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Análise

Fábio Faria mentiu sobre relação política com Rosalba

“Eu sempre fui adversário de Rosalba, não seria hoje que eu iria virar aliado”* quem proferiu essas palavras não foi um político do PT, PSOL ou qualquer partido de esquerda.

Foi ninguém menos do que o ministro das comunicações Fábio Faria, que se jacta de ter uma boa relação com o deputado federal Beto Rosado (PP), sobrinho e afilhado político de Rosalba.

Confesso que ainda me choco com esse tipo da cara de pau.

Fábio é filho de Robinson Faria, que foi vice de Rosalba nas eleições de 2010. Eleito, rompeu com ela no primeiro ano de mandato, mas se realinhou com a então governadora, impedida em convenção partidária de disputar a reeleição em 2014.

Teria Fábio votado em Iberê Ferreira de Souza ou Carlos Eduardo Alves em 2010? Claro que não e as fotos provam isso.

Fábio seguindo Rosalba em ato de campanha em Macaíba nas eleições de 2010 (Foto: arquivo)

Tudo bem que Fábio quer agradar o prefeito de Mossoró Allyson Bezerra (SD), mas precisa desafiar os fatos dessa forma?

O ministro mentiu tentando adequar o passado ao presente. Não é a primeira vez que faz isso. Afinal ele costuma renegar o passado em que dividiu palanque com o PT.

Tenho certeza de que no futuro ele negará que um dia integrou o bolsonarismo.

*Aspas extraída do Portal da Difusora de Mossoró.

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Artigo

Como mente a prefeita!!!

Por Márcio Alexandre

Mitômano é o ser humano que se compraz em mentir. Em geral, a pessoa mente apenas por compulsão, não ganhando nada com a mentira. O Aurélio precisa atualizar seu verbete. É preciso que se dê uma nova definição ao ato. E a prefeita Rosalba Ciarlini é a grande responsável por essa necessidade. Como mente a prefeita de Mossoró!!!! E mente para se dar bem. Para tirar proveito. Para ganhar benefícios. Bem diferente do que fazem os mitômanos tradicionais.

Ouvi o programa da prefeitura de Mossoró na manhã de ontem, 27/2, na FM 105 – Rádio Santa Clara. Nele, a prefeita disse uma série de inverdades. Impressiona que alguém no comando de uma prefeitura de uma das cidades mais importantes do Nordeste se preste a papel tão desprezível.

Rosalba disse que a prefeitura paga aos professores um piso salarial acima do valor nacional. Mentira. A prefeita utiliza como argumento os valores pagos a quem já tem certo tempo na carreira e compara com o valor definido pela lei para quem está iniciando agora na profissão.

Rosalba disse que a prefeitura retomou o pagamento do décimo quarto salário. Meia-verdade. Até retomou, mas pagou apenas um ano e esqueceu de continuar a pagar as edições seguintes. Aliás, alguém lembra qual foi a última edição paga.

Rosalba disse que está pagando a correção salarial do Piso do magistério. Mentira deslavada. Publicamente, a prefeita anunciou que pagaria. Na surdina, antecipou o pagamento da folha para fugir do reajuste. Além de mentir, Rosalba “esqueceu” de dizer que sequer enviou à Câmara Municipal projeto de lei autorizando o benefício aos docentes já que se trata de correção definida por lei.

Rosalba tem um capital eleitoral considerável e, apesar de fazer uma administração à base de mentiras, falta de diálogo e autoritarismo, segue como primeira colocada nas pesquisas de intenção de votos para as eleições de 2020. Não precisa, em nome de um projeto de poder, se rebaixar a tanto. Rosalba precisa respeitar a si mesma. Talvez apenas ela e alguns de seus assessores acreditem em suas palavras.

Artigo extraído do Portal do RN.

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A mentira como instrumento de poder

Manifestante faz foto durante ato no Rio de Janeiro em apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, em outubro de 2018
Manifestante faz foto durante ato no Rio de Janeiro em apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, em outubro de 2018TÂNIA RÊGO (AGÊNCIA BRASIL)

Por Jamil Chade*

A Primeira Guerra Mundial mudou a história da civilização. A partir daquele momento, atrocidades ganhariam uma nova dimensão, e o que a Europa viveu entre 1914 e 1918 abalaria os pilares da sociedade.

Ao fim do conflito, um esforço internacional se concretizou na criação de uma estrutura que tentaria impedir que aquela tragédia voltasse a ocorrer. O projeto ganhou sede em Genebra, recursos e milhares de horas de reuniões. Mas a Liga das Nações fracassaria alguns anos depois.

Um outro fenômeno ainda mais revelador, porém, foi notado nos anos que se seguiram ao fim do conflito. Cientistas de diversas áreas, profundamente machucados pela perda de alguns ou de todos os seus filhos nas trincheiras, passaram a recorrer a médiuns para que pudessem entrar em contato com os mortos.

Desesperados, sem razão para viver ou acreditar, muitas daquelas mentes optaram por colocar a ciência de lado e simplesmente acreditar que poderiam falar com seus filhos.

A história comovente é contada por Jay Winter, em seu livro Sites of Memory, Sites of Mourning. Feridos em suas almas, alguns deles deixaram suas convicções científicas na busca incerta por uma solução para sua dor.

Tal história pode ajudar a decifrar o motivo pelo qual, em plena era da internet, da ciência, do conhecimento e do acesso à informação, uma parcela da sociedade escolhe em acreditar numa promessa não comprovada, numa esperança, numa ilusão.

Diante de um mundo repleto de incertezas e do questionamento constante da suposta normalidade, não é de se estranhar que aqueles desconfortáveis com o aparente mal-estar saiam em busca de promessas, certezas e de garantias, ainda que fabricadas e mentirosas. E nada mais confortável do que ler apenas o que queremos acreditar. Sem contraditório, sem desconstrução.

Minada profundamente em seu orgulho, com um exército de desempregados, corrupção, 60 mil assassinatos e descobrindo que não existe um atalho para o desenvolvimento, uma parte da sociedade brasileira optou por apenas consumir o que possa confirmar as teses sobre as quais está construída. Infelizmente, muitas delas são racistas e autoritárias.

E um grupo no poder descobriu rapidamente que, com atalhos intelectuais, poderia sequestrar essa massa a seu favor e operar em um terreno fértil.

A desinformação não é uma novidade de nossa era. Governos mantiveram por décadas operações de enormes proporções para censurar e manipular a opinião pública. Desta vez, seus artífices possuíam um enorme arsenal tecnológico, com um poder inimaginável há apenas poucos anos.

Assim, nesse contexto, prosperaram pseudonotícias como a do “Kit Gay”, a ameaça comunista iminente, a tese de que os termômetros estão nos locais errados, o poder ilimitado do Foro de São Paulo, o questionamento do formato do planeta e mesmo ideias conspiratórias de um astrólogo de rede social. A última dessas peças de desinformação foi transmita em rede nacional e dentro do próprio parlamento quando um blogueiro citou um suposto esquema de troca de armas nucleares entre Brasil e Cuba.

Sobre a enxurrada de elementos tóxicos, acompanham discursos de líderes charlatões especializados na venda de ilusões. Contam meias-verdades, apresentam falsas soluções simplistas e deixam uma brecha de silêncio suficiente para que aquelas populações preencham os vazios com seus preconceitos, temores e angústias.

Com um exército de contas falsas em redes sociais e uma milícia real pelo mundo digital, a receita está pronta para transformar aquela versão dos fatos na verdade chancelada para a manipulação.

Uma vez mais, nada de novo. Basta ver as estratégias adotadas pela Stasi ou da KGB para fazer implodir grupos de resistência com base na mentira, na divulgação de falsos informes e na destruição de reputações.

No século 21, essas informações fabricadas de forma deliberada vieram seguidas por um ataque diário contra os meios de comunicação, numa estratégia orquestrada de deslegitimar qualquer questionamento.

Constrói-se a legitimidade de canais paralelos da realidade, enquanto pilares da democracia são abalados numa estratégia por parte de um grupo que sabia que encontraria terreno fértil.

A mentira, portanto, passa a ser um instrumento de poder. E não é por acaso que, a cada quatro dias, o presidente Jair Bolsonaro dá uma declaração falsa ou imprecisa, segundo um levantamento do jornal Folha de S.Paulo. Não são deslizes. É um método.

Ela serve a várias funções: desviar a atenção das massas e da imprensa para evitar temas estruturais, recriar o passado para justificar decisões futuras ou simplesmente confundir atores que não ousariam cruzar essa linha.

A luta contra a desinformação certamente passa por uma questão de tecnologia e de Justiça. Mas o uso deliberado da angústia de uma população e o grau de aceitação de tais “notícias” devem servir de alerta para que se compreenda a dimensão dos problemas que se enfrenta.

Não bastará fechar um site e punir um difusor de desinformação se temos, ao mesmo tempo, um dos filhos do presidente, Carlos, confortavelmente publicando uma foto armado: de uma pistola e de um computador.

O antídoto terá de passar por uma sólida reação das instituições, por respostas sociais, pelo diálogo, pela aceitação das regras do jogo democrático e por um modelo que mostre que um caminho sustentável exige um longo trabalho. Também passa por uma educação que ensine a pensar, criticar e desconstruir. Não apenas a ser “útil” para o mercado de trabalho.

Uma verdadeira insurreição das mentes numa sociedade dividida e fragilizada não será construída da noite para o dia. No fundo, terá de ser permanente. Enfrentar a realidade da manipulação exigirá lidar com a dor, aceitar o contraditório, questionar as autoridades e construir uma sociedade em que líderes defendam os direitos de todos. Inclusive de seus adversários.

Desmontar o atual Zeitgeist será um missão tão penosa quanto necessária. Mas a busca não poderá ser por um novo partido no poder ou pela troca – uma vez mais – de ideologia. Mas uma busca pela civilização.

O debate sobre desinformação, portanto, não é sobre tecnologia. É sobre sociedade e democracia. E vai exigir muito mais que um debate na Câmara dos Deputados, regado a meias-verdades e muitas mentiras.

*É correspondente na Europa desde 2000, mestre em relações internacionais pelo Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra e autor do romance O Caminho de Abraão (Planeta) e outros cinco livros.

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Para 59% dos leitores do Blog promessa não cumprida de reformar o Nogueirão é a maior enganação de Mossoró

A enquete da semana mostrou que os leitores do Blog do Barreto consideram a promessa não cumprida pela então governadora Rosalba Ciarlini de reformar o estádio Noguerão é a maior enganação política da cidade.

Por 59% x 41% ela venceu a folclórica promessa de construir o santuário de santa Luzia.

Na próxima terça-feira lançaremos uma nova enquete.