleieth Saffioti

A luta por liberdade e por igualdade é a base principal da luta dos povos, da luta dos trabalhadores. É a luta em defesa da garantia de acesso aos direitos fundamentais, que somente poderão ser alcançados plenamente com a emancipação social. Aqui se insere a luta da classe trabalhadora e nela se incorporam a luta contra o racismo e contra o machismo, responsável pela perpetuação da opressão histórica sobre as mulheres.

O machismo é um tipo de preconceito, expresso por opiniões e atitudes, que se opõe à igualdade de gêneros, favorecendo o gênero masculino, em detrimento do gênero feminino. O machismo funciona também como freio da luta geral pela emancipação social, uma vez que impede a emancipação plena de metade da população.

Segundo Fábio Palmeira, “a concepção do masculino como sujeito da sexualidade e o feminino como seu objeto é um valor de longa duração da cultura ocidental. Na visão arraigada no patriarcalismo, o masculino é ritualizado como o lugar da ação, da decisão, da chefia da rede de relações… Nota-se certa valorização do gênero masculino em detrimento do gênero feminino, ao passo que o primeiro é o lugar de ação, chefia, enquanto o segundo é posto em desvantagem, frágil.”

O pensamento machista não se resume à idéia de superioridade de um gênero sobre o outro, vai além. O pensamento machista inferioriza o gênero feminino, dando origem a variadas formas de violência, que vão da subjugação afetuosa e cínica ao espancamento e feminicídio. Todas estas práticas são formas perversas de violência, bem expressas no sentimento de Simone de Beauvoir: “O machismo faz com que o mais medíocre dos homens se sinta um semideus diante de uma mulher”.

Embora muitas vozes se levantem contra a violência e contra a opressão sobre as mulheres, o pensamento ou a cultura machista tem atravessado os séculos e gerações e permanece arraigado na sociedade. A omissão e o silêncio diante da toxidade da cultura machista funcionam como licença para sua perpetuação.

No espaço da política o machismo se traduz na violência moral e na tentativa de exclusão do gênero feminino, pois a cultura machista até admite a presença feminina, desde que esta não assuma nem tente exercer protagonismo. Nísia Floresta, no  século passado, identificou e desnudou tal posição: “…por que [os homens] se interessam em nos separar das ciências a que temos tanto direito como eles, senão pelo temor de que partilhemos com eles, ou mesmo os excedamos na administração dos cargos  públicos, que quase sempre tão vergonhosamente desempenham?”

Se você não estranhou a ausência de lideranças femininas nas live’s, protagonizadas apenas por homens; se você não estranhou a ausência de lideranças femininas nos espaços de projeção e de decisão; se você não estranhou a ausência da presença institucional de liderança feminina em fóruns nacionais; olhe mais profundamente os espaços coletivos, porque a democracia não é efetiva sem o protagonismo feminino.

A superação do machismo é tarefa permanente de homens e mulheres, empenhados na construção da nova sociedade. Sejamos pois, vigilantes da liberdade, da democracia e protagonistas na luta pela emancipação plena da sociedade.

*É Diretora do SINDIPETRO-RN e da FUP.

Este artigo não representa necessariamente a mesma opinião do blog. Se não concorda faça um rebatendo que publicaremos como uma segunda opinião sobre o tema.